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meio ambiente

Opinião | O bolsonarismo chegou na Suíça?

Ocupação de jovens pelo clima, em frente ao Parlamento, em Berna, foi proibida e desmontada

24.set.2020 às 12h26
Franklin Frederick
|Brasil 247

Jovens ativistas pelo clima acampam em frente ao Parlamento do país, em Berna, na Suíça - Fabrice Coffrini / AFP

Na madrugada desta última segunda-feira, dia 21 de setembro, um grande número de jovens do movimento da Greve pelo Clima na Suíça, ocupou a Praça Federal em Berna, situada em frente ao Palácio Federal – daí seu nome – sede do Governo e do Parlamento da Suíça. Os jovens montaram diversas barracas e estruturas onde podiam se realizar encontros e pequenos eventos. Esta ocupação foi extremamente bem organizada e respeitosa das condições atuais em que nos encontramos – praticamente TODOS os jovens e envolvidos na ocupação usavam máscaras devido à pandemia do COVID-19. O principal objetivo desta ação era atrair a atenção para a urgência da crise climática e exigir do Governo Suíço medidas concretas contra o aquecimento global. Como escrito no documento que apresenta as exigências  do movimento (em inglês):

Há muitos anos milhões de pessoas têm se mobilizado contra a ameaça de catástrofe climática. No entanto, a urgência do problema não se reflete nos procedimentos políticos da Suíça. Consideramos que nós, que estamos preocupados com um futuro para todos em que valha a pena viver, estamos sendo deixados para trás. Áreas como a agricultura e o setor financeiro são completamente ignorados na política climática da Suíça, apesar de serem largamente responsáveis pela degradação ambiental e pela crise climática. Ao mesmo tempo, os líderes da economia  ainda estão apegados ao conto de fadas do crescimento eterno. Eles não estão interessados no nosso futuro e só querem aumentar a sua riqueza e influência.

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O atual sistema político e econômico falhou completamente em dar uma resposta à crise climática. Temos de nos libertar dos sistemas sociais, econômicos e políticos que exploram o homem e a natureza com o único propósito de enriquecer  alguns. É tempo de redefinir a nossa sociedade para que seja possível um futuro ecológico e social. (Tradução do autor)

Este pequeno texto coloca o problema com a claridade e a transparência necessárias. Em relação à Suíça, uma única frase deste documento, no capítulo sobre ‘Justiça Climática’, coloca a exigência central com a mesma clareza:

A Suíça deve reconhecer a sua responsabilidade histórica e global pela crise climática e agir de acordo.

Nada mais justo. Como era de se esperar, a ação dos jovens ativistas pelo clima, em frente à sede do Governo da Suíça, atraiu a atenção da imprensa, dos políticos e da sociedade em geral. Várias TVs da Suíça, nas principais línguas do país – alemão, francês e italiano – enviaram equipes ao local. 

No acampamento havia um clima de alegria e de paz, muitas cores por todos os lados. Em nenhuma momento a ocupação colocou qualquer impedimento ao funcionamento do Governo Suíço, não havia bloqueio à entrada do Palácio Federal. Tampouco houve qualquer atividade violenta ou mesmo barulho que pudesse atrapalhar o funcionamento do Parlamento que estava – e ainda está – em sessão.

Porém, uma antiga lei da cidade de Berna proíbe manifestações na Praça Federal quando o Parlamento se encontra em sessão. Uma outra lei também proíbe que se acampe na praça.

Os partidos políticos de direita e muitos cidadãos suíços, incomodados pela manifestação dos jovens, aram a exercer uma agressividade comparável – não em números, pois a Suíça tem uma população muito menor que a do Brasil, mas em virulência– ao que assistimos com o bolsonarismo no Brasil. A maioria da imprensa foi hostil em relação ao movimento – como no Brasil, em relação ao PT – e vários parlamentares, sob o pretexto das leis que mencionei acima, exigiram que a istração da cidade de Berna, responsável pela segurança do Palácio Federal e do Parlamento, expulsasse imediatamente os manifestantes. O governo da cidade procurou, em primeiro lugar, um diálogo com os ativistas, propondo que eles se retirassem. Mas os ativistas anunciaram sua intenção de manter a ocupação até a próxima sexta-feira (25), com o objetivo de lembrar ao Parlamento em sessão a necessidade de confrontar-se com a realidade das mudanças climáticas. 

Na madrugada dessa quarta-feira (23) a força policial invadiu o acampamento e expulsou os manifestantes que resistiram apenas pela não violência, mantendo-se sentados, cantando, até serem retirados.

A questão da ilegalidade da ocupação foi o tema principal das discussões, não a questão climática! Alguns corajosos parlamentares suíços, em defesa dos ativistas, apontaram para esta contradiçâo, como a parlamentar do Partido Social-Democrata Jacqueline Badran, de Zurique, que deu um depoimento ao vivo na TV da Suíça, perante jornalistas que insistiam em perguntar sobre a questão da legalidade da ocupação, ignorando propositadamente a causa do movimento.

É preciso dizer que há muitas coisas que são absolutamente legais mas não são éticas. O acaparamento de fontes de água pela empresa Suíça Nestlé em todo o mundo, para o engarrafamento e comercialização, produz uma enorme quantidade de lixo plástico pelo qual a empresa não tem nenhuma responsabilidade. Isso é absolutamente legal, embora não seja ético. A produção e venda de venenos pela empresa Syngenta – que contamina os solos e a água em vários países, que provoca o envenenamento e a morte de inúmeros agricultores e camponeses – é absolutamente legal. E, no caso da Syngenta, é até mesmo legal que a empresa continue a produzir e exportar para os países do sul tipos de pesticidas declarados ilegais pela Suíça e pela União Europeia.

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O confronto em Berna entre os ativistas e a lei foi um conflito entre a ética e a legalidade. Há certamente uma ética acima mesmo das leis e os direitos da natureza e a sobrevivência do planeta devem ter precedência sobre qualquer outra questão, mesmo de ordem legal.

Por enquanto, nesta batalha na capital da Suíça, a pequenez e a mediocridade venceram a esperança, a alegria e a racionalidade. Não haveria nenhum problema em deixar os manifestantes permanecerem pacificamente na Praça Federal e usar a manifestação como uma oportunidade – como vários parlamentares suíços tentaram – de diálogo mais amplo com a juventude sobre a urgência do problema da mudança climática. Seria uma demonstração de responsabilidade, de preocupação real com o destino do planeta e de cuidado com as futuras gerações.

Mas a histeria capitalista alimentada por parte da imprensa e pela direita suíça, bravejando em todos os meios e exigindo respeito à lei e à ordem foi mais forte. Muitos dos parlamentares suíços que defenderam o movimento dos jovens sofreram críticas e agressões inacreditáveis nas redes sociais, exatamente como o bolsonarismo mais exaltado se comporta no Brasil. Pois na base do bolsonarismo há a mesma histeria capitalista presente em todos os movimentos da extrema direita no mundo, o pânico e a indignação diante de qualquer questionamento sobre a prioridade do capital, a raiva incontida e visceral por quem quer  que ouse defender outras prioridades – seja o meio ambiente, a dignidade do trabalho, os direitos humanos ou o próprio planeta. Pois o capital quer e precisa estar acima de tudo, acima da própria vida. Cabe à natureza se submeter aos ditames do capital, e, junto com a maioria dos seres humanos, curvar-se à exploração capitalista e ao domínio do lucro acima de tudo. Os jovens em Berna defendiam outras prioridades e com sua alegria, inteligência e determinação, apontavam outros caminhos, por isso tinham que ser expulsos. Mas esta foi apenas uma batalha, a luta continua. De um modo ou de outro uma brecha se abriu também na sociedade suíça, o debate vai continuar.

E do Brasil veio uma mensagem de solidariedade inesperada e fundamental para o movimento suíço: uma carta de apoio endereçada ao próprio governo suíço, enviada ao embaixador em Berna, assinada por lideranças de alguns dos principais movimentos sociais do Brasil, como o MST, e por 54 parlamentares brasileiros. Esta carta já está em poder dos ativistas e de muitos parlamentares e personalidades suíças.

E, deste modo, nos unimos na luta contra o bolsonarismo, contra o capitalismo desvairado e histérico, tanto no Brasil como na Suíça. Pelo futuro do Planeta, com generosidade, ternura, coragem e determinação.

*Franklin Frederick é ativista ambiental.

Conteúdo originalmente publicado em Brasil 247
Tags: climaocupação
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