A vereadora Sonaira Fernandes (PL) foi eleita, na manhã desta quinta-feira (13), para presidir a Comissão de Educação, Cultura e Esportes na Câmara Municipal de São Paulo. O mandato tem duração de um ano.
A comissão é formada por sete vereadores e Fernandes, que votou em si mesma para a presidência, foi eleita com outros três votos, dos vereadores George Hato (MDB), Adrilles Jorge (UB) e Cris Monteiro (Novo).
Em segundo lugar ficou Celso Giannazi (Psol), que votou em si mesmo, e teve o apoio de Luna Zarattini (PT) e Eliseu Gabriel (PSB). A vice-presidência da comissão ficará com Cris Monteiro.
Quem é
Eleita com 33.957 votos, Sonaira Fernandes é conhecida na extrema direita como a “Damares de São Paulo”. A vereadora trabalhou no mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em 2014. Anos mais tarde, foi chefe de gabinete do deputado estadual Gil Diniz (PL), na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Entre fevereiro de 2022 e abril de 2024, Fernandes ocupou o cargo de secretária de Políticas para as Mulheres no governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo. Saiu do cargo para disputar a eleição de vereadora.
Em fevereiro de 2022, às vésperas de assumir a secretaria, usando o seu perfil no X (antigo Twitter), Sonaira Fernandes atacou as feministas dizendo que “o feminismo mata mais do que guerras e doenças”, “o grande genocida do nosso tempo”. “O feminismo é a sucursal do inferno. Quem se diz feminista e cristã está servindo ao Satanás e seus demônios.”
Antes, em 2021, ela postou em seu perfil no Facebook um elogio às escolas cívico-militares. “Livre do método Paulo Freire de ensino e sem correr o risco da linguagem neutra, a escola-cívico militar (sic) é um excelente modelo a ser seguido, o aluno adquiri (sic) melhor disciplina, assegurando educação de qualidade!”, escreveu.
Também em 2021, em plena pandemia – momento em que milhões de crianças brasileiras não tinham o à escola por falta de políticas públicas para garantir a segurança sanitária da comunidade escolar –, ela postou uma lista de suas prioridades para a educação: lutar contra a “ideologia de gênero” – uma invenção da extrema direita global para atingir liberdades de expressão e de sexualidade –, defesa do ensino domiciliar; defesa da uma educação livre de linguagem neutra; e defesa da soberania dos pais na educação dos filhos.
Em seu site, a Câmara Municipal afirma que a Comissão de Educação, Cultura e Esportes “é responsável por fiscalizar o sistema municipal de ensino, os serviços, equipamentos e programas culturais, educacionais, esportivos, recreativos e de lazer destinados à comunidade.”
