Seriam os vírus "seres vivos"? Não apresentam ciclo de vida. São como produtos de máquina, todos idênticos, salvos aqueles casos de "erros de produção" que geram mutações. A "máquina" é o organismo hospedeiro, e o controle do processo virótico se resume ao bloqueio do processo de replicação. Como cadeiras de plástico…
Não nascem e crescem e morrem, mas eventualmente "quebram", deixam de funcionar. E eventualmente apresentam alterações de modelo, que as tornam mais "populosas", de maior aceitação e dispersão. O funcionamento é um simples processo de replicação, um comando que faz a máquina hospedeira produzir outros indivíduos, cadeiras ou vírus, com comportamento e funções idênticas.
Portanto, não dá pra "matar" um vírus, o que se pode fazer é fortalecer o organismo, para que ele rejeite o "comando" de replicação. Trata-se de mecanismo de controle "do todo", e como se vê, com uma lógica operacional que reproduz um conceito natural: eliminar os mais fracos… muito ruim porque os mais fracos serão aqueles que, dentre os biologicamente fracos, não conseguirem o aos mecanismos que levam ao bloqueio do processo de replicação do vírus. Os mais pobres, os mais mal alimentados, os com menor o a informações. Os desvalidos. Os abandonados pelo governo fratricida, que mandou os médicos cubanos embora, que desmontou o Sistema Único de Saúde (SUS), que vendeu a capacidade de desenvolvimento nacional, destruiu o ensino e a pesquisa, estimulou a queima da Amazônia, colocou 3 milhões na fila do Bolsa Família e que agora chama seus tolos de cativeiro para aglomerações nas ruas das capitais. Comportamento virótico, que pode levar ao colapso social.
Este é um governo de comportamento virótico, e que se orgulha disso. Multiplica os seus, aqueles com comportamento irrefletido, destrutivo, mais do que desumano, verdadeira negação da vida.
Precisamos aprender com as leis naturais: é necessário fortalecer o organismo, proteger os mais fracos, isolar e tratar os contaminados, bloquear o processo de replicação. Em breve o feito do vírus se esvaziara por resposta à lei natural de que não há mal permanente, e todos ciclos encontram seu limite. Mas temos que colaborar, usando seu oposto. Nossa melhor arma é a solidariedade, fundamento básico do comportamento humano. E temos que agir conscientes de o comportamento virótico não será destruído, porque os vírus não são seres vivos, são contaminantes perigosos que, em grande número, podem destruir a vida.
* Engenheiro agrônomo, Mestre em Economia, Doutor em Engenharia de Produção. Membro do Movimento Ciência Cidadã (MCC), ocupa atualmente funções de vice-presidente regional sul da (ABA) Associação Brasileira de Agroecologia e coordenador adjunto do Fórum Gaúcho de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos (FGCiA). É professor colaborador da UFSC (Curso de Especialização em Agroecossistemas). Extensionista Rural aposentado, foi membro representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio (2008-2014).