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ANÁLISE

Guerra na Ucrânia inaugurou ‘nova era’ com fim do unilateralismo dos EUA, diz dirigente socialista

Movimento de aproximação com a Rússia é comparado à política externa do ex-presidente Richard Nixon

11.mar.2025 às 13h55
Atualizado em 12.mar.2025 às 10h49
São Paulo (SP)
Leandro Melito
Em bate-boca na Casa Branca, Zelensky leva bronca de Trump: ‘Ou aceita nossa proposta ou estamos fora’

- Saul Loeb / AFP

Desde que assumiu a Casa Branca, o presidente Donald Trump tem imposto uma agenda agressiva na política externa dos Estados Unidos. Nas últimas semanas, a mudança de postura de sua istração em relação à guerra na Ucrânia mergulhou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na maior crise de sua história, colocando dúvidas sobre seu futuro e a relação entre os EUA e a Europa.

Em entrevista ao Brasil de Fato, o dirigente socialista Brian Becker, coordenador nacional da Answer Coalition e organizador central do Partido para o Socialismo e a Libertação (PSL) nos EUA, aponta que a guerra da Ucrânia deu início a uma “nova era” na geopolítica mundial, marcando o fim de 30 anos de unilateralismo estadunidense.

“O fato de que o governo Biden não conseguiu esmagar a Rússia significa que um novo mundo estava começando. É um mundo bom? Bem, nós o chamaríamos de um mundo multipolar, ou seja, não apenas o poder estadunidense, mas agora há o poder russo, há o poder chinês, talvez haja o poder indiano, talvez haja algum poder do Brics.”

As autoridades dos EUA e da Rússia se reuniram em fevereiro, na Arábia Saudita, para suas primeiras conversas de alto nível em três anos, tendo como principal tema a negociação para colocar fim à guerra na Ucrânia. A aproximação dos EUA com o governo de Vladimir Putin gerou uma onda de críticas na Europa. Na perspectiva geopolítica, o movimento tem sido comparado com a política externa do ex-presidente Richard Nixon (1913-1994) por meio de seu secretário de Estado Henry Kissinger (1923-2023).

Na década de 1970, quando União Soviética e China figuravam como duas potências socialistas, os EUA buscaram uma aproximação com a China como forma de enfraquecer o regime soviético. O que Donald Trump estaria fazendo neste momento, seria o inverso.

“Em vez de pegar a China e trazê-la para a órbita dos EUA, fingindo ser seu amigo íntimo, os EUA estão fazendo o mesmo com a Rússia, tentando trazer a Rússia para a órbita dos EUA. Essa é parte da questão e há uma outra, que é o fato de Trump estar tentando reconquistar a Europa de uma maneira diferente”, aponta Brian Becker.

Desde a queda do Muro de Berlim, a relação dos EUA com a Europa estava baseada na Otan, com forte presença militar estadunidense no continente. A nova relação que Donald Trump está construindo se dá por meio do apoio estadunidense à extrema direita europeia, com a participação ativa do bilionário Elon Musk.

Confira os principais trechos da entrevista

Brasil de Fato: Você disse que o governo Trump está tentando repetir um movimento feito por Henry Kissinger nos anos 70, quando os EUA fizeram a paz com a China para isolar a URSS. Agora Washington está tentando isolar a China, certo?

Brian Becker: O que quer que se pense sobre o governo russo, sobre a invasão, claramente foi resposta à recusa do governo Biden em negociar com a Rússia sobre a Ucrânia. Quando a Rússia invadiu, essa foi uma grande decisão, porque eles sabiam que seriam expulsos da economia mundial. Sabiam que sofreriam sanções. Eles sabiam que seus bens seriam congelados, mas, obviamente, o governo Putin decidiu que não poderiam mais ar o mundo unipolar.

A invasão da Ucrânia…eu fiquei surpreso, não esperava, achei que eles ainda estavam negociando.Mas eles invadiram, e isso mudou o mundo e o fato de que o governo Biden não conseguiu esmagar a Rússia significa que o novo mundo havia começado. É um mundo bom? Bem, nós o chamaríamos de um mundo multipolar, ou seja, não apenas o poder estadunidense, mas agora há o poder russo, há o poder chinês, talvez haja o poder indiano, talvez haja algum poder do Brics.

Essa é a solução para os perigos da desigualdade social ou para o perigo da guerra? Não. Antes da Primeira Guerra Mundial e da Segunda Guerra Mundial, tínhamos um mundo multipolar, e isso levou à Segunda Guerra Mundial. No caso da Segunda Guerra Mundial, 90 milhões de pessoas morreram em quatro anos. Portanto, a multipolaridade não é nossa visão de futuro, nossa visão de futuro é o socialismo. O socialismo é a base sobre a qual os países podem de fato viver juntos em paz e cooperação, em vez de competir incessantemente por mercados, matérias-primas e exploração. Portanto, nossa solução não é a multipolaridade, é o socialismo. Mas a multipolaridade é a consequência inevitável dos países grandes como a Rússia ou a China, que acabam rejeitando o poder unipolar que os EUA tentaram e conseguiram impor ao mundo durante 30 anos.

Trump, diferentemente do governo Biden ou dos anteriores, do governo Obama, George W. Bush ou do anterior, o governo Clinton, está voltando a uma era prévia da diplomacia dos EUA, uma era que pudemos ver mais notavelmente liderada por Henry Kissinger, mas não apenas por Kissinger, que reconheceu que tanto a Rússia quanto a China são países grandes, que precisam ser tratados de uma forma particular, ou seja, precisam ser tratados com seriedade.

Em 1971, Kissinger visitou secretamente a China e, em 1972, Richard Nixon foi com Kissinger. Eles se reuniram com Mao Zedong e Zhou Enlai. O esforço de Nixon e Kissinger não era apenas tratar a China com certo respeito e como uma grande potência, mas também trazer a China para a órbita dos EUA contra a União Soviética.

Agora, muitas pessoas estão dizendo ou algumas pessoas estão dizendo que o que Trump está fazendo hoje é Henry Kissinger ao contrário. Em vez de pegar a China e trazê-la para a órbita dos EUA, fingindo ser seu amigo íntimo, os EUA estão fazendo o mesmo com a Rússia, tentando trazer a Rússia para a órbita dos EUA. Essa é uma parte da questão e há uma segunda parte, que é o fato de Trump estar tentando reconquistar a Europa de uma maneira diferente.

Com o enfraquecimento da Otan, como deve ficar a relação dos Estados Unidos com a Europa?

O governo Biden e os governos anteriores dos EUA usaram a OTAN como a principal forma de manter a hegemonia dos EUA sobre a Europa. Após o colapso da União Soviética, essa foi uma maneira de os EUA basicamente dominarem a Europa Central e Oriental, e o que Trump está dizendo basicamente é: “Bem, há outra maneira de dominarmos a Europa”.

Um pouco diferente, não simplesmente pelo exercício da OTAN, mas acelerando a chegada ao poder na Europa de partidos políticos de extrema direita, como a AfD na Alemanha, o RN na França, o segundo maior partido na Bélgica é o partido fascista. Portanto, Trump e Elon Musk e esses reacionários de direita querem uma política externa realista em relação à Rússia e à China, mas também uma agenda política de extrema direita em relação não apenas à Europa, mas também aos países do Sul global, incluindo a América Latina.

Agora, o que Trump e Musk estão fazendo é brincar com fogo do ponto de vista do resto do establishment americano, porque eles acham que se a Europa realmente se tornar fascista – a princípio, pode acontecer novamente, é uma parte orgânica do capitalismo em decadência – essa classe política dominante pode perder o controle da Europa, já que será a aliança política entre uma Europa fascista ou semifascista e os Estados Unidos de Trump.

Sua premissa é apenas Trump, mas Trump não deve ser presidente em quatro anos. Um partido centrista pode estar de volta ao poder nos Estados Unidos. Em outras palavras, eles estão brincando com fogo ao permitir que o novo alinhamento entre os EUA e a Europa seja baseado em políticas de extrema direita em vez de instituições centristas: OTAN, FMI, Banco Mundial, ONU, etc., etc

Quanto dessa agenda ideológica do governo Trump é uma questão nacionalista e quanto ela responde a um movimento fascista maior coordenado com a Europa?

Se olharmos para o governo Trump, é uma coalizão. Steve Bannon, que não faz parte do governo, é o líder do movimento de extrema direita America First. Ele também quer que os partidos de direita vençam na Europa e, nos últimos dois anos, tem viajado para a Europa para falar e fazer discursos para os fascistas. Há outra parte da coalizão que está em guerra com Steve Bannon, liderada por Elon Musk.

Eles são bilionários, têm uma agenda diferente, mas uma agenda que se sobrepõe: sua agenda é basicamente saquear o tesouro estadunidense. Eles querem assumir o controle da Previdência Social, do Medicare e do Medicaid. Eles querem se livrar de todas as regulamentações que minimizam a poluição.

Mas Elon Musk também é racista. Ele é da África do Sul, mas como foi parar na África do Sul? Ele foi para a África do Sul porque seu avô, que não tinha nenhuma ligação com a África do Sul, com o apartheid sul-africano, liderou um partido nazista no Canadá e migrou em 1952 do Canadá para a África do Sul porque queria viver em um governo fascista do apartheid. Eles também querem promover políticas racistas pró-ocidente chauvinista branco na Europa. Portanto, essas são duas das alas do governo Trump. Há uma terceira ala – Na verdade, são mais de três, mas são três as básicas – que é outro grupo de bilionários que realmente não se importam com a Europa.

Tudo o que lhes interessa é basicamente assumir o controle da economia estadunidense e ficar cada vez mais ricos. Portanto, eu diria que duas das três principais alas do governo Trump estão dedicadas a promover a ultradireita na Europa. 

Os principais representantes dessas correntes, Steve Bannon e Elon Musk, fizeram recentemente o gesto que remete à saudação nazista. O que isso representa?

No ado, há cerca de 20 anos, se você fizesse isso, sua vida política estaria acabada. Você não poderia fazer uma saudação fascista. Dizer: “Ah, eu não quis dizer isso”. Não, você estaria acabado. Mas houve um movimento na direção de um primeiro teste para ver até onde eles podem ir.

Eles não precisam fazer isso. Sabe, havia um político americano famoso no Sul, seu nome era Huey Long, que disse que se o fascismo viesse para a América, ele seria embrulhado na bandeira americana. Por exemplo, não é preciso usar a iconografia nazista alemã ou saudações fascistas alemãs, mas é tentador para essas forças fascistas porque Elon Musk está muito animado.

Ele acha que eles estão mudando o mundo. São pessoas que têm um sentimento messiânico, sentem que: “Nós somos os escolhidos. Somos os líderes”. Eles estão cheios desse tipo de arrogância dos fascistas. E agora estão se sentindo como se estivessem se safando, porque “mesmo que os liberais nos ataquem, nossa base não se importa”. Então, eles estão se movendo rapidamente para torná-lo mais abertamente fascista. É por isso que digo que é uma tendência fascista, mas ainda não é um processo concluído.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
Tags: donald trumpzelensky
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