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Opinião

Feminismo e luta de classes: por que a libertação das mulheres é anticapitalista

Segundo IBGE, no 3º trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre as mulheres foi 45% superior à dos homens

08.mar.2025 às 11h02
Atualizado em 11.mar.2025 às 15h36
São Paulo
Maíra do MST

Maíra do MST durante a 12° sessão extraordinária que marcou o início da 12ª Legislatura da Câmara Municipal do Rio - Foto: Luciola Villela/CMRJ

Não é incomum encontrarmos afirmações sobre como as mulheres avançaram na conquista de direitos nas últimas décadas. De fato, essa é uma afirmação que precisa ser reivindicada. Mas é preciso ir mais a fundo sobre a atual realidade das mulheres no Brasil e no mundo para entender os desafios que ainda persistem.

Segundo dados do IBGE, no terceiro trimestre de 2024, a taxa de desemprego entre as mulheres foi 45% superior à dos homens. Essa disparidade também se reflete no trabalho informal, onde as mulheres são maioria. O impacto é ainda mais acentuado entre as mulheres negras, que enfrentam maiores dificuldades no o a empregos formais e condições de trabalho dignas.

Dados do IBGE revelam ainda que a fome chega a 31,4% mais os lares chefiados por mulheres em comparação aos liderados por homens. Essa vulnerabilidade se agrava ao considerar todos os níveis de insegurança alimentar, alcançando 36,6%. Além disso, os desafios se ampliam diante da violência doméstica, um problema que ainda está longe de ser resolvido no mundo. Só no Brasil, a cada seis horas, uma mulher é vítima de feminicídio, e entre elas, cerca de 63% são negras. 

Somos as primeiras afetadas pelo desemprego, pela carestia, pelo aumento da fome, da violência e pela retirada de direitos. Tudo isso não é por acaso; é a face do projeto neoliberal e fascistizante de sociedade.

O 8 de Março é uma data que nos convoca à reflexão sobre os problemas enfrentados pelas mulheres da classe trabalhadora, sendo esse, inclusive, o DNA da origem da data. Para aprofundarmos a compreensão do lugar da mulher na sociedade brasileira e seus atuais desafios, é essencial voltar à constituição do capitalismo dependente no Brasil, que se desenvolveu a partir de uma sociedade de classes estruturada com base no racismo e no patriarcado. Isso nos leva a entender que essas dimensões são estruturantes das atuais relações de dominação e de exploração no país,  tendo construído os alicerces das desigualdades de classe, raça e gênero, que ainda hoje se perpetuam.

Essa estrutura coloca as mulheres — especialmente as mulheres negras — em condição de subordinação econômica, para garantir a manutenção da ordem capitalista. 

Essa é uma chave de explicação para entender o porque nós, mulheres, somos a maioria entre os trabalhadores informais, as mais precarizadas, as que recebem os menores salários e as que sustentam a reprodução da vida, por meio do trabalho do cuidado e do trabalho doméstico, ambos sem remuneração e sem reconhecimento.

É preciso evidenciar como a desigualdade de gênero é funcional ao capitalismo, pois, ao fazer isso, conseguimos demonstrar que a igualdade de gênero dentro desse sistema não levará à libertação das mulheres trabalhadoras. E, ao mesmo tempo, o capitalismo também finge enfrentar essas questões, para esconder que a luta feminista é também, uma luta anticapitalista! 

Com o avanço das conquistas resultantes da luta coletiva das mulheres, surgem, em contraposição, correntes liberais do feminismo, alinhadas à ideia de que alternativas individuais para as mulheres — como a ocupação de determinados cargos e espaços — seriam, por si só, a solução para os problemas de gênero. Essas correntes de pensamento têm ganhado ampliação de sua influência na sociedade. Mas devemos nos perguntar: quando uma mulher se torna CEO de uma grande empresa, cargo historicamente hegemonizado por homens, sua presença nesse posto contribui, de fato, para o avanço da nossa libertação coletiva ou está a serviço dos interesses do capitalismo, reproduzindo as mesmas estruturas que exploram o trabalho das mulheres?

Hoje, à medida que a crise capitalista se aprofunda, também aumentam a pobreza e a violência contra as mulheres. Como parte das respostas a essa crise, vemos o avanço de ideologias autoritárias e conservadoras que atacam nossos direitos e aprofundam desigualdades. Ainda assim, a luta das mulheres e sua capacidade de organização têm sido fundamentais para enfrentar a ascensão da extrema direita no Brasil e no mundo, demonstrando que a resistência popular feminista é fundamental na construção de alternativas ao atual modelo econômico e político.

No Brasil, os dados sobre o crescimento da pobreza e da fome são alarmantes. Apenas na cidade do Rio de Janeiro, quase meio milhão de pessoas vivem em insegurança alimentar. Diante desse cenário, iniciativas protagonizadas por mulheres, como as cozinhas populares, têm se apresentado como uma resposta concreta ao projeto neoliberal de fome, garantindo não apenas alimentação, mas fortalecendo redes de solidariedade e organização popular.

Ao mesmo tempo em que enfrentam a violência política e social, as mulheres também conquistam espaços na política institucional. Segundo dados do Portal da Câmara dos Deputados, o número de mulheres eleitas no pleito municipal de 2024 cresceu dois pontos percentuais em relação a 2020. Esse avanço reforça a importância de ampliar a representação feminina comprometida com pautas populares, conectando as lutas da base com transformações estruturais na sociedade. 

O dia 8 de março é um dia de luta, de resistência e de denúncia contra um sistema que explora, oprime e mata mulheres todos os dias. Em 2025, essa luta se torna ainda mais urgente diante do avanço da extrema-direita, do aprofundamento da crise econômica e da crescente precarização da vida das trabalhadoras, é preciso ampliar nossa capacidade de mobilização e disputa ideológica. trabalho de base, combater a fome, taxar os super ricos, eleger mulheres comprometidos com um projeto coletivo

*Maíra do MST é historiadora e vereadora diplomada pela cidade do Rio de Janeiro para a legislatura 2025-2029

**Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato 

Editado por: Camila Salmazio
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