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Omissão do Estado

Avanço do desmatamento em Goiás ameaça território quilombola Kalunga

Comunidade pede investigação do Ministério Público Federal sobre desmatamento

02.jun.2025 às 10h59
Brasília (DF)
Caína Castanha
Avanço do desmatamento em Goiás ameaça território quilombola Kalunga

Território Kalunga, em Cavalcante, Chapada dos Veadeiros (GO) - Foto: arquivo | AQK

O desmatamento no Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, maior quilombo em extensão territorial do Brasil, volta a causar medo e tensão entre as comunidades quilombolas. Seis anos após o último episódio, a comunidade Kalunga foi novamente surpreendida com novos desmatamentos em seu território, localizado na cidade de Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros (GO).

O caso envolve a Fazenda Alagoas, de propriedade do empreendimento Apoena Agropecuária e Comércio Ltda, situada nas proximidades do Complexo do Prata. O imóvel se encontra dentro da área quilombola da comunidade Engenho II. A Associação Quilombo Kalunga (AQK) formalizou uma denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando investigação sobre a legalidade da licença ambiental autorizada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad).

Além disso, a ação foi feita sem consulta prévia a população local, garantida pela Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que prevê que comunidades tradicionais sejam consultadas de forma livre, prévia e informada antes de qualquer medida istrativa ou legislativa que possa impactar seus modos de vida.

O novo desmatamento foi flagrado por um sobrevoo do Ibama, no início de maio, via programa Previ-Fogo, e comunicado à Associação Quilombo Kalunga (AQK). A vegetação nativa, que estava em processo de regeneração natural desde 2019, após ações de desmatamento pela mesma fazenda na época, desta vez foi removida com o uso de tratores e gradeamento, supostamente para preparação do solo para o plantio de capim. A região afetada fica a 400 metros das nascentes do Rio Prata, uma das principais fontes de abastecimento hídrico das comunidades Kalunga.

“A retirada da vegetação pode secar as nascentes e há também o risco de contaminação das águas por agrotóxicos. As famílias vivem na beira dos rios, produzimos o nosso alimento, criamos os nossos animais na área. Isso ameaça diretamente nossa segurança alimentar e o nosso modo de vida”, afirma Damião Moreira dos Santos, quilombola e assessor da associação.

Rio Prata que abastece as famílias Kalungas – Cavalcante (GO) Foto: arquivo | AQK

Território Kalunga

Apesar do reconhecimento oficial do território Kalunga desde 1996 e da criação do Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, com aproximadamente 261 mil hectares, até maio de 2024 apenas 25.915 hectares haviam sido oficialmente titulados, o que representa menos de 10% do total.

Em 20 de novembro de 2009, o governo federal publicou o Decreto nº 6.992, declarando de interesse social, para fins de desapropriação, os imóveis rurais localizados nos municípios de Cavalcante, Monte Alegre de Goiás e Teresina de Goiás — área que abrange o território tradicionalmente ocupado pela comunidade Kalunga. O decreto teve como objetivo viabilizar a titulação coletiva do território, reconhecendo o direito à terra garantido pelo artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal. Mais de 15 anos depois, o processo de regularização fundiária segue incompleto.

Esse cenário mantém cerca de 8 mil quilombolas em situação de vulnerabilidade, expostos à grilagem de terras, desmatamentos e conflitos fundiários, mesmo após décadas de luta por seus direitos territoriais.

Dados do MapBiomas apontam que as áreas de floresta no território Kalunga também vêm diminuindo: em 1985, a cobertura vegetal era de 85,94%; em 2023, caiu para 78,41%.

Mapeamento que mostra a extensão do território Kalunga em Cavalcante (GO), com a localização da área desmatada. Imagem: Reprodução Google Earth | AQK

Histórico de infrações e omissões

O imóvel do Apoena Agropecuária e Comércio Ltda já havia sido embargado em 2019 pela Semad, após o desmatamento ilegal de 520 hectares com uso de correntões — técnica comum no agronegócio que utiliza dois tratores puxando uma grande corrente para derrubar rapidamente a vegetação nativa.

Na ocasião, a empresa firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com a Semad e a Associação, com intermediação do MPF e do Ministério Público de Goiás (MPGO). O acordo previa pagamento de indenizações de R$ 200 mil à associação Kalunga e R$ 10 mil à Semad, além da recomposição ambiental de 1.200 hectares na Fazenda Alagoas.

Apesar do histórico, em fevereiro deste ano, a Semad emitiu uma nova Declaração Ambiental do Imóvel (DAI), desembargando a área e dispensando novo licenciamento ambiental. A medida foi tomada sem realização de consulta prévia, livre e informada à comunidade Kalunga.

A advogada de defesa da AQK, Andrea Farol, critica a ação da Semad e espera explicações da secretaria. “A Semad não pode tomar nenhuma decisão, fazer nenhum ato istrativo sem consulta prévia à comunidade. O que queremos entender é por que a área foi desembargada e como a declaração ambiental foi concedida sem essa consulta. Estamos aguardando a resposta da Semad”, afirma Farol.

A comunidade Kalunga aguarda respostas dos órgãos competentes sobre a legalidade das autorizações concedidas, bem como medidas para garantir o cumprimento dos direitos territoriais e ambientais do povo Kalunga.

Desapropriação pendente


“A preocupação da comunidade é que, quando as terras forem finalmente desapropriadas, já não exista mais vegetação nativa. Queremos garantir que nossas águas e nosso modo de vida sejam preservados”, reforça Damião Santos.

“É obrigação do Incra ele manifestar interesse e não permitir esse tipo de ação ocorra e atuar junto aos órgãos licenciadores”, complementa a advogada Simone.

Em resposta ao Brasil de Fato DF, a Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Distrito Federal e Entorno informou que a Fazenda Alagoas está formalmente incluída em um processo de desapropriação e que já foram realizados os procedimentos iniciais, incluindo o georreferenciamento da área.

No entanto, como a política de regularização fundiária quilombola enfrentou, em anos anteriores, um período de estagnação, houve impacto na continuidade de diversos processos, incluindo o da Fazenda Alagoas. A retomada da referida política pela gestão atual está permitindo prosseguir com os trabalhos. O próximo o será elaborar o laudo de vistoria e avaliação.

O órgão ainda informa que está sendo produzido um relatório detalhado com informações sobre os imóveis já desapropriados e aqueles que ainda aguardam o pagamento das indenizações.

Os advogados da Fazenda Alagoas informaram ao Brasil de Fato DF que todas as informações e documentos foram enviados ao MPF e que não existe “nada de irregular” na propriedade. “Pelo contrário, ela possui mais da metade da área totalmente preservada”, afirmou a defesa.

O BdF também entrou em contato com a Semad e o MPF para esclarecer pontos sobre o caso. Foram solicitadas informações sobre a legalidade do novo desmatamento, o andamento de investigações, a necessidade de consulta prévia à comunidade Kalunga e os critérios para emissão de licenças ambientais. Até o fechamento desta reportagem, nenhuma das instituições havia se manifestado. O espaço segue aberto para posicionamentos.

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Editado por: Flavia Quirino
Tags: kalunga
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