O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) defendeu, nesta quarta-feira (10), durante entrevista ao programa Arapuan Debate, da Rádio Arapuan FM, abrir a concorrência na CAGEPA e falou sobre a não necessidade da Rádio Tabajara para o estado.
“Quero discutir uma proposta que coloque como prioridade o saneamento básico, não é razoável que a gente fique preso a esse modelo. E aqui eu não quero pura e simplesmente criticar a CAGEPA. Eu quero dizer que o que está posto não está dando certo. Por que se metade de um estado não tem saneamento básico”, disse o deputado. Pedro falou que não queria criticar a CAGEPA, mas ressaltou que “o que está posto não funciona”.
O deputado não falou em privatização da CAGEPA, mas em abrir concorrência. “Eu não diria privatizar a CAGEPA. É colocar uma concorrência. Se a CAGEPA for o caminho mais eficiente e vencer a concorrência e estabelecer metas. O que é que a CAGEPA tem a oferecer? Eu vou fazer um investimento daqui, disso, disso, disso, disso, eu vou conseguir entregar saneamento básico para x por cento da população… isso eu vou fazer em 10 anos, etc e tal. Se ela tiver cumprindo isso ou se chegar uma alternativa que coloque um investimento maior com retorno social maior… por que eu vou ficar preso na CAGEPA?”, ressaltou.
O vice-presidente do Sindiágua/PB, Geraldo Quirino, disse que deputado devia fazer um retrato do saneamento em todo Brasil, ressaltando que o governo federal e os governos estaduais tiveram pouco compromisso com o saneamento básico. Quirino colocou que antes do marco anterior do saneamento, o Brasil ficou duas décadas sem investimento nenhum. “Quem sustentou o saneamento básico em todo o Brasil foram as companhias de saneamento”.
O sindicalista cita o exemplo da capital do Amazonas sobre a ineficiência de empresas privadas na gestão do saneamento. “Em Manaus, a empresa foi privatizada há mais de 30 anos, no período de Fernando Henrique Cardoso. A média de saneamento é de 12%, com apenas 6% tratado, o restante do esgoto é jogado nos rios e lagos. É o pior sistema do Brasil”, destacando que o deputado é privatista e baseia no novo marco legal do saneamento, a Lei nº 14.026, de 15 de julho de 2020, que estimula a concorrência, a desestatização do setor e a privatização de empresas públicas estatais de saneamento. Pedro votou favorável ao projeto.
O tucano criticou a existência de uma rádio estatal no estado. “Quanto custa a rádio Tabajara por ano? Isso é um investimento que tem retorno social? Que combate desigualdade">
Ele defendeu compra de espaço em emissoras privadas para divulgar os artistas paraibanos. “Ah, precisa de espaço para fortalecer os artistas locais? Precisa! A gente pode contratar esse espaço. Não sai mais barato não? Porque a gente tem que fortalecer os nossos artistas, a nossa cultura, sou fã de Seu Pereira, de Totonho, de Chico Limeira, de Renan, de Bicho Grilo, de tantos outros… Lucy Alves… Mas, será que a gente contratar um espaço aqui na Arapuan, por exemplo, para poder divulgar os artistas locais não sai mais barato e mais eficiente do que ter um rádio estatal?”, disse.
Segundo Albiege Fernandes, diretora de Rádio e TV da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC) qualquer governo deve ter seu sistema de comunicação, independentemente de seu viés, destacando que “a informação é um bem coletivo, é um direito de uma população”. Ela ressaltou ainda o papel que a mídia teve nos últimos anos no Brasil para fragilizar a democracia. “Vimos nesses últimos anos, a democracia, o estado de direito, afundarem pela irresponsabilidade de uma mídia tendenciosa. E essa mesma mídia, recebe milhões dos governos que ela mesma ajuda a derrubar”
Albiege destacou que na Paraíba “a rádio Tabajara e o jornal A União são patrimônio do povo, são veículos estatais e prestam valioso serviço à comunidade”.
O deputado é filho do ex-governador e ex-senador Cássio Cunha Lima, derrotado no último pleito de 2018. Ele se colocou à disposição da oposição para disputar o governo do estado em 2022. Além do tucano, o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues (PSD), também colocou a intenção de concorrer ao Palácio da Redenção no ano que vem.