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EM BRASÍLIA

Indígenas denunciam violência, reivindicam novas demarcações e repudiam marco temporal ao fim do ATL 2025

Documento final divulgado pela Apib destaca a violência sofrida pelos indígenas nesta quinta (10)

11.abr.2025 às 18h53
Brasília (DF)
Eraldo Paulino
Edição de 2025 do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília

Edição de 2025 do Acampamento Terra Livre (ATL), em Brasília - Joédson Alves/Agência Brasil

A 21ª edição do Acampamento Terra Livre chegou ao fim nesta sexta-feira (11), em Brasília (DF), com duros recados aos três Poderes, aos invasores de terras e aos mega empreendimentos que ameaçam a vida dos povos indígenas e os biomas brasileiros. O evento, que aconteceu de 7 a 11 de abril, também demarcou os 20 anos da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). A repressão do Departamento de Polícia Legislativa (DPO), ocorrida durante a marcha “A resposta Somos Nós”, realizada no fim da tarde de quinta (10), foi só mais um indício de que a luta desses povos é também para superar violências estruturais e estatais.

A carta final do acampamento denuncia a repressão sofrida durante o evento e reafirma a resistência diante dos ataques institucionais. O texto menciona a violência da Polícia Legislativa e da Polícia Militar contra mulheres, crianças, anciãos e lideranças tradicionais durante a marcha do dia 10 de abril.

A carta também cobra o fim da Câmara de Conciliação do Supremo Tribunal Federal (STF) e a declaração de inconstitucionalidade da lei 14.701/2023, que, segundo o movimento, “criminaliza retomadas, indeniza invasores e altera profundamente o procedimento de demarcação”.

Outro ponto central do documento é a criação da Comissão Internacional Indígena para a COP30, que busca garantir protagonismo dos povos originários na conferência do clima que será realizada no Brasil. “Não há saída para a crise climática sem a demarcação das terras indígenas”, afirma a carta, que também exige a retomada imediata das demarcações como uma política climática efetiva.

O ATL

O evento reuniu cerca de 8 mil indígenas de 150 etnias de todo o Brasil.  O coordenador geral da Apib, Kleber Karipuna, reforçou que a luta dos povos originários em defesa dos territórios acontece desde a invasão portuguesa no Brasil, e continua necessária em um  cenário de ameaças constantes contra a vida. “Esses 20 anos de história [da Apib] começam desde lá quando começaram as grandes assembleias, grandes movimentos, as grandes mobilizações, lá na década de 70, pros anos 80, quando começamos a reconhecer a necessidade de fortalecer nossa unidade, mesmo com tanta diversidade”, declarou.

Foram realizadas plenárias de mulheres, de jovens, de lideranças LGBTQIA+, além de duas grandes marchas pelas ruas de Brasília. A primeira na terça (8), foi uma celebração dos 20 anos da Apib e uma demarcação política das principais bandeiras de luta da organização. Entre os principais temas debatidos no acampamento estão a demarcação de novas terras indígenas, o fim do marco temporal, a revogação da lei 14.701, que permite a instalação de mega projetos em terras indígenas, além de uma transição energética que respeite a soberania das comunidades tradicionais.

Agressão racista da polícia não vai calar uma luta ancestral

Ao fim da segunda grande marcha do evento, que seguiu do acampamento até o Congresso Nacional, a polícia legislativa atirou bombas de efeito moral contra indígenas. Em vídeo divulgado pela assessoria de imprensa da parlamentar, a deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) aparece relatando dor nos olhos enquanto tenta atravessar uma barreira formada pela Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF) para ar o parlamento. “Sou deputada federal eleita”, repete.

Segundo notas emitidas pela Câmara dos Deputados e Senado, estariam tentando invadir a área limite acordada com os manifestantes. As bombas atingiram pessoas idosas, crianças e mulheres. A Apib alegou, em nota, que as agressões teriam sido um ato deliberado da força policial de um Congresso, cuja maioria é inimiga dos povos indígenas e as bandeiras que eles defendem.

As lideranças relataram que o protesto era pacífico e “que os indígenas que desceram em direção ao Congresso apenas portavam instrumentos ritualísticos, utilizados em cantos e rezas”, afirmou o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), também em nota.

Foto: Richard Wera | Apib

Corroboram para essas acusações, além da própria ação desproporcional da polícia, um áudio gravado durante reunião da associação com a SSP-DF, no formato on-line, ocorrida no dia anterior à marcha, para acertar detalhes do trajeto. No trecho divulgado pela Apib, é possível ouvir uma voz de um homem da secretaria afirmar: “Deixa descer e mete o cacete se fizer bagunça”. Norivaldo Mendes, coordenador executivo da Apib pela Aty Guasu, enfatiza que, até a agressão, a manifestação ocorreu de forma pacífica. 

“Como não havia nenhuma barreira, as pessoas estavam descendo [ao gramado nas proximidades do Congresso] fazendo seu ritual, sem arma nenhuma, sem arco, sem flecha, quando foram agredidas”, relatou Norivaldo, durante entrevista coletiva concedida nesta sexta.. Segundo ele, os indígenas respeitam o Congresso como casa deles, e uma reação violenta sem qualquer tentativa de diálogo só reforça que a intenção da DPO era mesmo agredir.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

A resposta somos nós!

A marcha “A resposta somos nós!” defendeu bandeiras antagônicas aos interesses dos empresários e das indústrias que financiam os mandatos da maioria dos congressistas brasileiros. Os indígenas afirmaram que a resposta para uma transição energética que não cause genocídio e ecocídio está no próprio modo de vida ancestral dos povos originários. E que uma Câmara de Conciliação, ou qualquer tentativa de apenas mitigar o avanço das invasões dos territórios indígenas, não é uma opção.

“O governo Lula foi para a COP 28 falar em transição energética, sobre a importância do fim do uso de combustíveis fósseis, e quando voltou ao Brasil leiloou vários poços de petróleo na Amazônia. Os governantes costumam falar nessas conferências que se orgulham de ter a maior floresta em pé do mundo aqui, mas não dizem que ela só está assim graças aos nossos guerreiros e nossas guerreiras indígenas”, argumentou Luene Kripuna, do Oiapoque, no Amapá, uma das principais vozes de resistência contra a exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.

O coordenador da Apib pela Arpinsul, Kretã Kaingang, reiterou a importância do respeito à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário, que prevê a obrigatoriedade da consulta livre, prévia e informada às comunidades tradicionais, antes que projetos depredadores se instalem em seus territórios. “Na consulta livre, prévia e informada, quando se tratar de petróleo e gás e mineração, seja ela por ouro, seja ela por prata, seja ela por diamante, qualquer outro tipo de exploração mineral dentro dos territórios indígenas, a resposta sempre tem que ser: não vamos aceitar”, reforçou.

Por uma COP 30 com protagonismo dos povos indígenas

Além dos povos originários brasileiros, o ATL indígenas de mais 15 países, com representações dos oito países da bacia Amazônia, da Austrália e Fiji, além de lideranças da Aliança Global de Comunidades Territoriais (GATC), que representa povos indígenas e comunidades locais de 24 países. Na quinta-feira, essas delegações participaram do “Encontro com Embaixadas: A Resposta Somos Nós – Visões dos Povos Indígenas para a COP-30”, com o objetivo de levar as demandas dos povos indígenas às embaixadas dos países Alemanha, Áustria, Austrália, Canadá, Dinamarca, Espanha, França, Finlândia, Irlanda, Noruega, Países Baixos, Peru, Reino Unido, Suécia e Suíça.

As ministras do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, estiveram presentes no lançamento de uma Contribuição Nacional Determinada Indígena (NDC), e de uma Comissão Internacional Indígena para a COP30, que vai ser realizada em Belém, no Pará, em novembro deste ano. “Nós sempre lutamos para que os povos indígenas estivessem no centro desse debate [da COP], porque comprovadamente os territórios indígenas funcionam como essa grande barreira contra o avanço das monoculturas, da mineração e do garimpo”, concluiu Sônia Guajajara.

ATL é demonstração de força e resistência e inclusão

“Já participei de vários encontros aqui da ATL,  e é um movimento que vem vários povos de outros lugares também, lutando por uma causa só pela demarcação, e pra melhorar o atendimento da saúde, educação”, explica Tapixi Guajajara, que já perdeu as contas de quantos acampamentos já participou. Ela e a delegação da qual faz parte realizam várias formas de captação de recursos para que o povo dela esteja presente na maior celebração e maior mobilização dos povos originários do Brasil.

O cacique xavante do Mato Grosso, José Xavante, destaca a importância da participação de não indígenas de todas as regiões do Brasil no evento. “Esse acampamento demonstra que ainda vivemos e vamos viver. Que sejamos respeitados e reconhecidos por não indígenas. [Que possamos] viver juntos pacificamente, construir um país solidário, coeso. Muitos não reconhecem a diversidade étnica dos povos indígenas, embora que a nossa constituição não permite o racismo, é um crime inafiançável, mesmo assim membros do nosso povo, nossos caciques estão sendo perseguidos”, desabafa.

Morador de Brasília há 4 décadas, o comerciante Melo Guilherme vê o ATL acontecer há 21 anos. Esta foi a primeira vez que ele decidiu entrar no acampamento.  Guilherme andou pelo espaço, ouviu alguns debates nas plenárias, e saiu com uma nova visão sobre a articulação dos povos indígenas. “Eu fiquei muito curioso, e hoje eu arrumei um tempo pra vir conhecer e não me decepcionei. Muito interessante. A preservação da nossa cultura, do nosso país, é uma coisa que a gente precisa ficar sempre atento. Respeitar também, não as vontades, mas as conquistas desse povo, que não venha ter retrocesso, e é uma questão até de conscientização do povo, de que o povo indígena faz parte da nossa vida, da nossa sociedade.”

Editado por: Thalita Pires
Tags: Acampamento Terra Livre
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