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POLÍTICAS PÚBLICAS

Opinião | A relação entre desigualdade, periferia e esgoto na metrópole do Recife

Instituto Trata Brasil mostra que quase metade de sua população (45,2%) da RMR vive sem coleta adequada de esgoto (2021)

16.abr.2024 às 16h00
Recife (PE)
Redação

Censo 2022, do IBGE, aponta que cerca de um quarto das moradias do Recife não possuem descarte adequado de esgoto - Arnaldo Souza

Por Arnaldo Souza*

O Recife é marcado por uma diversidade cultural rica e por uma história dinâmica que o caracteriza como uma das principais metrópoles do país e uma referência no Nordeste brasileiro. No entanto, por trás das suas belezas e vitalidade, reside uma realidade de desigualdade social profunda que se manifesta de maneira alarmante nos territórios periféricos urbanos, onde a população convive há décadas com ausência ou precariedade de serviços essenciais como esgotamento sanitário.

Dados do Saneamento Brasil, do Instituto Trata Brasil, destacam que a Região Metropolitana do Recife (RMR) apresentava, segundo estimativas para o ano de 2021, quase metade de sua população (45,2%) sem coleta de esgoto, o que supera a média nacional de 44,2%. O Recife, que abrange apenas cerca de 8% do território metropolitano, concentrava 34,7% dos residentes da RMR sem o aos serviços de coleta de esgoto. No âmbito do próprio município, esse percentual corresponde a mais da metade (55%) da população residente.

Confirmando essa perspectiva, dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do Censo Demográfico de 2022, demonstram que aproximadamente um quarto das moradias no Recife não contam com descarte adequado do esgoto doméstico.

Associado a isso, com base no Índice de Gini, a RMR se destaca como a segunda mais desigual do país e também apresenta a menor renda média per capita entre os 40% mais pobres das metrópoles do Nordeste. Essa disparidade se reflete em diferentes problemas urbanos, incluindo o o a serviços essenciais, como o saneamento básico.

Dados esses aspectos, no contexto urbano do Recife, ressalta-se um histórico marcado pela carência significativa de infraestruturas de esgoto e um padrão de distribuição das infraestruturas existentes ligado a uma profunda desigualdade socioespacial. Ao longo de décadas de gestão predominantemente pública, localidades relativamente privilegiadas, frequentemente, concentraram maiores investimentos, enquanto áreas menos favorecidas foram sistematicamente negligenciadas.

O favorecimento dessas regiões privilegiadas, em detrimento das áreas mais carentes, ilustra vividamente uma lógica de manutenção da desigualdade perpetuada através das políticas urbanas. Mesmo a proximidade geográfica de áreas pobres a redutos de riqueza, casos comuns no Recife, isso não se traduz em benefícios iguais entre essas áreas. Ao contrário, a desigualdade é acentuada, fortalecendo a constatação de que a distribuição desigual de recursos e serviços urbanos está diretamente ligada à estrutura social.

Nas periferias do Recife, é comum encontrar ruas estreitas e sinuosas, onde o esgoto flui livremente a céu aberto, sem qualquer tipo de tratamento. Esse cenário insalubre é um lembrete diário da disparidade de condições de vida entre os bairros mais ricos e os mais pobres da cidade. Enquanto em algumas áreas o esgoto é devidamente coletado e tratado, nas comunidades periféricas, o o a esse serviço básico é um benefício inalcançável para muitos.

À medida que os bairros mais ricos recebem atenção prioritária das autoridades municipais e estaduais, as comunidades mais pobres são deixadas à margem, sendo levadas a buscar soluções particulares, frequentemente inadequadas, para o descarte do esgoto. Esta é uma manifestação flagrante da injustiça social que permeia nossa sociedade.

Para enfrentar esse problema complexo, é necessário um compromisso sério por parte das autoridades competentes, bem como da sociedade civil e do setor privado. É preciso investir em projetos de infraestrutura que levem o saneamento básico para todas as comunidades, independentemente de sua localização geográfica ou condição socioeconômica. Além disso, é fundamental implementar políticas públicas inclusivas que garantam o o universal aos serviços básicos como saneamento, que influencia tantas outras áreas como saúde, habitação, meio ambiente e qualidade de vida.

O ano das eleições municipais oferece uma oportunidade singular para abordar essa problemática e debater soluções. Como equilibrar a oferta de serviços essenciais de saneamento na metrópole do Recife? Como o Estado pode preencher as lacunas e preparar as bases necessárias para avançar significativamente na oferta dos serviços de esgoto? É dever da sociedade levantar essas questões e cobrar o comprometimento com ações concretas por parte dos seus representantes.

*Arnaldo Souza é bacharel em Gestão de Políticas Públicas, doutor em Desenvolvimento Urbano pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Pesquisador do Observatório das Metrópoles – Núcleo Recife.

Editado por: Vinicius Sobreira
Tags: abastecimento de águaáguanordestepernambucorecifesaneamento
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