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Conversas vazadas mostram cumplicidade entre juízes e poder econômico na Argentina

Legisladores portenhos se mobilizam para exigir julgamento político aos funcionários públicos envolvidos

15.dez.2022 às 12h36
Buenos Aires, Argentina
Fernanda Paixão

Julian Ercolini, juíz federal responsável pelo processo contra Cristina Kirchner, se preocupa: "se tiraram fotos nossas entrando nos carros, ficamos 'sujos'". - Reprodução

"A sentença foi escrita em 2 de dezembro de 2019, a primeira vez que dei testemunho perante este tribunal", afirmava a vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, dias antes de sua sentença ser anunciada pelo caso de obras públicas em Santa Cruz. A afirmação logo encontrou eco em chats de Telegram vazados que revelam a articulação entre a Justiça e o poder econômico no país.

O que se conheceu foi o vínculo íntimo entre diretores do Grupo Clarín, maior conglomerado midiático do país, um ministro macrista, um ex-agente de inteligência e quatro juízes, um deles responsável pelo processo que terminou com a condenação à vice-presidenta. A parcialidade da Justiça exposta à luz do dia.

Já são quatro as instâncias impulsionadas para penalizar os envolvidos. Em primeiro lugar, a investigação solicitada pelo governo nacional sobre seus funcionários públicos envolvidos no caso, por não cumprimento de deveres e recebimento de favores.

Em segundo, o pedido de julgamento político aos quatro juízes no Conselho da Magistratura, entidade que nomeia e regulamenta as faculdades e os funcionários do Poder Judiciário. Por outro lado, o bloco da coalizão do presidente Alberto Fernández, a Frente de Todos, apresentou um pedido de julgamento na legislatura da cidade de Buenos Aires aos funcionários municipais envolvidos no episódio: o ministro de Justiça e Segurança de Buenos Aires, Marcelo D'Alessandro, e o Procurador-geral da capital argentina, Juan Bautista Mahiques.

Por fim, está em processo um pedido coletivo por um julgamento acadêmico para o juiz federal Julián Ercolini, professor e diretor de uma especialização na faculdade de Direito da Universidade Pública de Buenos Aires (UBA). Já foram reunidas mais de 10 mil s na instituição.

:: Cristina Kirchner é condenada a 6 anos de prisão; entenda o caso ::

A reação ao escândalo dos chats vazados é um primeiro sinal de uma possível instalação do debate sobre como a decisão dos representantes da Justiça afetam a sociedade como um todo, afirma Marisa Herrera, doutora em Direito, uma das redatoras do novo Código Civil argentino e demandante do pedido de julgamento acadêmico a Ercolini. "O que os chats revelam era algo que presumíamos, mas ao vê-lo, nos deixa, por sorte, indignados", diz.

:: Presidente argentino abre investigação sobre vazamento de chat entre juízes e Grupo Clarín ::

"O que começa a ficar evidente é como uma Justiça ruim prejudica a todos em termos de qualidade democrática. Aos vulneráveis, nem se fale, porque os juízes são a garantia última dos direitos humanos; mas também para os poderosos, porque um juíz que está de um lado, amanhã pode estar de outro", pontua, destacando que não há garantias sobre o que pensam os que representam a Justiça no país.

Nesse sentido, Herrera exemplifica como sentenças a favor das empresas de telecomunicações derrubaram o decreto do governo nacional que determinava serviços de internet, tv e telefone como essenciais, congelando as tarifas. Com a sentença favorável para as empresas – e em detrimento da população, em plena pandemia –, os preços continuaram subindo, fixados de forma livre pelas companhias.

"O que está acontecendo é uma mostra muito eloquente do momento crítico que estamos atravessando", diz Herrera. "A pergunta é quando vamos chegar no fundo da questão para que algo novo surja. É minha grande inquietude."

Conversa de poderosos

O chat, nomeado como "Operação Página 12", reúne figuras de alto escalão do poder judiciário, da mídia hegemônica e funcionários públicos ligados à coalizão de direita Juntos por el Cambio (JxC), a qual levou Mauricio Macri à presidência entre 2015 e 2019. O grupo tinha um objetivo inicial: alinhar narrativas sobre a viagem que fizeram ao Lago Escondido, na Patagônia, que foi descoberta e divulgada pelo jornal Página 12, em outubro. 

O que não foi revelado nessa primeira matéria é que além de funcionários públicos, responsáveis pela ordem e gestão pública em diversos âmbitos, esta viagem incluía dois diretores do Grupo Clarín. Trata-se do CEO da empresa, Jorge Rendo, e o sobrinho do dono do império Clarín, Pablo Cassey, diretor de Assuntos Legais. Não só estiveram presentes: foram os que convidaram e pagaram a viagem de luxo ao grupo, como se soube depois nas conversas.


Imagens de câmeras do aeroporto incluídas na investigação comprovam a viagem dos funcionários públicos, convidados por diretores do Clarín / Ministério Público Fiscal/Télam

Por isso, era necessário forjar comprovantes de pagamento: os juízes, o ministro portenho e agentes de inteligência federal foram convidados com uma viagem paga pelo maior veículo de comunicação, de grande impacto na opinião pública no país.

Apesar de o Página 12 ter sido o único veículo a reverberar a notícia do encontro secreto, o grupo de poderosos ficou alerta e reagiu. Assim, criaram o grupo de Telegram que, agora de conhecimento público, deu origem ao chamado "Lago Escondido Gate", ou "chats do poder".

A conversa inclui quatro juízes federais, um deles responsáveis por levar adiante a denúncia contra Cristina no caso das obras públicas: Julián Ercolini. Lotado em um tribunal em Buenos Aires, Ercolini inicialmente havia se declarado incompetente para tomar o caso, uma vez que as obras públicas estavam localizadas em outra província. Após o judiciário de Santa Cruz apontar a ausência de irregularidades no caso, Ercolini decide reabrir o caso que terminaria com a condenação da vice-presidenta.

:: "Há uma decisão política de condenar Cristina Kirchner", diz líder sindical da Argentina ::

"Há outro aspecto que é fundamental no lawfare, que é o jornalismo", pontuou Cristina, em seu pronunciamento logo após a leitura de sua sentença no dia 6 de dezembro de seis anos de prisão e inabilitação política perpétua. "Para fazer essas condenações que não têm nenhum instrumento ou clivagem na Constituição, no Código Penal nem nas regulamentações istrativas, o que é indispensável, então?  A cumplicidade da mídia."

As capas dos jornais Clarín e La Nación destacaram, no dia seguinte, a condenação como "uma sentença histórica". A notícia se deu em um 7 de dezembro, o que Cristina considerou um "presente", um gesto dos "amigos juízes" às empresas midiáticas: foi também um 7 de dezembro, em 2012, a data estipulada pela Corte Suprema como prazo limite para que os meios de comunicação se adequassem à Lei de Meios de Comunicação.

A lei tem por objetivo impedir o monopólio midiático e favorecer o pluralismo de veículos, determinando um limite de licenças para tv, rádio e cabo por empresa. O Grupo Clarín foi ferrenho em impulsionar uma campanha detratora da lei, e conseguiu, por uma medida cautelar, impedir por anos a vigência do texto. Com a posse de Macri em 2015, a Lei de Meios foi desmanchada por meio de um decreto presidencial.

:: ​​ PT e líderes latino-americanos classificam sentença contra Cristina como perseguição política ::

Pressão para julgamento político de ministro e procurador portenhos

O bloco da Frente de Todos convocou uma mobilização para sexta-feira (16), às 17h, no Ministério Público Fiscal na cidade de Buenos Aires, para exigir o julgamento político aos funcionários portenhos envolvidos no escândalo dos chats do poder, o ministro D'Alessandro e o chefe dos procuradores Bautista Mahiques. 

Terão como lema "Fora mafiosos de CABA" [sigla de Cidade Autônoma de Buenos Aires] e "Que Larreta deixe de encobertá-los", em referência ao prefeito da cidade: Horacio Rodríguez Larreta.

Após o vazamento dos chats, o ministro de segurança de Larreta foi enfático em sua contrariedade com o chefe da Polícia de Segurança Aeroportuária (PSA) na conversa com os juízes, em tom ameaçador. Nas mensagens, sugere persegui-lo ou "mandar buscá-lo", uma vez que consideravam que a informação sobre a viagem ao Lago Escondido, publicada pelo Página 12, teria sido facilitada pela PSA. Sobre a viagem, Larreta sugeriu que o ministro teria "ido de férias".

Editado por: Thales Schmidt
Tags: alberto fernándezargentinacristina kirchner
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