O Brasil vai assumir a representação diplomática da embaixada da Argentina na capital da Venezuela, Caracas, a pedido do governo de Javier Milei. O Planalto aguarda um pedido oficial do governo peruano, para assumir também a embaixada deste país em Caracas, após o governo de Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela) ter determinado a expulsão do corpo diplomático de 7 países da América Latina que acusaram fraude na eleição de domingo (28).
"Agradeço enormemente a disposição do Brasil de assumir a custódia da Embaixada argentina na Venezuela. Também agradecemos a representação momentânea dos interesses da República Argentina e seus cidadãos", escreveu o presidente argentino Javier Milei na rede social X.
A Argentina havia solicitado a solidariedade de outros países para proteger seis políticos da oposição venezuelana asilados em sua embaixada em Caracas, após a expulsão de seu corpo diplomático.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demorou dois dias para se pronunciar sobre o resultado das eleições da Venezuela. A vitória de Nicolás Maduro para um terceiro mandato foi anunciada no domingo (28) e na terça-feira o chefe do Executivo brasileiro tratou de colocar panos quentes na situação e pedir para que os envolvidos esperem a divulgação das atas eleitorais antes de qualquer medida mais enérgica.
"Se tem um problema, como vai resolver? Apresenta a ata. Se houver dúvida entre oposição e situação sobre a ata, a oposição entra com recurso e vai esperar na Justiça correr o processo. Terá uma decisão que a gente tem que acatar", disse ele à Globonews.
Na noite de terça (30), o presidente Nicolás Maduro anunciou em coletiva de imprensa, que pediu para que a Justiça venezuelana “resolva” a questão das atas eleitorais. O sistema eleitoral do país ainda não divulgou o resultado segmentado das mesas eleitorais da Venezuela por um suposto ataque cibernético contra o sistema do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Maduro também disse que esse “ataque hacker” precisa ser investigado.
*Com AFP
