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VIRADA CULTURAL

‘Dominguinho’ surgiu de rolê entre amigos, conta Jota.pê sobre álbum com João Gomes e Mestrinho

Artista premiado no Grammy Latino faz show na Virada Cultural em SP neste sábado (24)

24.maio.2025 às 09h08
São Paulo (SP)
Adele Robichez, José Eduardo Bernardes e Larissa Bohrer
Jota.pê, artista premiado no Grammy Latino 2024

Cantor celebra premiações como reconhecimento da música afrobrasileira - Divulgação/Márilin Ferreira

Em entrevista ao Conexão BdF, da Rádio Brasil de Fato, o cantor e compositor Jota.pê falou sobre sua participação na Virada Cultural de São Paulo, marcada para este sábado (24), às 17h, no Butantã, e sobre os bastidores do disco Dominguinho, lançado com João Gomes e Mestrinho. O projeto, inicialmente pensado como um EP, cresceu para um álbum completo e tem emocionado o público com sua homenagem ao forró.

“Esse projeto foi exatamente isso: um rolê de amigos tocando, que virou um disco”, contou Jota.pê, ao explicar a naturalidade com que o trabalho surgiu. O nome do álbum remete não apenas ao clima de domingo e à amizade entre os músicos, mas também à forte referência a Dominguinhos, que é uma das grandes influências na trajetória do artista. “O forró me sustentou no início da carreira”, disse.

Jota.pê também destacou a importância da Virada Cultural como espaço de o democrático à arte: “Eu fui o cara que não conseguia ar shows por preço ou distância. Que bom que a Virada existe”. Ele defende que o evento, gratuito e descentralizado, deve inspirar mais ações públicas de incentivo à cultura pelo país.

Ao comentar a repercussão do álbum Dominguinho, o cantor celebrou a recepção do público: “Gente que nem gostava de forró veio falar que está amando o disco”. Para ele, esse retorno mostra a força das tradições musicais brasileiras como ferramenta de resgate, resistência e conexão cultural: “Temos uma cultura reverenciada no mundo inteiro. Que bom que ela está voltando a ser ouvida aqui também”.

Sobre os próximos os, Jota.pê anunciou o início da turnê do álbum: o primeiro show acontece na segunda-feira (26), na Casa Natura Musical, em São Paulo. Novas datas devem ser divulgadas após essa apresentação.

Ele também celebrou sua conquista histórica no Grammy Latino 2024, ao vencer três categorias. “Ganhar esses prêmios sendo um cara negro de Osasco, vindo da música independente, me prova que fazer música pela arte, batalhar por isso é possível. […] Precisamos de oportunidade para chegar nos lugares”, afirmou.

Leia a entrevista:

Qual a importância de estar presente na Virada Cultural de São Paulo, um evento tão plural e descentralizado para fortalecer a cultura popular?

Eu acredito que é essencial termos um evento tão gigante, tão forte, tão potente como a Virada Cultural, porque, por muitas vezes, eu fui o cara que não conseguia ar shows de artistas que eu queria ver – seja pela distância, seja pelo preço. Então, quando conseguimos diversificar, colocar tantos palcos – não só de música, mas de teatro, de circo –, tem muita coisa acontecendo. É muito bacana que isso esteja disponível, de fácil o para todas as pessoas. Além da magia que é poder ar a cultura, quantos outros artistas não ajudamos a formar só de ter aquele o, de ver um outro cantor, um outro ator, um outro artista? Eu acho muito bonito e necessário.

Em um país onde a cultura muitas vezes sofre com cortes orçamentários e falta de políticas públicas inclusivas, qual a sua avaliação sobre o papel da Virada Cultural como um espaço de democratização da cultura e do o à arte?

Acredito que a Virada Cultural seja extremamente importante e uma das maiores iniciativas desse tipo. Existem vários artistas que dependem de iniciativas do governo, de editais, para conseguir realizar seus projetos. A minha equipe de shows hoje em dia tem 16 pessoas, com banda e equipe, mas grupos de teatro e circo são ainda maiores, demandam mais gastos. É caro gerar espetáculos, fazer com que essas pessoas sejam bem remuneradas. Então, que todo tipo de incentivo continue existindo, porque isso reverbera financeiramente para o governo, para a sociedade como um todo. Que continue acontecendo, que aumente cada vez mais e não seja uma coisa só de São Paulo, mas que aconteça no país inteiro – no mundo inteiro, se possível.

Sobre o álbum Dominguinho, projeto musical com João Gomes e Mestrinho: qual é a influência do Dominguinhos na sua trajetória musical? E o que vocês buscaram trazer de novo nessa homenagem?

Todo mundo que trabalha com música começa pelo amor que tem pela roda de som, de cantar com os amigos. Dominguinho foi exatamente isso: nos juntamos com quatro músicas no repertório. Estávamos realmente tocando um rolê de amigos, e o que era para ser um EP de quatro faixas virou um disco de 12. O nome é uma referência ao artista porque é um disco de forró, ritmo que ele levou adiante, mas também por ser um álbum que tem esse clima de domingo à tarde.

O forró me sustentou no início da carreira. Quando comecei, o dono de uma escola de forró me conheceu e falou: “Você deveria nos conhecer, dançar.” Eu fui. A galera da escola gostou das minhas músicas, ia para os meus shows e pagava o couvert. Por muito tempo, esse foi o único público que eu tive. Foi essa galera que me deu a possibilidade de estar aqui agora.

O forró ganhou um lugar lindo na minha vida porque comecei a conhecer mais, a amar mais. Compus músicas de forró, xote, baião… Então é muito bonito, nessa altura da carreira, lançar um projeto de um ritmo que é tão especial para mim, que ajudou a construir minha trajetória. Um ritmo muito brasileiro, de uma cultura riquíssima, que eu amo demais e da qual faço parte. E é mais especial ainda por estar com João Gomes e Mestrinho, que são dois gênios e duas pessoas maravilhosas que eu amo demais.

Você sempre foi de misturar ritmos e fazer parcerias com diferentes gêneros da música brasileira. No projeto Dominguinho, fica bem claro esse diálogo. De que forma esses projetos ajudam a resgatar e valorizar as raízes culturais nordestinas como forma de resistência, não só política, mas também cultural?

Foi surpreendente o barulho que esse disco fez. Fico muito feliz de ver comentários de gente que nem gostava muito de forró, mas amou o disco. Infelizmente, com o ar do tempo, o excesso de informações dessa nossa era digital vai engolindo coisas que são da nossa raiz, da cultura brasileira. Temos uma cultura muito diversa: samba, funk, forró, sertanejo… tudo acontecendo ao mesmo tempo. Um país que é um continente.

Então é muito bonito ver um disco de forró ganhar o espaço que está ganhando, ser muito ouvido e conhecido. Acho lindo que voltem a ouvir coisas das nossas raízes. Temos uma cultura maravilhosa, reverenciada no mundo inteiro. Então, acho muito bonito que esse tipo de projeto aconteça – e que aconteça cada vez mais. Que tenhamos projetos assim com o samba, o sertanejo, o forró, o pagode, com tudo.

Como foi esse processo de colaboração entre você, João Gomes e Mestrinho?

Conheço o Mestrinho há um bom tempo, jogamos bola junto toda segunda-feira. O João, eu já sou fã faz muito tempo. Nos conhecemos no Grammy Latino, ficamos amigos, começamos a conversar. Aí ele falou: “Pô, tô afim de gravar com você. O que você vai fazer dia tal?” Eu falei: “Nada.” Ele falou: “Então vamos gravar. Vou chamar o Mestrinho também.” Nos juntamos e fizemos nascer esse projeto do jeito mais natural possível, conversando ali na hora.

Quando terminamos de gravar as quatro músicas que tínhamos combinado, o João falou: “E se fizéssemos mais uma?” Eu falei: “Cara, mas qual?” Ele respondeu: “Essa aqui.” Eu disse: “Mas eu nem conheço essa música.” Mestrinho tirou na hora a harmonia, João me arrumou uma tela com a letra para eu dar uma lida, me ensinou a melodia. amos uma vez para aprender, e na segunda já gravamos. Depois de muito tempo, foi a primeira vez que me vi fazendo música como no começo, despretensiosamente. Gravamos o disco inteiro nesse clima, e foi muito divertido. Todos os sorrisos, as risadas que vocês veem naquele DVD da gravação são de verdade.

Vocês devem rodar o Brasil juntos, fazer uma turnê?

Vai rolar. Vamos fazer esse primeiro show aqui na Casa Natura, em São Paulo, e vai anunciar as próximas datas da turnê a partir desse dia 26. Serão as únicas datas que conseguimos para este ano, porque tanto o João quanto eu, quanto o Mestrinho, já estamos com muita coisa marcada. Talvez surja uma ou outra, mas, a princípio, são essas. E devemos continuar com essa turnê Dominguinho no ano que vem também. Tem muita coisa vindo aí.

Você foi o primeiro brasileiro a receber prêmios no Grammy Latino 2024, vencendo em três categorias importantes. Como você enxerga o papel do prêmio para dar visibilidade a artistas do Brasil e como essa conquista impacta sua carreira e o reconhecimento da música afro-brasileira no cenário internacional?

Para além do Grammy ser o maior prêmio que um músico pode ganhar, é simbólico porque não fizemos o disco para isso. Fizemos porque gostamos de ouvi-lo, esse foi o meu objetivo. Por consequência, ele ganhou um prêmio. Consegui ter estrutura e possibilidade de fazer o disco do jeito que acredito que deve ser, chamei os profissionais que amo, pessoas que iro muito, tanto no palco quanto fora.

Nos juntamos na Gargolândia, que é um estúdio e uma fazenda ao mesmo tempo. Ficamos uma semana e meia ali, todo mundo no mesmo clima, focado em fazer esse disco. Foi muito bacana, ficamos muito mais amigos nesse processo. Tivemos tempo para errar, gravar, apagar, refazer. Quando se faz um disco assim, focado em arte, e isso é reconhecido, a primeira coisa que pensei foi: fazer música do jeito que acredito gera frutos.

Eu não sou, pelo menos ainda, um artista mainstream, muito menos naquela época. Então, ganhar os três prêmios aos quais concorri, sendo um cara negro de Osasco, vindo da música independente, recente, me prova que fazer música pela arte, batalhar por isso, também é possível. Às vezes desacreditamos que dá para chegar tão longe. Eu sinceramente não achava, por mais que sonhasse. Pegar o prêmio na mão, com meus irmãos ali comigo, me dá a certeza de que é possível.

Muita gente me conheceu por causa disso. Minha agenda começou a lotar cada vez mais. De fato, facilita as coisas, porque precisamos de oportunidade para chegar nos lugares.

No Grammy, essas vitórias costumavam ser de quem estava em gravadora, no mainstream. Hoje, há outros artistas circulando de forma totalmente independente. A pessoa coloca a música no YouTube, viraliza, e ganha a oportunidade de se apresentar no palco. Às vezes, a pessoa nem tem repertório completo ainda. Como você enxerga esse momento da música?

Eu tenho um contrato com gravadora hoje, mas é muito bacana ver que não é mais obrigatório. Temos um novo mercado, com outras dificuldades também, não está tudo maravilhoso, mas acho que, com as plataformas de streaming, YouTube e tudo mais, houve uma certa democratização. Todo mundo pode tentar.

Ao mesmo tempo em que estamos nessa era da atenção disputada, em que o público tem mais dificuldade de ouvir um disco inteiro, não precisamos mais de alguém com muito dinheiro por trás para funcionar. É possível fazer sua música do seu jeito, criar um público, viajar o Brasil, e, de repente, o mundo.

E viralizar não precisa ser o objetivo. Você não precisa ser cantor de streaming para pagar as contas fazendo o que ama. Tem que trabalhar muito, se esforçar bastante, estudar para caramba, mas é possível. Claro, sempre precisamos de oportunidade, de ajuda, de equipe. Ninguém faz nada sozinho. Mas existem facilidades novas que tornam esse momento melhor para se arriscar a fazer arte, música, mesmo com um monte de dificuldade ainda.

A música Ouro Marrom, do álbum Se o Meu Peito Fosse um Mundo, de 2023, fala sobre a experiência de ser um homem negro no Brasil e os sonhos para a comunidade negra. De que forma a arte pode ser uma ferramenta para combater o racismo estrutural no país?

Acredito que temos evoluído nas discussões, mas, ao mesmo tempo, o Brasil é um país com tanta desigualdade, opressão, tanta coisa acontecendo, que tem muita gente preocupada em pagar as contas amanhã, em comer hoje. Às vezes, não dá tempo de ver a palestra do fulano. Então acho que a arte consegue levar a discussão de um jeito mais fácil. Você está ali ouvindo uma música, e, se parar para pensar um pouquinho no que a pessoa está cantando, você fala: “Caramba, é sobre isso.”

Que tenhamos sempre artistas que se preocupem em falar sobre questões como essas porque facilita para todo mundo. Precisamos evoluir sempre como sociedade. Eu acredito muito no que a Nina Simone dizia, que o artista deve ser um reflexo do seu tempo. Então acho muito importante que, de vez em quando, abordemos esses assuntos. Mas também não precisa ser o tempo todo, justamente por tudo isso que falei. Temos que ter o direito de, às vezes, não pensar em nada, só nos divertirmos. E está tudo bem também.

Para ouvir e assistir

O jornal Conexão BdF vai ao ar em duas edições, de segunda a sexta-feira, uma às 9h e outra às 17h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo, com transmissão simultânea também pelo YouTube do Brasil de Fato.

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