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Opinião

Reforma Agrária Popular para restaurar a Mata Atlântica

A agroecologia pode preservar o que resta dos biomas originários, produzindo comida de verdade

30.maio.2023 às 17h47
Paraná
João Flávio Borba

Seleção de açaí Jussara na comunidade Dom Balduíno - Tarcísio Leopoldo

O interior do estado do Paraná foi feito propaganda na primeira metade do século 20 como um novo "Eldorado": lugar de fácil e rápida acumulação de riqueza através da exploração do potencial natural que ali existia. Empresas privadas, sobretudo de capital externo como o inglês (era o império econômico do período), detentoras de concessões do governo brasileiro, abriram estradas e algumas ferrovias, criaram núcleos urbanos, lotearam glebas e construíram a propaganda. 

Pessoas oriundas de diversas regiões do Brasil e também de fora, com as mais diversas condições, motivações e interesses viriam a povoar esse território. Toda a natureza de conflitos constituiria a identidade desses locais, mas uma coisa era consenso: as florestas tropicais "precisavam ser desbravadas" para dar lugar às lavouras e pastagens. Esse ritmo fez com que a Mata Atlântica exuberante que cobria quase a totalidade do Estado do Paraná (quase 20 milhões de hectares de território) fosse reduzida a menos de 5% num período de cerca de 50 anos.

A vastidão de campos abertos fez, por exemplo, com que as florestas do popular pinheiro do Paraná, a Araucária (Araucaria angustifolia) das regiões altas, frias e mais chuvosas se reduzissem a menos de 6% de sua originalidade. Nas áreas mais baixas, mais quentes e com estações secas mais bem definidas, espécies endêmicas quase foram extintas, a exemplo da Peroba Rosa (Aspidosperma polyneuron). Ambas espécies climácicas em seus biomas e afetadas pela ambição acerca do valor de suas madeiras.

A partir dos anos da década de 1980, ocorreu a substituição de ciclos econômicos no campo. Áreas antes ocupadas por café ou algodão ao Norte do Estado foram sendo substituídas por lavouras de grãos, cana de açúcar e expansão de pastagens. A partir do ano 2000, no entanto, com o rearranjo do capitalismo na agricultura, o então Agronegócio redesenhou o território paranaense para a produção de commodities, principalmente soja, celulose e cana de açúcar. Esse movimento que persiste até a atualidade continua exercendo pressão sobre a presença do que existe da Mata Atlântica no Paraná, ao lado do crescimento desordenado de ambientes urbanos.

Ao largo dos últimos 40 anos, fruto das contradições sociais geradas pela concentração de terra e riqueza no campo, dos crimes ambientais do latifúndio e do agronegócio; foram conquistadas através da pressão da luta popular do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), políticas públicas de projetos de assentamentos. São cerca de 330 assentamentos no Paraná com mais de 18 mil famílias. Outras cerca de seis mil famílias aguardam regularização de suas áreas ocupadas. Territórios estes que com força, através de um programa agrário nacional do MST, constroem na prática uma Reforma Agrária Popular. Na centralidade estão ações para o desenvolvimento dos territórios através da Agroecologia. E, com isso, a preservação, a conservação e a restauração da Mata Atlântica.

Para melhor didática, a espécie clássica e conhecida: a palmeira Juçara (Euterpe edulis), presente na lista das ameaçadas de extinção na Mata Atlântica, devido à exploração descontrolada do palmito, faz parte de modelos agroflorestais de famílias assentadas e acampadas pelo interior do Paraná. A extração da polpa das frutas da juçara tem rendido orçamento significativo para as famílias que transformam o produto em polpa de suco, geleias e outros derivados.

O MST lançou um plano de caráter nacional, no começo de 2020, visando a defesa dos diversos biomas brasileiros. É o Plano "Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis". Tendo foco em plantar 100 milhões de árvores em todo país durante uma década gerando benefícios ecológicos assim como socioeconômico para as famílias envolvidas.

No Paraná, tendo como meta uma décima parte desse compromisso nacional, o MST planeja celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente (05/06) com a semeadura de 4 toneladas de sementes (ao menos quase três milhões de caroços) da palmeira Juçara. Será realizado nos dias 6 e 7 de junho na área de reserva ambiental coletiva da comunidade Dom Thomas Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu.

O evento será a "1ª Festa da Semeadura da Palmeira Juçara". Conta com apoios estratégicos como o da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) – Campus de Laranjeiras do Sul (PR) e do Instituto de Água e Terra do Paraná (IAT). Alianças importantes, visto que o compromisso com a preservação da Mata Atlântica pertence a toda a sociedade para além das famílias camponesas nos territórios.

Nesses tempos de catástrofe ambiental e social, com queimadas como método para desmatar, liberação sem freio de toda a classe de venenos na agropecuária, além do absurdo da realização de trabalho escravo como parte do negócios do agro, crimes estes gerado pela ambição do capitalismo no campo; famílias camponesas do MST querem dar prova de que produzir alimento saudável, diversificado, em quantidade, ível a todos e todas e preservando a natureza, sim é possível, já germina, e só se realizará por completo com uma reforma agrária popular profunda e ampla em todo o país.

*Engenheiro Agrônomo, membro da Direção Estadual do MST no estado do Paraná e compõe a articulação do Plano Nacional “Plantar Árvores, Produzir Alimentos Saudáveis"
 

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
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