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Cultura Popular

Pífano: uma tradição cultural do Nordeste

Associado, principalmente, às bandas cabaçais, suas origens têm influências indígena, europeia, africana e árabe

01.maio.2021 às 11h15
João Pessoa - PB
Articulista

Zabé da Loca, uma das mais conhecidas pifeiras e expressão cultural do sertão nordestino. - Reprodução

Por Alice S. Lumi e Lucas  de Lima W. Resende

 

Pífano (substantivo masculino) – Conhecido como pífaro em Portugal e piffero na Itália, na tradição do nordeste brasileiro, o pífano, ou apenas pife, é um tipo de flauta popular, em formato de cilindro, encontrada em diversos materiais como bambu, taboca, taquara, ferro, alumínio, e até mesmo em tubo PVC. Possui sete orifícios: o da embocadura e os outros seis digitadores. Por ser uma flauta transversal, simples, aberta e com digitadores, sua classificação, pelo sistema Hornbostel-Sachs, seria 4.2.1.1.2.1.1.2. 

A principal expressão à qual associou-se é a das bandas cabaçais: conjuntos de tambores (antigamente feitos de cabaça, daí o nome) e pífanos, que tocam em diversas situações sociais, sejam religiosas ou seculares. Erivan Silva e Elinaldo Braga nos mostram que há quatro fontes de influência para sua origem e desenvolvimento no território brasileiro: a indígena, a europeia, a africana e a árabe. 

Na cultura indígena constam diversos tipos de flautas, mas Martin Braunwieser aponta que os pífanos chegam de vez nas mãos dos portugueses não só com a chegada de músicos e bandas marciais, mas também para serem usados nos conjuntos musicais organizados pelos jesuítas como estratégia de catequese dos índios. 

Câmara Cascudo nos conta sobre o “Bombo”, nome dado a um tipo de conjunto musical muito popular em Portugal composto por dois bombos (zabumba), tambores, ferrinhos (triângulo) e pífanos. Além disso, segundo Erivan Silva:

Tenório Rocha cita uma versão africana defendida por Abelardo que encontra semelhanças com as orquestras africanas de São Tomé. Regina Cajazeira salienta a descrição da presença dessas bandas nas danças de negros no Nordeste de Diégues Júnior, quando das suas notas colhidas no estado de Alagoas e Pernambuco.

O mesmo Erivan Silva também reforça a influência africana, exemplificada pelos duos de flautas malinkes: “constatei as semelhanças apontadas pela orientadora [Alice Satomi], nos ornamentos melódicos e nos intervalos harmônicos, a partir do dueto de flautas da Baoulé, cuja audição dá pra confundir com os nossos pifes cabaçais”, sobretudo, no modo de tocar os ostinatos do ritmo caboré, intervalos entre as flautas, ornamentos como portamentos e mordentes que trazem sotaques melódicos para o nosso território. 

A afinação é determinada não apenas pela construção e temperamento do instrumento, mas também pelo tipo de sopro e embocadura do pifeiro. Como recurso, utiliza-se a técnica do “meio furo”, possibilitando a execução de uma grande quantidade de modos e escalas, inclusive cromatismos, quartos de tom, terças neutras — quando tocadas em conjunto, são notas que podem variar sua frequência, podendo formar intervalos maiores, menores — e até glissandos. 

Conforme Carlos Pedrasse, os pífanos mais comuns são o "Meia-Regra (40-45 cm), o Três–Quartos (48-50cm) e o Regra-Inteira (de meio metro acima)” (2002, p.141). Geralmente, essas nomenclaturas correspondem, respectivamente, às tonalidades de Sol Maior, Lá Maior e Fá Maior. 

No contexto da música nordestina (especialmente no interior de Pernambuco, Paraíba e Ceará), as bandas cabaçais, tradicionalmente, são compostas por bombo, caixa, algum tambor médio grave e dois pífanos, ou, menos recorrente, três ou mais, que tocam melodias emparelhadas em terças, sextas, quintas. Também são chamadas de zabumba, esquenta-muié, terno-de-oreia, quebra-resguardo, entre outras denominações.
 
Historicamente, essas bandas atuaram em festividades do catolicismo popular, participando de romarias, procissões e novenas, mas também sempre participaram de festividades profanas/populares.  Mais recentemente, foram se encaixando no conjunto ganzá, triângulo, pandeiro (por influência do côco, baião, forró) e pratos (por influência das bandas marciais e de contextos mais urbanizados). Muitas fizeram sucesso e entraram no circuito fonográfico. Seus repertórios, portanto, sempre foram amplos: tocam benditos, marchas, valsas, galopes, rodas, modinha; da mesma maneira, aram a tocar côco, baião, forró, frevo, xote, etc. 

Alguns dos mais conhecidos pifeiros foram Irmãos Aniceto (CE), Zabé da Loca (PE/PB), Sebastião Biano e sua Banda de Pífanos de Caruaru (PE), João do Pife (PE), Edmilson do Pife (PE), Manoel Inácio e sua banda Os Inácios (PB), Banda de Pífanos de São José de Piranhas (PB). Alguns dos exemplos mais recentes são Carlos Malta (RJ), Alexandre Rodrigues e Pife Urbano (PE), Banda Avuô (PB), Banda de Pífanos Caju Pinga Fogo (PI).
 

Publicado originalmente no site da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, na página do Laboratório de Estudos Etnomusicológicos – LABEET.

Editado por: Cida Alves
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