Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

CASO BORBA GATO

Objetivo da prisão de Galo é criminalizar movimentos sociais, apontam advogados e juristas

Investigado por fogo a estátua, ativista é alvo de métodos comparáveis aos da Lava Jato e da ditadura militar

06.ago.2021 às 19h32
Lábrea (AM)
Murilo Pajolla

Prisão do entregador de aplicativos por Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como Galo, por fogo na estátua do Borba Gato - Sérgio Silva / Ponte Jornalismo

Três juristas e advogados ouvidos pelo Brasil de Fato afirmam que a Justiça, cujo papel é garantir a proteção dos direitos dos cidadãos, atua de forma ilegal ao prender e negar a liberdade de Paulo Lima, conhecido como Galo. 

O entregador de aplicativos itiu envolvimento no incêndio à estátua do bandeirante Borba Gato, como forma de estimular o debate sobre a permanência em vias públicas de monumentos dedicados a figuras históricas do colonialismo.

:: Elite de SP, que persegue Galo por fogo na estátua do Borba Gato, descende de bandeirantes ::

“O que estamos vendo faz parte do que chamamos de criminalização de movimentos sociais. A prisão, nesses casos, é uma forma de repressão da ideia por trás do movimento, para ‘dar o exemplo’ aos que pensam igual, e até como meio de tortura. Aos amigos, a lei, aos inimigos, a exceção”.

A afirmação é da advogada e pesquisadora Nathalia França, que coordena o Grupo de Pesquisa Sistema de Justiça e Estado Exceção da PUC de São Paulo e é autora do livro Aspectos da Exceção no Direito Internacional.

Prisão arbitrária 

As ilegalidades, conforme Nathalia, começaram quatro dias após o incêndio, quando Galo se apresentou espontaneamente à Polícia Civil e se ofereceu para colaborar com as investigações.

Mesmo assim, saiu de lá direto para a carceragem detido sob uma modalidade de prisão chamada de “temporária”, prevista para casos em que o investigado possa prejudicar o andamento do inquérito policial. 

:: Galo comparece à polícia para explicar os motivos do incêndio da estátua de Borba Gato ::

“Nem o crime de dano, nem o de associação criminosa – delitos que a investigação policial entendeu terem sido cometidos por ele – têm pena máxima superior a quatro anos. Ele não tem antecedentes criminais e o crime não envolve violência. Mais claro impossível: Galo deve responder em liberdade”, assevera Nathalia. 

“Nesse caso ele se dirigiu à polícia e disse que era o autor, mas a partir daí você tem a seguinte ideia: não cabe a prisão temporária. Acabou. Pois ele está se colocando à disposição e como autor do crime”, concorda o advogado Sérgio Graziano. 

Resquício da ditadura 

Com quase três décadas de experiência na advocacia e 25 anos atuando como professor universitário, Graziano afirma que a prisão temporária é um resquício autoritário da ditadura militar. 

“A ideia é fazer com que você fique submetido a determinados caprichos da autoridade policial e judicial. Você cala vozes, tortura as pessoas. Não só as mentes, mas os corpos. E, assim, alimenta a ideia da punição e do poder de polícia”, afirma Graziano. 

A irregularidade, na opinião dos especialistas, perpetuou-se quando a juíza de primeira instância Gabriela Bertoli, do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), estendeu por mais cinco dias a detenção de Galo, na mesma modalidade de prisão. 

Preso por não delatar 

A defesa do ativista entrou com um pedido liminar de habeas corpus em uma instância superior, solicitando a soltura imediata dele. O desembargador Walter da Silva, da 14º Câmara do (TJ-SP), negou o recurso sob a justificativa de que Galo se recusou a delatar outros envolvidos na ação. 

“Não dar informações sobre os demais participantes do protesto não consta do rol de motivos possíveis para se decretar essa modalidade de prisão, que sempre deve ser exceção”, observa Nathalia. 

:: Justiça mantém Galo preso porque ele não delatou envolvidos: "Isso é tortura", diz Defesa ::

A partir daí, os advogados de Galo subiram mais um degrau nas instâncias judiciais e levaram o pedido de habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), um dos órgãos máximos do Poder Judiciário, ao lado do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Descumprimento de decisão do STJ

A revogação da prisão foi determinada na quinta-feira (5) por Ribeiro Dantas, ministro do STJ. Mas a juíza Gabriela Bertoli se recusou a cumprir a decisão. Ela manteve Galo na carceragem até o dia seguinte, quando o enquadrou em um outra modalidade de prisão, a preventiva. 

“Ao receber a revogação da prisão temporária, a juíza decretou a prisão preventiva. Ao meu ver, a real intenção dela é o descumprimento da decisão do STJ”, avalia o advogado criminalista Fernando Augusto Fernandes, que atuou em alguns dos casos de maior repercussão nacional, trata-se de abuso de autoridade. 

:: Juíza contraria STJ, decreta prisão preventiva de Galo e bloqueia o da defesa ao processo ::

“Não é possível se ater à mera nomenclatura da prisão para se descumprir a ordem de soltura. Fosse um advogado a realizar esse tipo de descumprimento, nós estaríamos falando em ‘chicana’. Sendo uma autoridade, eu prefiro falar em abuso”, complementa. 

Métodos da Lava Jato

Com atuação em vários processos no âmbito da operação Lava Jato, Fernandes afirma já ter testemunhado manobras como a conduzida pela juíza Gabriela Bertoli. 

“Esse método de descumprimento da soltura foi amplamente utilizado pelo [ex-juiz da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba] Sérgio Moro quando decretava novas prisões antes da apreciação dos habeas corpus. Ele aperfeiçoou uma arbitrariedade que já era cometida anteriormente”, aponta. 

Enquanto jurista, Fernandes afirma não ser seu papel defender práticas ilegais e prefere não fazer juízo de valor sobre o incêndio à estátua. Mesmo assim, concorda que o tratamento dado a galo pela Justiça paulista está baseado em critérios políticos, e não jurídicos.

:: O que significa retirar estátuas de escravocratas do espaço público? ::

"A fundamentação disso tudo está de fato na criminalização dos movimentos sociais e do envolvimento no engajamento político, o que representa um resquício da falta de democratização do Poder Judiciário e da atuação política de determinados juízes que se utilizam da lei para impor uma forma de pensamento que não se compatibiliza com a Constituição de 1988”, finaliza. 
 

Editado por: Leandro Melito
Tags: borba gatoprisao
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

AMAZÔNIA

‘Aproveitam brechas da lei para roubar terras públicas’, diz secretário do Observatório do Clima sobre grileiros

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.