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entrevista

COP30 tem ativista climática de Realengo, zona oeste do Rio, nomeada por Lula para representar juventude global 

Conheça a trajetória e as ideias de Marcele Oliveira para incluir as periferias nas soluções climáticas

04.jun.2025 às 13h13
Rio de Janeiro (RJ)
Clivia Mesquita
COP30 tem ativista climática de Realengo, zona oeste do Rio, nomeada por Lula para representar juventude global 

“Precisamos abandonar cultura de destruição e fim do mundo", afirma Marcele Oliveira - Gabriel Della Giustina/COP30

O que a luta pela implementação de um parque verde em Realengo, bairro periférico na zona oeste do Rio, tem a ver com a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) no Brasil? Nomeada pelo presidente Lula para assumir o posto de Jovem Campeã do Clima da Presidência da COP30, Marcele Oliveira participou ativamente na mobilização que abriu espaço para uma política de parques urbanos nas periferias cariocas.  

“Em Realengo, hoje, não temos só um parque, mas uma política pública de parques urbanos e ecológicos nas periferias da cidade do Rio. Isso quer dizer que uma mudança significativa para uma cidade inteira veio através do sonho de moradores periféricos e da expressão desses sonhos no legislativo, mas também nas ruas, redes e mentes”, afirmou Oliveira ao Brasil de Fato.

A presidência no Brasil na COP30, que acontece em novembro, em Belém, no Pará, é a segunda no mundo com representação de uma jovem campeã climática. O processo se deu por um edital que teve 154 jovens inscritos. A função foi criada na COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2023, e implementada no ano seguinte.  

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A produtora cultural, comunicadora e ativista climática defende a relação ancestral com os biomas, e propõe uma mudança de paradigma para pautar soluções a partir dos territórios: “Precisamos abandonar essa cultura de destruição e fim do mundo que está colocada e nos mover no sentido de utilizar a criatividade e as expressões artísticas como estratégia”, enfatiza Oliveira.

A jovem, de 26 anos, esteve presente nas últimas três Conferências do Clima, é cofundadora da coalizão ‘O Clima é de Mudança’, diretora-executiva do Perifalab, e faz parte do programa Negociadora Jovem do Clima pela Secretaria de Meio Ambiente e Clima do Rio. Atua ainda como pesquisadora na interlocução de práticas culturais e combate às consequências das mudanças climáticas nas periferias.

Leia a entrevista completa:

Brasil de Fato – Sua atuação comunitária teve como resultado a criação do primeiro parque verde em Realengo, como foi essa mobilização? 

Marcele Oliveira – Venho de um território em Realengo onde uma luta histórica pela implementação de um parque verde transformou a minha forma de perceber o meu bioma, Mata Atlântica, e os impactos do racismo ambiental no meu dia a dia, onde de dentro do trem atravessando a cidade eu percebia o verde sumir na periferia e reaparecer nas zonas mais nobres. 

Em Realengo hoje não temos só um parque, mas uma política pública de parques urbanos e ecológicos nas periferias da cidade do Rio. Isso quer dizer que uma mudança significativa para uma cidade inteira veio através do sonho de moradores periféricos e da expressão desses sonhos no legislativo, mas também nas ruas, redes e mentes. 

Na época, fizemos uma ocupação artístico-cultural nas calçadas de onde hoje existe o Parque Realengo Susana Naspolini, a Ocupação Parquinho Verde, e foi lá que vi a educação climática e conscientização ambiental acontecendo na prática, abordando os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU e as questões do território como ilhas de calor e enchentes. 

Com a ocupação, veio a Agenda Realengo 2030, que apoiando o Movimento Parque Realengo Verde, segue em defesa da ampliação do nosso parque para a outra metade que continua visada pela especulação imobiliária. Nós não precisamos, em nenhum lugar do mundo, de mais prédios e construções de concreto. Essa é uma forma desatualizada de pensar em desenvolvimento, desconsiderando a sociobiodiversidade dos territórios. 

Do que estamos falando quando o assunto é justiça climática e por que a juventude negra e periférica deve ser protagonista nesse debate? 

As juventudes periféricas são afetadas diretamente pelas mudanças climáticas. Crianças e adolescentes em diferentes contextos estão lidando com escolhas que não fizeram, de árvores derrubadas a prédios construídos arbitrariamente. O racismo ambiental opera dessa forma, como aconteceu no meu bairro em Realengo, ditando um modo de vida nada sustentável para CEPs e tons de pele específicos. 

A questão é que quem vive na pele as consequências dessas decisões também sabe possíveis soluções para os momentos de onda de calor, enchentes e secas. 

A solução somos nós, juventudes periféricas, indígenas, ribeirinhas, extrativistas, que possuem relação com os biomas de forma ancestral e estão pautando uma mudança sistêmica para o mundo a partir dos próprios territórios, com criatividade e mão na massa, como, por exemplo, em hortas comunitárias, tetos verdes, geração cidadã de dados e projetos de educação ambiental. 

Qual o papel da Jovem Campeã Climática na presidência do Brasil na COP30? 

O papel foi criado na COP28. O objetivo foi garantir um papel estratégico para ampliar oportunidades de envolvimento da juventude mundial nos debates ambientais e contemplar a perspectiva das crianças e adolescentes nas propostas discutidas dentro das Cúpulas do Clima.

A primeira PYCC [Presidency Youth Climate Champion] foi a Leyla Hasanova, do Azerbaijão, durante a COP29, e o mandato do Brasil é o segundo no mundo! Aqui o processo se deu via edital de chamamento, onde 154 jovens se inscreveram, e 24 chegaram a uma lista de habilitação. 

A nomeação do presidente Lula vem com a responsabilidade de conduzir um caminho de ampla participação social no debate ambiental, dentro e fora dos portões da COP30, liderando o Mutirão Global contra Mudança do Clima pela perspectiva das juventudes, dos nossos biomas, dos povos originários, da América Latina e do Sul Global. 

Que temas a juventude global considera mais urgentes avançar nas negociações climáticas? 

Todas as linhas de negociação são importantes, mas aproveito para reforçar o que a terceira carta da Presidência da COP30 recém-publicada diz: é central avançar com Adaptação, transição justa e a implementação do Balanço Global do Acordo de Paris. 

Esses avanços são os que podem gerar impactos diretos no debate de financiamento climático, essencial para as periferias do mundo e, portanto, para as juventudes que nelas vivem, já que sem recursos as recomendações não se transformam em ação. Se a pauta é ação climática, vale a pena também mencionar que o financiamento público do nosso país muitas das vezes também não aporta o que deveria para suas juventudes. 

Marcele integrou a lista do Edital de Chamamento para o Jovem Campeão Climático, realizada pela Secretaria Nacional de Juventude (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

A pesquisa da Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável (COJOVEM), chamada “Fala, juventudes do Pará: Políticas públicas, juventudes paraenses e meio ambiente”, [e neste link] aponta que a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos, tem todas as pastas, incluindo juventudes, com apenas 15 mil reais anuais para promover e defender políticas públicas das juventudes. Dividindo para os 144 municípios, significa menos de 8 reais por mês aos municípios do estado sede da COP30. 

O que as juventudes estão apontando é que precisamos de uma agenda que aconteça hoje, e que vá do global ao local, garantindo bem viver as nossas crianças e adolescentes através de acordos efetivos nas esferas municipais, nacionais e internacionais. 

Que conselhos tem para os jovens que desejam gerar impacto nos seus bairros? E o que a cultura tem a ver com isso? 

Precisamos olhar com carinho para os nossos contextos, as nossas cidades, os nossos bairros. Entre rios e mares, não podemos nos permitir isolar pelo concreto e pelas condições precárias de estudo, trabalho e existência que estamos colocados.

É necessário políticas públicas com a perspectiva da justiça climática, racial, econômica e de gênero para nossa geração e, ao mesmo tempo, é necessária nossa participação nessas construções. 

Precisamos abandonar essa cultura de destruição e fim do mundo que está colocada e nos mover no sentido de utilizar, por exemplo, a criatividade e as expressões artísticas como estratégia para denunciar violências, negligências e absurdos e como plataforma para promover ondas de conscientização e combate a desinformação, promovendo um mutirão protagonizado pelas juventudes, que pode muito mais do que só alavancar a pauta climática. 

É a nossa vez, juventudes diversas e cada uma da sua forma, de dizer em que mundo queremos viver pelos próximos anos. O meu futuro é mais verde, com mais valorização das culturas tradicionais, com mais parques verdes nas periferias e mais dinheiro nos projetos liderados pelas juventudes!

Editado por: Vivian Virissimo
Tags: cop30riodejaneiro
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