O futuro da Igreja Católica começa a ser decidido nesta semana, com o início do Conclave para a escolha do novo papa, marcado para começar na quarta-feira (7). Neste sábado (3), a agência de notícias Vatican News, informou que 131 cardeais, dos 133 que estão aptos a votar na eleição do sucessor do papa Francisco, já se encontravam em Roma. Também na manhã de sábado, foi realizada a nona Congregação Geral, com a presença de 177 cardeais, dos quais 127 são eleitores.
De acordo com a agência oficial de notícias do Vaticano, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informou que as obras para a acomodação de todos os cardeais eleitores da Casa Santa Marta estão em ritmo acelerado e devem ser concluídas até esta segunda-feira (5). Já os cardeais devem chegar à hospedaria oficial do Vaticano na noite de terça (6) e a partir daí ficam em clausura para o início do Conclave, após a celebração da missa “pro eligendo Pontifice”.
Entenda como é a votação
Antes da votação, três cardeais são escolhidos para contar os votos e outros três para revisar o ritual. Para ser escolhido, um cardeal precisa ter pelo menos dois terços dos votos, e eles não podem votar em si mesmos.
No primeiro dia, os cardeais devem indicar os seus candidatos em uma cédula de papel. Caso nenhum deles obtenha dois terços dos votos, a votação é feita novamente no segundo dia. Até quatro votações por dia podem ser realizadas nesta etapa, sendo duas pela manhã e duas à tarde.
Se ainda assim nenhum dos candidatos chegar aos dois terços dos votos, após três dias de votações, os cardeais fazem uma pausa de 24 horas para orações. Depois disso, persistindo a indefinição, os dois mais votados enfrentam uma disputa direta.
As decisões são comunicadas ao público da Praça São Pedro pelo tradicional sinal de fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. A fumaça preta indica que ainda não há um nome definido. Já a fumaça branca indica que os cardeais elegeram um novo papa.
Embora o sistema de votação exista desde o século XIV, as regras foram atualizadas nos últimos anos para evitar que se prolongasse o período de Sede Vacante. Na história, alguns conclaves duraram meses ou até anos. Dos últimos 11 conclaves, nenhum superou quatro dias. A reunião que elegeu o papa Francisco durou apenas dois dias, ocorrido entre 12 e 13 de março de 2013.
Brasileiros no conclave
O Brasil possui oito cardeais, mas apenas sete poderão votar e serem votados no Conclave para a escolha do próximo papa, já que o arcebispo emérito de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno, tem 87 anos. As regras não permitem que cardeais com mais de 80 anos possam votar. Os cardeais brasileiros eleitores são:
- Jaime Spengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e arcebispo de Porto Alegre, 64 anos;
- João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília, 77 anos;
- Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, 74 anos;
- Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, 75 anos;
- Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos;
- Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília, 57 anos;
- Sérgio da Rocha, primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, 65 anos.
