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Racionais MCs

‘Não tem romantismo, é real’: KL Jay fala sobre a exposição do Racionais, cultura periférica e resistência

Mostra reúne objetos pessoais, letras e equipamentos da trajetória do grupo

30.maio.2025 às 22h04
São Paulo (SP)
Adele Robichez, José Eduardo Bernardes e Larissa Bohrer
DJ KL Jay foi entrevistado pelo Conexão BdF nesta sexta-feira (30)

DJ KL Jay foi entrevistado pelo Conexão BdF nesta sexta-feira (30) - Klaus Mitteldorf/Divulgação

Em entrevista ao Conexão BDF, da Rádio Brasil de Fato, Kléber Simões, o DJ KL Jay, celebrou o sucesso da exposição do Racionais MCs no Museu das Favelas, no centro de São Paulo, em cartaz desde dezembro e agora prorrogada até 31 de agosto. “Não tem muito romantismo, uma exposição muito real”, classifica.

Ele destaca a autenticidade da mostra, que já recebeu mais de 87 mil visitantes, e a força dos objetos pessoais reunidos: discos, figurinos, equipamentos analógicos e outros itens que atravessam os 36 anos do grupo.

O artista também comenta o papel dos espaços culturais na preservação da memória das periferias e na valorização do hip-hop nacional. “A cultura conta a história, diverte, toma nosso tempo, nos informa”. Ele também reflete sobre o reconhecimento acadêmico recente que o grupo recebeu, com o título de doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). “A rua sempre nos deu esse título”.

Ao comentar o avanço de projetos conservadores e a tentativa de criminalizar manifestações culturais negras, KL Jay foi direto. “Estamos em território inimigo. Os pretos sempre foram perseguidos, e sempre serão. Temos que saber disso e ficar atentos”. Para ele, o rap segue sendo uma ferramenta de denúncia, mas também de sobrevivência e construção coletiva. O artista acredita que o gênero precisa seguir autônomo, fora do jogo das gravadoras e das instituições que não representam seu povo.

Leia a entrevita na íntegra:

A exposição dos Racionais no Museu das Favelas está em cartaz desde dezembro e já trouxe mais de 87 mil pessoas que se emocionaram com o que viram por lá. Premiada pelo seu valor cultural, a mostra foi prorrogada até 31 de agosto. Nos conte um pouco sobre isso.

A exposição está muito bonita, bem montada, organizada. Não tem muito romantismo, é uma exposição muito real, com os elementos — fotos, roupa, letras, equipamentos que usamos para fazer música, que eu usava para treinar. Tem todo o mérito de ser prorrogada. Foi muito bem pensada e é muito autêntica, original.

Como você vê a importância de espaços como o Museu das Favelas para preservar e valorizar a memória da cultura periférica e do hip-hop nacional?

Tudo que está relacionado à cultura, ao resgate cultural, é importante. A cultura é essencial para o povo, para as pessoas. A cultura conta a história, diverte, toma nosso tempo, nos informa. O Museu das Favelas vem cumprindo isso aí. E muito bem localizado, na fundação de São Paulo.

Qual foi o critério para selecionar o material que entraria, ou não, na mostra?

Eu, particularmente, quis resgatar os objetos que eu usei desde o começo dos Racionais e também da minha carreira. Então tem meu toca-disco da Garrard, de madeirinha, que comprei quando era office boy. Tem também os discos que usávamos para fazer show quando não tinha a fase digital, quando só tocávamos com vinil. Fiz questão de mostrar os discos, os filtros que eu colocava no toca-disco, as máquinas com as quais fazíamos música, a MPC da Akai, essas coisas. Roupa, camisa, bermuda, tudo que eu usei nesses 36 anos.

A mostra enfatiza valores como união, lealdade e coragem. Como esses princípios influenciaram suas escolhas artísticas e pessoais, dentro e fora dos Racionais?

Os três [demais participantes] me ensinaram muitos valores. Um foi ensinando para o outro. Mas o princípio, aquela ideia do que você quer ser, fazer, falar, qual o tipo de som… Isso tínhamos meio maduro, meio verde ainda. Com os Racionais, amadureceu. Acho que a grande jogada é fazer um som original, real. Não se corromper. Não qualquer contrato com qualquer gravadora. Não deixar a gravadora manipular, mudar o som, tirar sua originalidade.

Você acredita que o Racionais conseguiu se preservar na era digital por conta disso?

Seguimos o exemplo de muitos grupos norte-americanos e de uma mentalidade que o hip-hop tem, de ser independente. Nos inspiramos muito no próprio Gog, que há 33 anos lançou o selo dele, independente. Também no Eazy-E, no N.W.A, que lançaram um selo independente. No próprio Jay-Z. Pensamos: “Nós podemos fazer isso também”. O hip-hop nasceu assim, independente. E preservamos, mantivemos isso ao longo dos anos.

O Racionais recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Unicamp, vocês quatro foram reconhecidos como intelectuais que dialogam com o pensamento social brasileiro. De que forma esse reconhecimento acadêmico pode fortalecer a luta por direitos das populações negras? Você acredita que a universidade pública brasileira tem avançado na inclusão de vozes periféricas nos seus espaços?

Com todo respeito à universidade, a todas as universidades, e a todos os títulos que ganhamos academicamente, esse título o Racionais sempre teve. A rua sempre nos deu esse título. A rua sempre teve esse respeito. Ganhar esse título de forma acadêmica é muito bom porque você influencia os estudantes, outras universidades. A educação, o estudo, a formação é muito importante para a nossa formação pessoal. Quando estudamos, amos a ver o mundo de outra maneira, conseguimos um emprego melhor, aprendemos a falar, as leis. É um título importante, mas não dá para esquecer da rua.

Tivemos recentemente a reafirmação da Lei de Cotas. Como você vê a importância disso?

Não deveria nem ter cota em universidade, em escola. O ensino deveria ser gratuito e de alto nível para todos. Era mais ou menos assim há 40, 50 anos. Estudei numa escola pública muito boa quando eu tinha 9, 10 anos. Isso foi mudando com o tempo. A qualidade e o nível de ensino foram caindo. Então por mais que eu ache que educação e saúde têm que ser gratuitas e de alto nível, é importante lutarmos por cotas, sim, porque tem muita gente boa por aí. Gente inteligente, com capacidades incríveis, mas que não tem o, dinheiro, herança, condição, mora longe. Muita gente pode ser resgatada, e isso é bom para o país. Lamento que tenhamos que lutar por isso. Mas não somos um povo só. Se fôssemos todos pretos, japoneses ou chineses, seria mais fácil. O Brasil ainda tem muita mentalidade de colônia. É difícil governar um país assim. Como vamos ter cota para quem é 55% da população? Quem precisa de cota?

A CCJ da Câmara de São Paulo aprovou um projeto de lei da vereadora Amanda Venturazzi (União Brasil), que visa impedir a contratação de artistas e eventos voltados ao público infantojuvenil que façam “apologia ao crime organizado ou às drogas”. Isso nos lembra da perseguição e censura que o Racionais enfrentou nos anos 90. Como você enxerga essa continuidade da repressão do Estado à juventude e cultura negras?

Os Racionais são exímios contadores de histórias. Não tem incentivo nenhum ao uso de droga ou prática de crimes. Atualmente, quem incentiva muito o uso de arma, de droga, de golpe de Estado é a música sertaneja. Estamos em território inimigo. Os pretos sempre foram perseguidos, e sempre serão. Temos que saber disso e ficar atentos. Embora o Estado tenha a obrigação de servir toda a população, ou pelo menos a maioria dela, infelizmente, não dá para contar com ele. Então, essa lei, para mim, não significa nada, não faz diferença nenhuma. Eu sou autônomo, sou independente. Não preciso dela. Infelizmente, outros precisam. E a mentalidade colonial imperando, de dono de escravo, fazendeiro ganancioso, que quer tudo para ele. Isso está diretamente ligado à política e à religião. Essa mentalidade não vai acabar. Eu sugiro que quem faz música preta não dependa do Estado.

Em tempos de avanços de discursos conservadores e de tanto retrocesso social, como fica o rap, que bate direto na questão do racismo estrutural, da pobreza, da exclusão? A responsabilidade que vocês carregam aumenta?

Eu penso que a nossa responsabilidade é dar o exemplo de como sobreviver a tudo isso. Para eles não pega nada porque eles são brancos, fazendeiros, católicos, racistas. Eles têm muita influência no governo e na mídia, muito dinheiro. O rap tem que dar o exemplo, mas não se expor tanto, ficar fora desse game. Não adianta entrar nesse jogo, quem vai ganhar vão ser sempre eles. Dar independência, autonomia. Montar empresa, ser independente, guardar dinheiro, ajudar quem quer ser ajudado. Não tem muito tempo para ficar ostentando carro, cordão de ouro. É estar na base sempre, montar sua própria estrutura. O exemplo, para mim, é esse.

Para ouvir e assistir

O BdF Entrevista vai ao ar de segunda a sexta-feira, sempre às 21h, na Rádio Brasil de Fato, 98.9 FM na Grande São Paulo. No YouTube do Brasil de Fato o programa é veiculado às 19h.

Editado por: Thalita Pires
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