Entregadores de aplicativo continuam mobilizados por melhores condições de trabalho nesta terça-feira (1º) no Rio de Janeiro. O Breque Nacional de 48h, organizado simultaneamente em cerca de 60 cidades, tem como principal demanda o aumento da taxa mínima por corrida de R$ 6,50 para R$ 10.
Ao Brasil de Fato, o entregador Ulisses Castro reclamou que o valor reado pelo aplicativo aos trabalhadores é o mesmo há anos e não acompanha a inflação. Ele representa um grupo de motoboys organizados na Baixada Fluminense.
“Nossa classe não tem um reajuste há mais de 3 anos. A greve é pacífica, sem qualquer tipo de violência ou opressão. Nosso objetivo é claro: queremos mostrar aos aplicativos que é uma questão de equilíbrio, somos a mão de obra e eles são os intermediários desse sistema”, argumenta.
Além de pagamento justo, Castro detalha que as demais reivindicações incluem e humanizado dentro dos aplicativos, telefone de emergência para acidentes, ponto de atendimento físico para casos graves como agressões e banimentos sem justificativa.
A reportagem solicitou um posicionamento da plataforma iFood sobre o impacto da paralisação no Rio de Janeiro nos dias 31 de março a 1º de abril, dia também definido para a mobilização nacional. Em nota, a empresa afirmou que trabalha para manter a operação funcionando.
“Vale lembrar que, atualmente, 60% dos pedidos intermediados pelo app são entregues pelos próprios restaurantes. O iFood reafirma seu respeito às manifestações pacíficas”, diz o texto.
No último ano, as condições precárias de trabalho dos entregadores por aplicativo se tornaram tema de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio (Alerj). A audiência debateu a criação de uma nova legislação para proteger os trabalhadores, e também cobrou o comprometimento das plataformas com a segurança dos entregadores.
Protestos
Na capital fluminense, a polícia foi chamada para intervir em um protesto de entregadores na Tijuca, na zona norte, na última segunda-feira (31). A Agência Brasil reportou que ao menos 13 pessoas foram encaminhadas à delegacia do bairro.
Seis foram autuadas pelos crimes de associação criminosa e atentado contra a liberdade de trabalho. Segundo a polícia, eles teriam ameaçado entregadores para que aderissem à paralisação. Nesta terça-feira (1º), os entregadores fizeram um buzinaço em Botafogo, bairro da na zona sul carioca.