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Corrida

Artigo | Sete pontos para entender as disputas geopolíticas por trás da vacina

A vacina é parte das disputas internacionais: a pandemia não é a origem de mudanças globais, mas vetor de aceleração

04.dez.2020 às 16h27
Rio de Janeiro (RJ)
Roberto Santana Santos

Brasil tem dois acordos para receber vacinas, mas nada garante que os imunizantes chegarão logo - Agência Brasil/Reprodução

A busca pela vacina contra o novo coronavírus é o assunto mais destacado do momento. Como qualquer tema relevante, é necessário um olhar mais aprofundado para entender as discussões e embates que surgem diariamente sobre o tema. Apresento aqui sete pontos para entender as disputas geopolíticas em torno da vacina contra a covid-19.

Ponto 1

A vacina é parte das disputas internacionais da atualidade: a pandemia do novo coronavírus não é a origem de grandes mudanças globais, mas sim, um vetor de aceleração de transformações que já estavam em curso. A principal delas, o fim da hegemonia norte-americana e a ascensão da China como carro-chefe da economia mundial.

Se por um lado, sob o governo de Donald Trump, os norte-americanos confiscaram EPIs e respiradores que avam pelo seu território, se retiraram da Organização Mundial da Saúde (OMS) e tentaram precificar a vacina em US$ 20 sem terem o produto para oferecer; por outro, a China mostrou sua eficiência no combate ao vírus, enviou equipes de auxílio para todos os cantos do planeta e doou toneladas de insumos para os países mais pobres.

Frente à mercantilização da vacina, o Presidente Xi Jinping já declarou as vacinas chinesas como “bem público mundial”, garantindo o o dos países mais pobres gratuitamente ou a preço de custo.

Ponto 2

A vacina é uma mercadoria: muito da demonização aos esforços chineses e russos na busca pela vacina vem da pressão das grandes farmacêuticas ocidentais em evitar a concorrência e impor o preço que lhes convém ao imunizante.

Quanto mais vacinas eficazes estiverem disponíveis no mercado, maior a concorrência e a guerra dos preços. A vacina Sputnik V, criada pelo Centro Gamaleya na Rússia já foi precificada a 13 dólares, bem menos do que os US$ 21 da AstraZeneca e da iniciativa multigovernamental Covax Facility.

Ponto 3

A grande mídia é a melhor publicidade para as corporações farmacêuticas: os conglomerados midiáticos que controlam o fluxo de informações no Ocidente – replicados no Brasil por Globo, Folha e afins – apenas cobrem os esforços diários de empresas como Johnson, Pfizer e AstraZeneca/Oxford.

Suas vacinas nunca são apresentadas na imprensa como “a vacina americana” ou a “vacina inglesa”, mas sim, pelo nome de suas marcas – ao contrário dos trabalhos chineses, russos, cubanos, etc.

A exposição diária de suas marcas na grande imprensa é a melhor propaganda que as farmacêuticas poderiam ter, criando a falsa ideia de que estão à frente nas pesquisas e que somente suas vacinas seriam seguras. Não custa lembrar que no capitalismo financeirizado, grandes corporações – midiáticas ou farmacêuticas – são controladas pelo mesmo grupo minúsculo de pessoas, o 1% da população mundial.

Ponto 4

A vacina atual é a vacina possível: uma vacina com total eficácia, imunização duradoura e sem efeitos colaterais é produto de anos, ou até décadas, de pesquisa. A vacina que será entregue nos próximos meses por diferentes fabricantes é um esforço emergencial para armos pelo pior momento.

Provavelmente seu tempo de imunização será de apenas 1 ano, como a vacina contra a gripe, e seus efeitos colaterais, como febre e dor no braço no primeiro dia, serão comuns entre os que a receberem. A eficácia das vacinas atuais dificilmente alcançará os 100% nesse primeiro momento, mas serão o suficiente para proteger as pessoas mais vulneráveis e interromper cadeias de transmissão do vírus.

Ponto 5

Os ataques às vacinas não-ocidentais são completamente infundados. 

As “exigências” de publicações em “revistas especializadas” na Inglaterra e nos Estados Unidos para a comprovação da eficácia das vacinas chinesa e russa são apenas parte do jogo político-mercadológico em querer desacreditar a capacidade científica desses países.

Retorna-se à retórica da Guerra Fria de que os russos e chineses fazem tudo “às escondidas”, enquanto o Ocidente se apresenta como campeão da democracia e transparência – numa posição que guarda muito de racismo e eurocentrismo.

O Centro Gamaleya da Rússia possui tradição histórica na produção de imunizantes, e é responsável atualmente por pesquisas avançadas em vacinas contra o ebola e a MERS. A China já ultraou os EUA como país que mais publica artigos científicos no mundo há alguns anos. Não há razão para duvidar de suas capacidades de pesquisa e eficácia, muito menos nas ações de combate ao vírus, mais eficazes do que os países do Atlântico Norte.

Ponto 6

A capacidade de produção da vacina é uma questão de soberania mais do que de recursos: felizmente para a humanidade o novo coronavírus não parece ser um patogênico de difícil combate, o que levará a vacina a ser produzida e distribuída por diversas empresas/países ao mesmo tempo, única forma de responder à demanda existente, na casa das bilhões de doses.

Salta aos olhos, no entanto, como o Brasil, com instituições de primeira linha na área da saúde, como a Fiocruz e o Butantan, não consegue produzir sua própria vacina, ao contrário de Cuba, que sofre com o bloqueio estadunidense e dispõe de muito menos recursos. México e Argentina rapidamente fecharam acordos de compras com China, Rússia e outros países, garantindo o rápido e sem depender de um único fornecedor.

Para além do negacionismo do governo Bolsonaro – que sabotou as medidas de prevenção e, ao que parece, sabota a aquisição de vacinas – o Brasil lida com as consequências da destruição de seu patrimônio público, principalmente as universidades federais, que convivem com cortes sistemáticos de financiamentos para suas pesquisas e produção científica.

Em um mundo onde a ciência é a principal força produtiva, negar o financiamento adequado às universidades é também uma forma de negacionismo.

Essa autosabotagem ao país custa vidas e contrasta com a atitude de outras nações mais pobres que o Brasil, mas que são exemplo no combate à pandemia. Não à toa, Cuba escolheu um nome bem significativo para sua vacina: “Soberana”.

Ponto 7

O Brasil torna-se o maior exemplo da política genocida da extrema-direita mundial: com Donald Trump de saída e outros revezes mundo à fora, como na Itália, Bolsonaro torna-se o maior exemplo do que significa o fascismo do século XXI no poder. Um presidente que não só nega a gravidade da doença, mas que sabota determinantemente qualquer esforço de conter a pandemia e ainda tripudia dos mortos e da dor de milhares de famílias brasileiras.

Para a extrema-direita o caos, o desespero e a falta de alternativa por dias melhores não são um problema, mas uma oportunidade.

É nesse cenário incubador de ressentimentos, medos e negatividade que a extrema-direita acha terreno para se perpetuar e neutralizar oposições.

Não se pode esquecer que durante o pior momento da pandemia Jair Bolsonaro cogitou e alardeou realizar um golpe de Estado, não indo à frente ao perceber que as Forças Armadas não corroborariam com tal aventura. Agora politiza as instituições de vigilância sanitária para que as vacinas chinesas não sejam aprovadas, negando o direito dos brasileiros a ter o a um imunizante que ajudará a salvar vidas.

O fascismo, seja de qualquer estirpe, guarda esse pilar ideológico: o total desprezo pela vida alheia, tratada como uma simples estatística.

*Roberto Santana Santos é professor da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em Políticas Públicas. Secretário-executivo da REGGEN-UNESCO.

Editado por: Mariana Pitasse
Tags: rio de janeiro
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