Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Economia

Alta dos alimentos

Agricultura voltada à exportação transforma a comida em vilã da inflação no Brasil

A alta dos alimentos tem se tornado cada vez mais persistente, principalmente depois que o setor agropecuário brasileiro resolveu voltar seus esforços para o mercado externo

21.fev.2025 às 08h01
Curitiba (PR)
Vinicius Konchinski

Preço das commodities voltadas à exportação, como a soja, pressiona preço da comida - Silvio Avila/ AFP

A alta do preço da comida elevou a inflação no Brasil em 2024. Os alimentos subiram 7,69% durante o ano, empurrando para cima o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a 4,83%.

Foi a sétima vez que a comida subiu mais do que o índice oficial de inflação do país nos últimos dez anos. Desde 2018, a alta dos alimentos só foi menor do que a inflação geral em dois anos: 2021 e 2023. Mas nem sempre foi assim.

Ao comparar a inflação dos alimentos e a inflação geral no Brasil de 1995, no início do Plano Real, a 2024, o Brasil de Fato constatou que, até 2004, era raro a comida subir mais que os preços em geral. Isso aconteceu em somente três dos dez anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A partir de 2005, no entanto, o cenário mudou. Assim como na década entre 2015 e 2024, de 2005 a 2004, foram outros sete anos com a comida subindo além do IPCA. Nos oito anos entre 2007 e 2014, os alimentos só tiveram alta menor que inflação em um ano: 2009.

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o levantamento comprova que o aumento dos alimentos não é algo pontual. Na verdade, ele tem se tornado cada vez mais persistente, principalmente depois que o setor agropecuário brasileiro resolveu voltar seus esforços para a exportação, reduzindo a produção de itens consumidos internamente.

“A causa básica do aumento dos produtos alimentícios é que amos a exportar muito, especialmente neste século”, disse José Giacomo Baccarin, professor de economia e política agrícola da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e diretor do Instituto Fome Zero (IFZ).

Baccarin se dedica a estudar a dinâmica do mercado de alimentos no país há anos e foi secretário de segurança alimentar e nutricional do governo federal entre 2003 e 2005, no primeiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O economista não descarta que secas ou enchentes, como as de 2024, possam ter causado altas pontuais em determinados produtos. Também ite que eventuais mudanças em padrões de consumo com o aumento da renda da população possam ter afetado alguns preços.

Para ele, no entanto, o problema do encarecimento da comida, ligado ao modelo de agricultura adotado no Brasil a partir do ano 2000, precisa ser visto como algo estrutural até para que uma solução eficaz seja adotada.

Soja x feijão

O avanço das lavouras de soja no país e a redução das de feijão são exemplos da dinâmica que afeta o preço da comida no Brasil.

O Brasil é o maior produtor de soja do mundo. Entretanto, cerca de 65% do que é colhido não alimenta ninguém no país. Vai para exportação.

O plantio de soja se disseminou no país nos últimos 30 anos. As lavouras do grão, que ocupavam 10,6 milhões de hectares em 1993, aram a ocupar 44,6 milhões de hectares em 2023, segundo o IBGE. Tudo isso pensando em atender uma demanda externa.

O feijão plantado no Brasil, por sua vez, é consumido basicamente por brasileiros. A área plantada do grão caiu de 3 milhões hectares para 2,7 milhões nos mesmos dez anos.

Segundo Baccarin, o crescimento da soja e a redução do feijão estão relacionados. Agricultores que optaram pela soja visando a exportação aram a lucrar mais já que o preço do grão subiu no mercado internacional. Isso levou produtores de feijão a repensarem suas estratégias de negócio. Alguns aderiram à soja, o que reduziu a oferta de feijão no Brasil e pressionou o preço do grão.

Em 2022, por exemplo, o feijão carioca subiu 27,77%. Em 2024, a carne subiu 20,84% enquanto o Brasil bateu recorde de exportações do produto.

“Há racionalidade do produtor. Nós temos uma quantidade de terra e capital para investimento na agricultura. Se o ganho com soja é maior, há mais terra dedicada à soja e menos a outros produtos”, explicou.

Externo domina

Baccarin mostrou, em uma live transmitida pelo IFZ, dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO-ONU) sobre o preço dos alimentos no mundo. Quando eles sobem, a inflação da comida no país sobe também.

Segundo ele, no geral, o preço da comida caiu da década de 60 até o ano 2000. De lá para cá, ele tem subido. Justamente neste período, a inflação de alimentos ou a predominar sobre o índice geral de inflação no país.

“Há um aumento nos preços dos alimentos em todo o mundo. Os preços chegaram a um novo patamar para depois terem picos em 2022, por conta da Guerra na Ucrânia e, agora, com novas instabilidades em três frentes: climática, geopolítica e financeira”, confirmou Walter Belik, professor aposentado de economia agrícola do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos criadores do IFZ.

Solução

Baccarin disse que o Brasil deveria considerar ações para controlar a exportação de produtos alimentícios para manter sob controle os preços internos. Apesar de afirmar não ser contra a exportação, alerta que é preciso considerar limites.

“Precisamos ter alguma capacidade de arbitrar publicamente entre o abastecimento do mercado interno e a exportação”, recomendou. “Hoje, quem faz essa arbitragem é a iniciativa privada, por grupos econômicos.”

Diante do aumento dos alimentos, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu facilitar a importação de comida quando os alimentos estiverem mais caros no país e direcionar o Plano Safra para incentivar a produção nacional. Eventuais barreiras à exportação não foram citadas como solução para a alta. Rui Costa (PT), ministro da Casa Civil, aliás, descartou qualquer ação que pudesse ser vista como uma “intervenção” no mercado par a redução de preços.

Lula já prometeu recompor estoques públicos de alimentos assim que voltou à Presidência para vendê-los em momentos de alta da comida. A medida ainda não foi efetivada.

Editado por: Martina Medina
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Pesquisa e Inovação

‘A Embrapa voltou’, saúdam pesquisadores, organizações e militantes da agroecologia em Pelotas (RS)

Mesa vazia

“Bolsocaro”: carne, leite, arroz e feijão subiram mais que o dobro da inflação

AGRO NÃO É POP

Agronegócio pagou apenas R$ 16,3 mil em imposto de exportação durante todo 2019

ENTREVISTA

‘A grande meta é garantir renda ao agricultor e levar comida onde ela falta’

Veja mais

'MARES DE FRANGOS'

Muitas galinhas, pouca variedade genética: granjas são ‘chocadeiras’ de doenças como a gripe aviária

RECORDE

Caixa anuncia maior patrocínio da história para esportes paralímpicos

SEM DIÁLOGO

Prefeitura de São Paulo irá afastar 31 diretores de escolas municipais em bairros vulneráveis, denuncia Daniel Cara

REFORMA AGRÁRIA

Cerca de 6 mil militantes do MST ocupam trecho de ferrovia da Vale no Pará para pedir demarcação de acampamento

Eleições PT

‘Essa será a última eleição de Lula e temos dar essa vitória a ele’, diz Edinho Silva em Curitiba (PR)

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.