Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Em queda

Artigo | A década perdida para a indústria brasileira

O patamar de produção industrial de 2019 é semelhante ao de 2009; é como se o país tivesse regredido dez anos

06.fev.2020 às 20h28
São Paulo (SP)
José Álvaro de Lima Cardoso
metalurgicos da ford  fábrica sao bernardo

Instalada no em São Bernardo do Campo (SP) desde 1967, a unidade da indústria automobilística Ford encerrou suas atividades em 2019 - Adonis Guerra/SMABC

A produção industrial no Brasil diminuiu 1,1% em 2019, em relação a 2018, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Das 24 atividades pesquisadas pelo IBGE, 16 apresentaram queda no ano. Nos últimos dois meses do ano ado a queda acumulada chegou a 2,4%, sendo que o resultado de dezembro (-0,7%) é pior resultado no mês, desde 2015. Segundo os pesquisadores do IBGE, o patamar de produção de 2019 é semelhante ao de 2009; é como se o país tivesse regredido, em termos de produção industrial, em dez anos.

O setor extrativista apresentou o maior recuo (9,7%), metalurgia (-2,9%), celulose, papel e produtos de papel (-3,9%), manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,1%), outros equipamentos de transporte (-9,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,7%), produtos de madeira (-5,5%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-3,7%) e produtos de borracha e de material plástico (-1,5%).

Com resultado positivo, produtos alimentícios (1,6%), veículos automotores, reboques e carrocerias (2,1%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), produtos de metal (5,1%) e bebidas (4%).

No ano ado, metade dos macrossetores industriais não conseguiram crescer, como se verifica abaixo. O caso mais extremo, bens intermediários, recuou 2,2%. Os bens intermediários (manufaturados ou matérias-primas empregados na produção de outros bens intermediários ou de produtos finais), são considerados o cerne da produção industrial. A sua queda nessa magnitude é sintomática de como anda a economia no seu conjunto.

  • Industria geral: -1,1%;
  • Bens de capital: -0,4%;
  • Bens intermediários: -2,2%;
  • Bens de consumo duráveis: 2,0%;
  • Bens de consumo semi e não duráveis: 0,9%.

Segundo o IBGE, bens de capital recuaram para -0,4% em 2019, sendo que em dezembro de 2019, caiu 5,9% na comparação com o mesmo mês de 2018. Recuo de bens de capital reflete baixo investimento — a taxa de investimento (FBCF/PIB) estava em meros 15,9% no segundo trimestre de 2019. Esse dado, possivelmente está relacionado com a política de desmonte do BNDES, que responde pela maior parte do investimento produtivo no Brasil. Os indicadores de queda do total dos empréstimos do BNDES, nos últimos três anos, são impressionantes.

Estes resultados da indústria, que atingiram tanto a indústria extrativa quanto a de transformação, significaram um banho de água fria nas análises de que o setor estaria se recuperando de forma consistente. O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), afirma em publicação recente, que a década que se encerra em 2020, poderá ser considerada perdida para indústria. O estudo do Instituto observa, por exemplo, que o resultado do ano ado não é casual. Nos últimos nove anos (2011 a 2019) quando a indústria cresceu, foi em patamares muito baixos.

Em nove anos, segundo o citado estudo, a perda acumulada é de -15% na indústria. É um massacre. Após muito anos, o Brasil caminha para sair do ranking dos 10 maiores países industriais do mundo. Decorrência direta de um processo mais profundo de desindustrialização, mas que foi acelerado pelas políticas do golpe a partir de 2016. Em 2019 a indústria, que já representava apenas cerca de 11% do Produto Interno Bruto (PIB), possivelmente sofreu novo recuo.

Desigualdade

Há na economia uma relação direta entre produção industrial e o perfil de distribuição de renda. Como se sabe, o Brasil a por um aprofundamento do processo de desigualdade social a partir do golpe de 2016. Desde quando, em 1960, o IBGE ou a coletar informações sobre o rendimento da população nos censos demográficos, nunca se havia observado um crescimento tão elevado em tão pouco tempo.

Se verifica também uma redução significativa do mercado consumidor interno, com achatamento da renda e manutenção das altíssimas taxas de desemprego. O país tem 12,6 milhões de pessoas desocupadas e a população subutilizada na força de trabalho (trabalhadores desocupados e subocupados por insuficiência de horas trabalhadas) atingiu o maior número da série histórica da PNAD, 27,6 milhões de pessoas em 2019. Segundo o IBGE, o número de subocupados, ou seja, os desocupados e os que não conseguem trabalhar um mínimo de horas semanais, está quase 80% acima do indicador verificado em 2014, ocasião em que foi registrado o menor número da série histórica (15,4 milhões).

Neste quadro de explosão do desemprego e da informalidade a saída poderia ser o mercado externo, como já ocorreu em outras crises brasileiras. Mas o mercado externo anda extremamente arisco. Além da grave crise na Argentina, que abalou um importante mercado para o Brasil, há uma encarniçada guerra comercial entre EUA e China, que escalou no ano ado, abalando a já combalida economia mundial.

Mas não precisaria de crise internacional, os próprios eixos de política econômica do governo são fontes de enorme insegurança tanto para a população em geral, quanto para os investidores (e especuladores). Prestemos atenção no fato de que a saída líquida de dólares da economia brasileira no ano ado (entradas menos saídas) foi de US$ 44,77 bilhões. Esta é a maior evasão de divisas do Brasil em toda a série histórica, iniciada em 1982. Os grandes “investidores” (que foram os que fugiram do Brasil no ano ado) têm grande sede de lucros e pernas longas. Têm também informações privilegiadas, as quais nós, meros vendedores da força de trabalho, não temos o.

O recorde anterior de fuga de capitais tinha sido registrado em 1999, quando o saldo cambial (diferença entre as entradas e saídas de dólares) ficou negativo em US$ 16,18 bilhões. Não por acaso o fenômeno ocorreu em 1999, no governo FHC, num ano em que o Brasil, monitorado pelo FMI (grande credor brasileiro à época), tinha adotado uma política de livre flutuação cambial. Nessa ocasião a cotação do dólar ultraou pela primeira vez a barreira dos R$ 2. De qualquer forma, o número de 2019, é quase três vezes 4 superior à fuga de 1999. Na segunda maior fuga de capitais registradas no Brasil, no governo FHC, o que vigorava era também o entreguismo e grandes ataques aos trabalhadores. Talvez, é verdade, numa escala menor que a verificada no governo Bolsonaro.

Uma coisa é certa. Subserviência aos países imperialistas no mundo (com devoção especial aos EUA), combinada com extrema inaptidão técnica por parte da cúpula do governo, não sinalizam confiança a ninguém. Destruição de instrumentos públicos de intervenção estratégica do Estado e a desmontagem das estruturas de atendimento à população, ao afetar a estabilidade social do país, impactam também o humor dos investidores. Estes, que buscam a redução dos riscos para o emprego do seu capital, sabem que loucura tem limites.

Editado por: Rodrigo Chagas
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

ESPECULAÇÃO

Governo Nunes expulsa população da Cracolândia para favorecer imobiliárias, diz ativista

foragida

Moraes determina início de processo para extradição de Carla Zambelli

DIVERGÊNCIAS

Lula diz que França deve propor mudanças sobre acordo UE-Mercosul se vê problemas

protegendo o capital

Motta ameaça pautar derrubada de decreto do IOF na terça

ASSISTA

Bem Viver destaca resistência de comunidades tradicionais em meio à crise climática e degradação ambiental

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.