Nesta semana, a mesa da Câmara Municipal de Curitiba refletiu uma cena simbólica e necessária ao ter todas as cadeiras ocupadas por mulheres, em uma solenidade alusiva ao Dia Internacional da Mulher. Eu tive a honra de presidir a sessão e conduzir a solenidade. Esse episódio não deveria ser um fato isolado. Mas, infelizmente, esse é um espaço ocupado majoritariamente por homens; a casa de leis da capital paranaense nunca teve uma presidenta.
Espaços de poder precisam ser concedidos para corpos femininos
Sabemos que a sub-representação feminina na política e em espaços de poder é um desafio persistente no Brasil e em todo o mundo. Mesmo com avanços na participação política das mulheres, ainda há barreiras que dificultam o o aos cargos de liderança. Não há nenhuma foto de mulher na Galeria de ex-presidentes da Câmara Municipal de Curitiba e isso me incomoda muito. Por isso, propus uma alteração no Regimento Interno para assegurar a alternância de gênero na Presidência da casa, em biênios intercalados.
Comprometimento com a pauta
O Conselho Nacional da Magistratura aprovou a criação de política de alternância de gênero no preenchimento de vagas para a segunda instância do Poder Judiciário; o que demonstra o comprometimento de outros órgãos do Poder Público com o tema.
A alternância de gênero na Presidência possibilita um ambiente mais plural e representativo, promovendo a diversidade de perspectivas na condução dos trabalhos. Além disso, a iniciativa fortalece a democracia, ao estimular a participação feminina e incentivar políticas mais inclusivas.
Não queremos apenas um dia
Precisamos ter mulheres diariamente ocupando espaços de liderança e de poder. Um dia jamais será suficiente para reafirmar algo que é um direito nosso.
Sobre a autora: Camilla Gonda é vereadora de Curitiba pelo PSB, formada em Direito pela PUR, mestranda em Ciência Política pela UFPR, pesquisadora, ao lado da juventude e pelas mulheres.
