Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • Nacional
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • |
  • Cultura
  • Opinião
  • Esportes
  • Cidades
  • Política
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

INTERESSES EM JOGO

A quem serve a requalificação urbana das nossas cidades?

Artigo | Projetos urbanos devem atender à toda população para garantir cidades efetivamente democráticas

15.jan.2020 às 18h54
Atualizado em 01.fev.2020 às 18h54
João Pessoa (PB)
Pedro Rossi
Largo de Tambaú, intervenção na orla de João Pessoa não foi objeto de concurso, recebeu quase 3 milhões de reais e não previu participação.

Largo de Tambaú, intervenção na orla de João Pessoa não foi objeto de concurso, recebeu quase 3 milhões de reais e não previu participação. - Pedro Rossi

No último dia 12 de janeiro, a edição de domingo do jornal Correio da Paraíba trouxe uma importante reflexão a respeito de questões urbanas de nossas cidades. Para o autor do artigo “Requalificação da Orla”, o advogado Valério Bronzeado afirma que, com a chegada do verão, cada vez mais a demanda pelas áreas turísticas do litoral de João Pessoa aumenta e, com isso, um sinal de alerta se acende sobre a necessidade de “requalificar, redimensionar e ampliar” essa região. O conteúdo do artigo revela verdades importantes, especialmente no que diz respeito à manutenção dos espaços públicos e a promoção qualitativa de sua diversidade de uso. Contudo, cabe aqui questionar: como é executada e a quem serve essa lógica de reestruturação urbana?

A rigor, todas as mudanças decorrentes do natural processo de qualquer crescimento deveriam vir acompanhadas de adaptações, manutenções e requalificações de suas preexistências urbanas. No entanto, como em várias cidades do país, em João Pessoa, a Prefeitura Municipal (PMJP) parece desconhecer ou não priorizar o discurso por trás da necessidade de realização de suas obras, sejam elas as concluídas, as que estão em curso ou aquelas que, como Bronzeado expõe, precisam ser planejadas. Como contribuição à reflexão, cabe destacar o processo participativo da população, abnegado pela atual gestão da PMJP e ausente nos últimos e principais projetos urbanos de grande impacto no município: Parque da Lagoa, Parque Ecológico Sanhauá, Requalificação da Av. Epitácio Pessoa, Largo de Tambaú, entre outros.

Se a população não estiver representada junto ao poder público e não fizer parte do processo que envolve as tomadas de decisão sobre os projetos que irão interferir em suas vidas, toda e qualquer intervenção continuará servindo, além do crescente turismo predatório, ao benefício prioritário das altas classes sociais historicamente privilegiadas da nossa sociedade.

Durante quase um século e até hoje, arquitetos, urbanistas, engenheiros, geógrafos, historiadores, antropólogos, sociólogos e uma boa parte de estudiosos e pesquisadores de diversas áreas vem buscando equacionar o problema do esvaziamento das áreas centrais em detrimento da expansão urbana. A precarização da moradia no Centro Histórico de João Pessoa, por exemplo, está ligada diretamente à esse fenômeno. Porém, como não atinge diretamente à pequena parcela dos detentores da maior fatia do capital que circula na cidade – que em sua maioria mora na praia – pouca ou nenhuma política pública foi executada de modo a inverter a lógica de produção do espaço urbano daquelas áreas marginalizadas ou das novas periferias, que pelo tempo de consolidação já constituem outras centralidades.

A reestruturação do corredor que compreende as praias urbanas da capital paraibana, ou de qualquer outra área dita “nobre” da cidade, não pode estar, sob hipótese alguma, dissociada do pensamento de que toda a população tem o direito de usufruir daquele espaço. É fundamental garantir a democratização e o o universal, em especial quando se tratam de obras estruturantes, com altíssimo valor de investimento público.

O texto publicado no Correio da Paraíba é cirúrgico ao lembrar da estratégia de concurso público de projeto como resposta para muitas intervenções urbanas. Concursos são formas legítimas de licitação e seu caráter amplo possibilita a participação de olhares profissionais técnicos menos míopes sobre a cidade, oferecendo ao poder público uma gama de soluções qualitativas para projetos complexos de grande impacto. No entanto, para além disso, não há como vislumbrar a tão necessária democratização do espaço urbano requalificado sem pensar em um plano que incentiva o o da população. De toda ela.

Em um país em que atualmente e pela primeira vez na história o custo com o transporte público está mais caro do que garantir comida na mesa, quem mora em bairros periféricos e distantes da praia, um dos lugares mais democráticos por natureza, dificilmente prioriza um eio de fim de tarde com a sua família na orla de nossas cidades. Soma-se à isso a limitação de mobilidade urbana em função da redução do serviço de ônibus em determinados momentos. Em horários alternativos ao do regime de trabalho, isto é, a partir de um certo horário e principalmente nos finais de semana, a população que depende desse sistema – como diria o geógrafo e grande intelectual brasileiro Milton Santos – se “exila nas periferias”, acentuando gradativamente um dos maiores problemas de nossas cidades atualmente: a segregação sócio-territorial.

*Pedro Rossi é arquiteto e urbanista, Conselheiro Superior do Instituto de Arquitetos do Brasil, coordenador do curso de arquitetura e urbanismo do UNIESP Centro Universitário e articulador do Núcleo PB do projeto BR Cidades.

Editado por: Heloisa De Sousa
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

IMPOSTO

Revisão do IOF pode destravar combate a privilégios, mas levar a cortes sociais

MESADA

Bolsonaro diz que deu R$ 2 milhões para custear filho que está nos EUA

ARTIGO 19

Mendonça: redes não podem ser responsabilizadas por postagens ilegais

Protesto

MST realiza atos em Marabá (PA) contra instalação da hidrovia Araguaia-Tocantins

Bolsonarismo

Falta de unidade pode enfraquecer extrema direita nas eleições de 2026, avalia professor

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.