Começa nesta segunda-feira (3), o grande encontro dos maracatus de baque solto – ou maracatus rurais – de Pernambuco, no município de Nazaré da Mata, a uma hora de distância do Recife. O tema escolhido este ano é “O som do maracatu é o coração de Nazaré”. O evento, que este ano retorna à Praça da Catedral, é gratuito e aberto ao público. O encontro de maracatus segue nesta terça-feira (4) e se estende até a madrugada da Quarta-Feira de Cinzas (5).
Ao longo dos dois dias, mais de 30 grupos de maracatu se apresentam no grande encontro, vindos de Vitória de Santo Antão, Carpina, Aliança, Condado, Timbaúba, Tracunhaém, Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, Glória do Goitá, Itambé, Ferreiros, Itaquitinga, Chã de Alegria, Buenos Aires e Araçoiaba, além dos 19 grupos de Nazaré da Mata. O encontro deste ano homenageia o Mestre Barachinha (do Maracatu Estrela Brilhante de Buenos Aires) e a poeta popular de improviso Mestra Gil (ex-mestra do Maracatu feminino Coração Nazareno, de Nazaré da Mata).
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Reconhecida em 2024 como Patrimônio Imaterial do Brasil, a cultura do maracatu surgiu nos anos 1800 como uma festividade dos negros escravizados na região da monocultura da cana de açúcar em Pernambuco. Nos 137 anos ados desde a abolição, os povos negros se misturaram a povos indígenas e às comunidades de brancos pobres, nas zonas rurais e urbanas, espalhando e diversificando as manifestações dos maracatus nação (“de baque virado”) e rural (“baque solto”), incorporando novos elementos indígenas, africanos e europeus.
Os “mateus” e “caterinas” (ou “catita”), acompanhados de uma burra, são uma versão de palhaços que conduzem a história das brincadeiras. As alas seguem com os caboclos de lança, as baianas e os caboclos de pena. Em seguida vêm o estandarte, a dama do paço com uma calunga (representando uma entidae espiritual) e os componentes da corte, uma homenagem à realeza africana, mas que incorpora elementos da realeza europeia. O grupo é acompanhado pelo som da caixa, do ganzá, bombinho e gonguê. Logo atrás, uma orquestra de instrumentos de sopro.
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