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CULTURA

Coletividade é foco da curadoria do Festival Palco Giratório em Porto Alegre 

A programação de artes cênicas da 19ª edição do evento terá espetáculos até 9 de junho

04.jun.2025 às 12h27
Porto Alegre (RS)
Carol Zatt

Festival faz palco girar ao atrair multidão para ambiente alternativo da programação na Orla - Adriana Marchiori/Divulgação

Mate, bergamota, cerveja e quentão. Camisas de Inter, Grêmio e escola de samba. Toucas, bonés, gorros, boinas, mala de garupa e chapéu de sambista. Referências acadêmicas e saberes populares. 

Essa junção de cores, sabores e vozes foi tudo o que se viu na multidão que cercou o Boteco do Paulista, defronte à Usina do Gasômetro, no sábado (31), na Capital dos Gaúchos. O nome que chamou toda essa gente foi Luiz Antônio Simas, aliado à sua sabedoria de botequim.

O historiador e compositor carioca veio ao estado a convite da organização do 19º Festival Palco Giratório Sesc. Na sexta-feira (30), no Zona Cultural, o pesquisador participou da mesa “Na Esquina: A Cultura das Ruas como Experiência Inventiva”, ao lado do mediador Narciso Telles. O encontro que tinha como proposta um olhar sobre as tradições populares e os saberes que brotam dos contextos urbanos contou com performance da cantora e arte-educadora Pâmela Amaro. 

A aula aberta do sábado (31) à tarde, às 16h, lotou o tradicional Boteco do Paulista, no Centro Histórico, com muitos espectadores se aglomerando na esquina para conseguir ouvir as palavras do autor de mais de 20 livros, além de uma centena de ensaios e artigos publicados. Inspirada nas aulas públicas promovidas em bares e praças do Rio de Janeiro, para falar de brasilidade e história do samba, a atividade aproxima saberes acadêmicos e populares em um ambiente informal e ível.

De acordo com Jane Schoninger, coordenadora de Artes Cênicas, Visuais e Arte Educação do Sesc/RS, a opção por uma segunda atividade em um local aberto veio de um diálogo com o próprio convidado: “Ele estava contando sobre essa história dele também no Rio de Janeiro, de uma prática que ele começou há algum tempo”. 

A primeira ideia de lugar para esse encontro foi o Mercado Público, mas aí veio a lembrança do Boteco do Paulista, que realiza rodas de samba com frequência e que a população de Porto Alegre já ocupa como um espaço cultural. “Aí, pensando mesmo na nossa cidade, até pela característica daqui deste espaço também, tem todo um significado”, reflete Jane, sobre a localização geográfica do estabelecimento, defronte à Orla do Guaíba e seu pôr do sol. 

Compositor e historiador carioca Luiz Antônio Simas na “aula de bar” no Boteco do Paulista – Adriana Marchiori/Divulgação

Segundo Simas, a etimologia da palavra botequim vem do mesmo radical de botica (do latim apotheca, proveniente do grego apothéke, significando depósito, armazém, pequena venda). “Assim, tudo leva a crer que a origem da expressão botequim seja um diminutivo de botica.” Na sequência, o professor entoou versos do samba de Nei Lopes (“Gripe cura com limão, jurubeba é pra azia/ Do jeito que a coisa vai, o boteco do Arlindo vira drogaria”), quando abordou que esse era apenas um pretexto para se encontrar.

“Como professor formado em História, faço aula de bar há muitos anos no Rio”, contou o pesquisador, afirmando: “O botequim é uma ágora carioca”. Ele relatou que o projeto que carrega este nome se iniciou lá por 2009, quando foi dar uma palestra no Morro da Providência, primeira favela do Brasil, e se deparou com um público escolar. Perguntou o que eles estavam estudando na disciplina de História e usou a imagem do boteco local para exemplificar o que era a ágora da Grécia Antiga, este ponto de encontro, de reunião dos cidadãos.

O projeto Ágoras Cariocas “começou pela Zona Norte da capital fluminense, depois foi para a Zona Oeste, na região portuária, de meretrício, às margens do poder instituído, que ergueu o muro da exclusão”. Para o autor, o conceito de pertencimento e as redes de proteção social são o sentido de coletivo reconstruído pela classe trabalhadora, visíveis no calendário de festas desse “povo re-encantado com laços identitários”. 

Neste momento, o historiador citou a obra Festas populares no Brasil, de Lélia Gonzalez, “grande pensadora que deveria ser muito mais lida”, nas palavras dele. “As cores, sons e sociabilidades do Morro estão na escola de samba, no bloco carnavalesco, no terreiro.”

Simas foi categórico: “A escravidão é um sequestro da História. O Rio de Janeiro era a maior cidade africana do mundo no século XIX, por isso a herança banto, vinda da Angola, Congo, costa ocidental do Moçambique”. 

Para ilustrar, citou o causo do compositor Cartola, que perguntado sobre sua origem, respondeu: “Sou de Mangueira”. Conforme o pesquisador, essa frase do sambista representa a reconstrução do sentido da vida: “Mangueira é luso-africana até a alma”. 

Dissertou ainda sobre um “cristianismo negro”, citando algumas histórias de santos: “Meu interesse não é entender por que a Igreja canonizou o homem, mas por que o povo humanizou o santo”.

Coordenadora do Sesc/RS, Jane Schoninger explica intenção da curadoria do evento – Adriana Marchiori/Divulgação

Sem falsa modéstia, a coordenadora confirmou que a grande quantidade e pluralidade do público já era esperada para a atividade no Boteco do Paulista: “Tu vê que o público está super diverso, que é outra proposta. Aqui tem muita gente da universidade também. São vários públicos: a galera do samba, a galera da academia”.

Nos últimos anos, a curadoria do Palco Giratório vem imprimindo um protagonismo ao gênero samba na programação do festival. Jane justifica a seleção: “Samba é coletividade, é o que nos representa como cultura popular. Para mim, é um significado de coletivo, de comunidade, da cultura popular, do que se espraia mais, do que faz exatamente isso, de pessoas diversas estarem juntas por conta disso e de N questões, seja de de classe social, financeiras, raciais e tudo mais.”

Em 2024, “já tinha muito isso no processo da curadoria, no olhar sobre esse nosso coletivo. E, neste ano, se reforça com muita intensidade. A base da programação é a gente discutir processos que possam ser considerados como coletivos. O Simas vem com outras questões que nos interessam, como a ancestralidade, a nossa cultura popular, esse encontro, retomar a ocupação da rua, ocupar o espaço público como nosso. E a gente, aqui, a gente é coletivo também”, conclui a coordenadora de Artes Cênicas, Visuais e Arte Educação do Sesc/RS.

Diversidade artística marca última semana de evento plural

Espetáculo de rua O Lanceirinho Negro, da Trupi di Trapu (RS), é atração nesta quarta-feira (4) – Juliette Bavaresco/Divulgação

Tendo como atrações montagens de norte a sul do país, o 19º Festival Palco Giratório Sesc em Porto Alegre segue sua jornada de celebração da arte e da cultura na Capital até 9 de junho, com “Rhinocerontes”, da Cia Teatrofídico. Marcada para as 21h, a apresentação do grupo gaúcho fechará a programação do festival no Bar Ocidente (Avenida Osvaldo Aranha, 960).

Entre terça-feira (3) e quinta-feira (5), o público confere produções que dialogam com a infância, a inclusão, a resistência e a diversidade dos corpos e dos territórios. As apresentações acontecem em diferentes espaços culturais da cidade, com entrada gratuita ou valores íveis. Confira toda a agenda no site. 

Além do protagonismo do samba, outro exemplo da conexão do processo da curadoria do Festival Palco Giratório com a ancestralidade está na programação do espetáculo de teatro de rua O Lanceirinho Negro, da Trupi di Trapu (RS). A montagem narra a jornada de um menino que descobre os Lanceiros Negros a partir das histórias do avô e se conecta ao poder da sua origem, revisitando a História e a busca pela liberdade.

A apresentação ocorre às 15h desta quarta-feira (4), no Sesc Anchieta (Rua Fecomércio, 101). Com classificação etária Livre, a entrada é franca (sem inscrição prévia), e haverá tradutor de Libras (Língua Brasileira de Sinais), como na maioria da grade do evento, já que outro foco do evento é a ibilidade.

Igualmente, à noite, a atração é o monólogo Fiandeiro de Tempos, do Coletivo Iluminar, do Acre, ocupando a Zona Cultural, às 19h. O espetáculo mergulha no modo de vida ribeirinho do Acre, misturando causos, rezas, músicas e tradições da Amazônia. A sessão também é gratuita, sem necessidade de retirada prévia. 

Quarta (4) e quinta-feira (5) são os dias da principal peça deste ano: AO VIVO [dentro da cabeça de alguém], da Cia Brasileira de Teatro. A criação coletiva parte de um diálogo com A Gaivota, de Tchekhov, para refletir sobre arte, memória e subjetividade em cena.

O espetáculo tem no elenco a consagrada atriz Renata Sorrah, ao lado de nomes como Rodrigo Bolzan e Bianca Manicongo, conhecida pelo seu perfil no Instagram @Bixarte. Infelizmente, os ingressos para a apresentação no Teatro Simões Lopes Neto (R. Riachuelo, 1089), às 20h, se esgotaram rapidamente.

Editado por: Vivian Virissimo
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