Na manhã desta quinta-feira (27), o governo de Pernambuco foi alvo de mais um protesto de estudantes da rede pública. Os adolescentes das escolas estaduais Jurandir Bezerra Lins, em Igarassu, e Felipe Camarão, em Jaboatão dos Guararapes, protestaram com cartazes e eatas em defesa da instalação de aparelhos de ar-condicionado nas salas de aula.
Na escola Felipe Camarão, que fica no bairro de Prazeres, Jaboatão, além da cobrança por ares-condicionados, para enfrentar temperaturas médias cada vez mais quentes, os estudantes também cobram melhoria na qualidade da merenda e a entrega dos fardamentos e kits escolares, visto que as aulas do ano letivo 2025 começaram há dois meses. Os professores da Felipe Camarão também chamaram atenção para os frequentes alagamentos na escola durante o período de chuvas. Durante o protesto, o grupo fechou o trânsito na Estrada da Batalha (PE-008).
A presidenta do Sindicato dos Trabalhadores na Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, se somou à mobilização. “A climatização é urgente. Temos recebido relatos de estudantes ando mal e houve professores que já desmaiaram com o calor extremo em salas de aula”, disse a educadora. “Este é um assunto que precisa de ação imediata”, pressiona a dirigente sindical, citando que a agilidade na climatização é um dos pontos na mesa de negociações entre sindicato e o governo de Pernambuco.
Leia: De Olho na Merenda e a urgência do combate à insegurança alimentar e nutricional nas escolas
Merenda escolar poderá ter no máximo 15% de alimentos ultraprocessados
No Recife, audiência pública debate realização de atividades religiosas em escolas estaduais
Na Escola Técnica Estadual Jurandir Bezerra Lins, no bairro de Encanto Igarassu, a mobilização aconteceu dentro do edifício escolar, com os estudantes interrompendo as aulas e ocupando o pátio e as áreas comuns da instituição de ensino. Houve discursos e cobranças no microfone. Os aparelhos de ar-condicionado da Jurandir Bezerra Lins já foram adquiridos pela Secretaria Estadual de Educação (SEE), mas ainda não foram instalados.
Nesta sexta-feira (27), haverá um novo protesto, cobrando a entrega de fardamento e material escolar. Convocados pela União Metropolitana dos Estudantes (Umes) e pela União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), os estudantes começam a se reunir a partir das 14h30, em frente à sede da secretaria de Educação, na avenida Afonso Olindense, nº 1513, bairro da Várzea, zona oeste do Recife.
Protestos frequentes
No último dia 13 de março, no Sertão do estado, estudantes da Escola Estadual Dom Hélder Câmara, em Lagoa Grande, onde as temperaturas podem chegar aos 35º C no turno da tarde, também foram às ruas para pedir a instalação de ar-condicionado nas salas de aula. No mesmo dia, estudantes da escola Senador Novaes Filho, no bairro da Várzea, Recife, protestaram devido à paralisação das obras no edifício da escola, de onde eles foram removidos “temporariamente” há um ano para outro local.
O governo de Pernambuco está com um processo licitatório em aberto para a compra e instalação de subestações e aparelhos de ar-condicionado. Em 2024, segundo a secretaria de Educação, 477 escolas foram totalmente climatizadas. A previsão é de instalar 20 mil aparelhos até o fim de 2026.
Leia também: Em dois anos, governo Lula entregou 78 obras de educação em Pernambuco
Professores e estudantes cobram reforma e reabertura de escola fechada há um ano em Pernambuco
Celulares nas escolas: ‘Primeiro impacto da restrição deve ser na interação social’, diz psicóloga
