Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Luta indígena

Nhandereko: o modo de vida que deve mudar a Floresta Estadual Metropolitana em Piraquara

"Nos propomos a isso: a revitalização dos rios e ao reflorestamento do local com plantas nativas", diz Eloy Jacintho

23.set.2021 às 09h25
Curitiba (PR)
Julia Pozzetti

Com a retomada dessas terras, tem-se em vista também a recuperação de saberes ancestrais - Foto: Giorgia Prates

Na tarde dessa quarta feira (22), as famílias dos povos Kaingang e Guarani Nhandewa, que estavam acampadas a dois meses na Floresta Estadual de Piraquara (PR), conseguiram a autorização do Estado para permanecer no local. Segundo Eloy Jacintho, liderança indígena no Paraná, a floresta estava abandonada pelo Estado. Ele explica que o projeto de retomada não se limita a ocupar o espaço para a moradia de famílias indígenas: o nhandereko, que é o modo de vida indígena, tem o cuidado com o meio ambiente e, por isso, a revitalização das nascentes e o reflorestamento devem ser empreendidos na Floresta Metropolitana.

Segundo Eloy, “a retomada pretende trazer uma finalidade para essa floresta, que é a preservação pelo nhandereko, o modo de vida indígena de preservar, de cuidar, de pensar nas futuras gerações.”

Por conta do abandono, a Floresta Estadual de Piraquara hoje é ponto queima de lixo e rota para fuga do presídio no bairro próximo, segundo os moradores da região. Eloy também aponta que o rio que corta a floresta tem sido usado de despejo para o esgoto do município, e que o local, revestido de eucaliptos, está com o solo degradado.

"Os Kaingang reflorestaram com araucárias toda a terra deles, e nos propomos a isso, a revitalização dos rios e ao reflorestamento do local com plantas nativas; […] Os moradores contam que podiam vir aqui muito antigamente, quando aqui ainda se tinham espaços coletivos, como o campo de futebol. Vinham para ear com suas famílias, e até mesmo nadar no rio", diz Eloy.


Finalidade da retomara é "a preservação pelo nhandereko, o modo de vida indígena de preservar, de cuidar, de pensar nas futuras gerações.” / Foto: Giorgia Prates

Com o reflorestamento de espécies nativas, é natural que as nascentes se recuperem, pois é a transpiração da mata que torna o ciclo d’água possível. Eloy garante que a repetição do mesmo processo em outros locais pode levar a uma melhora na seca que assola o Paraná e tem provocado a crise hídrica em Curitiba e região metropolitana.

Outro projeto para a floresta é um centro de formação sobre história e direito indígena. Os Kaingang e os Guarani foram alguns dos primeiros povos habitantes de que se tem conhecimento no estado do Paraná. No século XIX, foram expulsos de suas terras por Dom João VI, que pretendia abrir caminhos para o Porto de Paranaguá. Com o centro de formação, esses povos terão a oportunidade de contar a versão decolonial (que desconstrói a narrativa colonizadora) da história.

“Quando você fala no descobrimento, não existe descobrimento, quando você fala em aldeia, que aldeia? Eu me reconheço em um território Guarani, que transcende os espaços geográficos criados pós colonização. O que é índio? Eu não sou índio, sou Guarani Nhandewa”, explica Eloy.


Reflorestamento de espécies nativas e centro de formação estão nos projetos da retomada / Foto: Giorgia Prates

Até mesmo o conceito de aldeia não partiu dos povos originários, esse agrupamento criado pelo branco serviu para controlar a expansão indígena. Por isso que a diferenciação entre retomada de território e retomada de aldeia é tão importante. A retomada de território transcende os espaços delimitados pelo branco e os ideais de aldeia criados por ele. A noção de cacique, entre outras, é revista por essas famílias, que se propõem a novas formas de organização e liderança.

Sobretudo, com a retomada dessas terras, tem-se em vista também a recuperação de saberes ancestrais, a partir do retorno às línguas nativas, dos cantos sagrados e demais práticas culturais originárias. Só assim esses povos, que vêm sofrendo séculos de extermínio, podem assegurar a sobrevivência de sua história e de seus saberes.

Editado por: Lia Bianchini
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

SEM RETROCESSOS

Ato contra ‘PL da Devastação’ e em defesa do meio ambiente acontece neste domingo (1),  em BH

Vitória

Após 8 anos, atingidos por barragens da Chapada Diamantina (BA) conquistam direito à Assessoria Técnica Independente

Pacote da Destruição

Protesto contra PL da Devastação dá início à Semana do Meio Ambiente na capital gaúcha

Américas

Pelo menos 415 pessoas morreram nas prisões durante o estado de exceção em El Salvador, denunciam organizações

Editorial

Cracolândia: o boato do ‘fim’, perguntas e certezas sobre um dos territórios mais cobiçados de SP

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.