Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Meio Ambiente

mais veneno

Assembleia de Mato Grosso aprova lei que permite aplicação de agrotóxicos perto de rios e nascentes

Texto diminui a até zero distância de proteção de cursos d'agua em relação a lavouras que usam pesticidas

21.mar.2025 às 22h26
São Paulo (SP)
Thalita Pires
Aplicação de agrotóxicos

Uso de venenos na produção agrícola atinge principalmente trabalhadores rurais e populações tradicionais - Fernando Brazão/Agência Brasil

A Assembleia Legislativa do Mato Grosso (ALMT) aprovou nesta quinta-feira (20) um projeto de lei que diminui as distâncias necessárias para a aplicação de agrotóxicos em relação a cursos d’água, propriedades vizinhas e moradias. Em propriedades pequenas – que tenham até 4 módulos fiscais – a distância caiu a zero.

Já em propriedades médias – de 4 a 15 módulos fiscais – a distância de proteção ará a ser de 25 metros e em grandes propriedades – mais de 15 módulos fiscais – a distância mínima é de 90 metros. A área dos módulos fiscais varia de acordo com o município. De acordo com o sistema de consultas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no Mato Grosso, com exceção da capital Cuiabá, todas as cidades possuem módulos fiscais entre 60 hectares e 100 hectares.

O projeto vai agora para sanção do governador Mauro Mendonça (União).

Atualmente, a legislação em vigor prevê uma distância de proteção de 90 metros, independentemente da área da propriedade. Entretanto, o decreto de 2013 que determinou esta distância foi questionada pelo Ministério Público do Mato Grosso. O MP conseguiu uma vitória em primeira instância em 2024 para restaurar as distâncias que vigiam até 2013, que eram de 300 metros de povoações, cidades, vilas, bairros e de mananciais de captação de água para abastecimento de população; 150 metros de mananciais de água, moradias isoladas e agrupamentos de animais; e 200 metros das nascentes, ainda que intermitentes.

Para o deputado estadual Lúdio Cabral (PT), a ALMT optou por ignorar a ciência. “O PL do Veneno foi aprovado com 3 votos contrários, incluindo o meu”, disse.

“Em audiência pública, reunimos pesquisadores para mostrar a relação entre agrotóxicos e incidência de câncer, aborto espontâneo, malformação fetal. O governador ainda pode vetar o projeto, e esperamos que isso seja feito. Mas se o projeto for sancionado, vamos partir para o caminho da judicialização, pois ele coloca em risco o meio ambiente e a saúde da população”, completou o deputado.

A doutora em saúde pública e integrante do Núcleo de Estudos Ambientais e em Saúde do Trabalhador da Universidade Federal do Mato Grosso (Neast/UFMT) Marcia Montanari destaca as consequências para os trabalhadores rurais derivadas do aumento do uso de agrotóxicos. “A argumentação de que isso vai beneficiar os pequenos agricultores é uma falácia. Na verdade vai expor ainda mais esses agricultores, principalmente os pequenos, aos riscos de contaminação humana e ambiental, sobretudo das fontes de abastecimento de água (rios, poços artesianos) por conta desse limite zero”, diz.

Populações tradicionais também têm maior risco de serem atingidas. “Ampliam-se também os riscos para as populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas. Nós já tivemos muitos casos aqui no estado de intoxicações dessas populações por conta do uso de agrotóxicos fora dos limites. Então quando você coloca zero de limite certamente não haverá respeito nenhum à casa, às aldeias, aos territórios tradicionais aqui no estado.”

Ela aponta alguns dos problemas de saúde relacionados ao uso de pesticidas. “A gente vislumbra consequências do aumento do risco à saúde da população. Certamente vai haver aumento na incidência dos casos de intoxicação aguda – sinais e sintomas que acontecem nas 24 horas de exposição. Podem acontecer dores de cabeça, náuseas, tontura, problemas de pele, nos olhos, e até mesmo problemas mais graves, neurológicos, e até o óbito”, enumera.

Há também problemas crônicos envolvidos. “Os indicadores de malformações fetais nos municípios do agronegócio são potencialmente maiores do que no restante do país. E também os casos de cânceres infanto-juvenis, além de doenças respiratórias em crianças e idosos, que são mais sensíveis”, afirma Montanari.

A especialista também aponta consequências econômicas e possibilidade de conflitos. “A gente sabe que pequenas propriedades têm uma diversidade de produção muito grande. Às vezes o que se usa em uma propriedade ao lado que está plantando milho, soja, ou mesmo hortifruti, pode impactar o que está produzindo no vizinho, e isso vai com certeza dar conflito entre esses pequenos agricultores.”

Outro problema deverá ser a perda de certificação de produtores orgânicos no estado, uma vez que será mais difícil proteger as lavouras do agrotóxico usado em propriedades vizinhas.

Editado por: Nicolau Soares
Tags: agrotóxicosmato grosso
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Notícias relacionadas

Levantamento

Deputados ‘pró-vida’ aprovaram lei que facilita agrotóxicos associados a abortos

Veneno na mata

Em 10 anos, fazendeiros jogaram agrotóxicos sobre 30 mil hectares da Amazônia, mostra estudo

Contaminação por deriva de agrotóxicos volta a ameaçar bicho-da-seda em Glória de Dourados (MS)

Veja mais

HOMENAGEM

Sebastião Salgado eternizou momentos históricos da luta pela reforma agrária

OPINIÃO

O agro não é ‘pop’, é catastrófico

LEGADO POLÍTICO

Sebastião Salgado: fotógrafo da terra e do povo, aliado histórico do MST

PODCAST DE FATO

Deputado e líder comunitário alertam para ausência de soluções coletivas às emergências climáticas no RS

ADOÇÃO

ONGs alertam para devoluções e baixa procura por adoção de animais resgatados nas enchentes

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.