Neste sábado (10), o Brasil de Fato lança o documentário Máquinas Chinesas, Terras Camponesas: tecnologia para alimentar o Brasil, durante a 1ª Mostra de Cinema da Terra. O festival audiovisual é realizado em parceria com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), como parte da programação da V Feira Nacional da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca, em São Paulo (SP).
A produção acompanha a cooperação técnica entre Brasil e China que busca democratizar o o à mecanização na agricultura familiar camponesa do Nordeste. Com filmagens em assentamentos nos estados do Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, o documentário registra a chegada das primeiras máquinas agrícolas chinesas a essas regiões e apresenta o cotidiano dos agricultores que estão testando os novos equipamentos.
O objetivo é mostrar como essas tecnologias podem contribuir para melhorar as condições de vida no campo, ampliando a produção de alimentos saudáveis, reduzindo a penosidade do trabalho e ajudando a combater o êxodo rural.
Outro núcleo da equipe de produção, baseado na China, percorreu províncias do país asiático para ouvir empresários responsáveis pelo desenvolvimento das máquinas e compreender o processo histórico da reforma agrária chinesa, implementada a partir da década de 1940.
Lucas Estanislau, um dos coordenadores do documentário, afirma que a experiência chinesa é uma referência para o Brasil. “A China que, no começo do século, também era um país empobrecido, era um país que ainda lutava para se desenvolver, hoje a gente pode observar um avanço considerável da industrialização chinesa, não só da industrialização, digamos, de manufatura ou da sua indústria pesada, mas também voltada para a agricultura e para a agroindústria”, ressalta.
Vitor Shimomura, roteirista e diretor de fotografia do documentário, também destaca que a chegada das máquinas provoca uma transformação nas comunidades visitadas. “A gente pôde observar que essas máquinas elas funcionam como se fosse uma engrenagem. Elas acabam gerando várias situações positivas para a vida, para o núcleo familiar desses agricultores, que incluem a diminuição da penosidade do trabalho, a diminuição do êxodo rural, a inserção de mulheres, a inserção de pessoas mais velhas, idosas e, consequentemente, pensando nessa engrenagem, que a chegada das máquinas também influenciou no aumento da produtividade, no aumento da diversificação e na diminuição do tempo de trabalho”
A 1ª Mostra de Cinema da Terra, em cartaz neste sábado (10) e domingo (11), durante a V Feira da Reforma Agrária, reúne uma programação de filmes que retratam a resistência, a cultura e as tecnologias desenvolvidas por comunidades camponesas no Brasil e em outros países. A iniciativa reforça a proposta da feira: valorizar o trabalho no campo, a soberania alimentar e os saberes populares.
A testagem das máquinas faz parte de parceria entre o Brasil e a China, por meio de organizações como o Consórcio Nordeste, a Universidade Agrícola da China, a Associação de Fábricas Agrícolas da China e a Associação Internacional para Cooperação Popular (Babob). O projeto busca testar e avaliar o desempenho de diferentes equipamentos no solo do Nordeste brasileiro.
