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Ilha do Combu, no Pará, enfrenta impactos negativos do fluxo de turismo às vésperas da COP30

27.fev.2025 às 11h25
Atualizado em 04.mar.2025 às 17h11
Belém (PA)
Eraldo Paulino
Ilha do Combu, no Pará, enfrenta impactos negativos do fluxo de turismo às vésperas da COP30

Moradores de toda a ilha convivem com os impactos do turismo, além da falta de água potável e precariedade outras políticas públicas - Augusto Miranda - Agência Pará

Nos últimos anos, a ilha do Combu, no Pará, se tornou referência para o turismo, proporcionando uma experiência de contato das pessoas com o rio e com as comunidades ribeirinhas que vivem na região. Mas os moradores denunciam que a falta de atenção por parte do poder público ao aumento de visitantes no território estaria contribuindo para o aumento da violência, da degradação ambiental e, consequentemente, a escassez de produtos essenciais para atividades extrativistas e ao modo de vida local.

A ilha do Combu faz parte da área ribeirinha de Belém, e como uma das principais rotas turísticas da cidade, será destino certo de muitas pessoas que vão à COP30, que será realizada em novembro na capital paraense.

Lideranças comunitárias do Combu argumentam que os governos municipal e estadual “arão vergonha” caso, em plena conferência pelo clima, visitantes constatem que habitantes de uma das principais rotas turísticas da capital paraense convivem com a falta de água potável e impactos negativos para atividades extrativistas.

“Os moradores da ilha, historicamente, vivem do extrativismo e dependendo do período em que se dedica a uma cultura. Quando não está na época do açaí, ele pesca o camarão, ou peixe, mas com o aumento do fluxo de embarcações na ilha, sobretudo nos últimos sete anos, tanto o camarão e o peixe sumiram, como está perigoso para o ribeirinho pescar”, denuncia Iva Nascimento, presidenta da Associação dos Moradores do Igarapé Piriquitaquara.

Segundo ela, a navegação em alta velocidade de lanchas, jet ski e outras embarcações maiores já provocou diversos acidentes, e ameaça o pescador artesanal que utiliza barcos menores. “Nós, moradores, nos fins de semana, não podemos sair com a nossa rabetinha, porque a gente pode ir pro fundo. E a gente só vê a Capitania dos Portos quando o acidente envolve alguma lancha mais cara. Os próprios moradores da ilha adotaram a prática de tirar o escapamento do motor, para a voadeira fazer mais barulho. Hoje nossos idosos, crianças e doentes têm muita dificuldade de descansar, num lugar que costumava ser tranquilo”, pontua.

Iva ite que esse aumento do turismo também trouxe benefícios econômicos, como criação de cooperativas e novos empreendimentos por parte dos próprios moradores. Contudo, a pesquisadora Thainá Guedelha Nunes confirmou que um dos impactos sociais dessa mudança de rotina na ilha provocou a mudança de ocupação de alguns moradores, que deixaram de desempenhar exclusiva ou principalmente atividades extrativistas para fazer transportes em embarcações, trabalhar em restaurantes ou abrir seus próprios. O estudo está registrado em sua tese de doutorado, “Por um turismo decolonial, reflexões antropológicas a partir da turistificação da ilha do Combu”, do programa de pós-graduação em sociologia e antropologia da UFPA, de 2023.

Guedelha defende que o turismo na comunidade respeite o protagonismo dos moradores, nos aspectos social, político, econômico, de saúde, sob pena de que esse bum do turismo seja uma nova forma de colonização. Para isso, os moradores e empreendedores da ilha defendem que o poder público invista em políticas públicas, para incentivo ao manejo sustentável desses empreendimentos. “Esse manejo é para trazer de volta essa paz pra gente, mais segurança. Precisa orientar o próprio ribeirinho, pra não deixar que ele venda a terra dele para empreendedores que vêm de fora. Enquanto não houver uma regulação dessas atividades, os problemas tendem a aumentar”, argumenta Charles Gerson, idealizador do Espaço Igara, referência em vivências e trilhas, para que visitantes experienciem o modo de vida das comunidades.

Emergências climáticas e erosão

Com cinco comunidades, a ilha do Combu pertence a uma  Área de Proteção Ambiental (APA). A maior parte dos empreendimentos visitados pelos turistas ficam no igarapé do Combu e na beira do rio Guamá. Mas os moradores de todas as regiões convivem com os impactos dessas atividades, além da falta de água potável e precariedade outras políticas públicas, como saúde e segurança pública. Por outro lado, quem depende exclusivamente das atividades extrativistas para sobreviver, já sente a falta de produtos sazonais além do peixe e do camarão, como o açaí, a andiroba e o mel de abelha.

“Este ano estamos tendo dificuldades para extrair o óleo da andiroba, porque percebemos que o verão prolongado, as chuvas que não foram suficientes para a época, e toda a poluição dos rios está afetando não só as andirobeiras. Percebemos a escassez do açaí e de outras frutas também”, analisa Iracema Soares, vice-presidenta da Associação das Mulheres Extrativistas do Combu. Segundo ela, o pai e a mãe, que costumavam pescar camarão na entressafra do açaí, já observaram que a iguaria está muito mais difícil de ser encontrada. Todos esses impactos afetam a economia das famílias, sobretudo as mais vulneráveis.

“A gente já precisa comprar água potável, tanto pra beber, como pra cozinhar, porque a água do rio não serve pra isso. Agora, produtos que antes a gente tinha na frente de casa ou no quintal, precisamos comprar, como açaí e camarão. E mesmo em casas que têm açaí, percebemos a falta de gente pra colher, porque os apanhadores agora estão trabalhando com outras coisas”, reforça Iracema.

A erosão das beiras dos igarapés e furos, devido ao aumento do fluxo de embarcações, além de espantar rios e acabar com nascedouros de camarão, também já provocou a queda de casas, árvores, e são ameaça constante às próprias embarcações. Apenas famílias e empreendimentos mais estruturados economicamente constroem proteção nas encostas.

Em nota, a Marinha informou que inspetores navais fiscalizam as vias fluviais no entorno da cidade de Belém, que verificam se os condutores das embarcações estão cumprindo a legislação. Destacou também que os registros de acidentes com embarcações não tiveram aumento significativo. Leia a nota na íntegra:

A Marinha do Brasil (MB) esclarece que Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (AOR), situada em Belém, é o Agente da Autoridade Marítima Brasileira responsável pela região da Ilha do Combu.

Diariamente, os Inspetores Navais da AOR realizam a fiscalização das vias fluviais no entorno da cidade de Belém, por meio de inspeções navais e vistorias de embarcações. As fiscalizações verificam se os condutores das embarcações estão cumprindo a legislação, os atos e normas, nacionais e internacionais, que regulam o tráfego marítimo e fluvial (Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário).

A Ilha do Combu, uma das regiões mais frequentadas pelos turistas em Belém, é um dos focos da fiscalização das equipes de Inspeção Naval da AOR. Apesar do aumento de tráfego nessa região, os registros de acidentes com embarcações não têm sido significativo. Em 2023 e em 2024, por exemplo, foram registrados apenas um acidente por ano nessa região.
Entretanto, para aumentar a efetividade da fiscalização, bem como de coibir práticas irregulares na condução de embarcações, como excesso de velocidade e condução sob o efeito de bebidas alcoólicas, orientamos as comunidades da região a comunicar à Capitania sobre qualquer situação que possa afetar a salvaguarda da vida humana nos rios, a segurança da navegação e a poluição ambiental oriunda de embarcações, por meio dos telefones (91) 3218-3950 ou (91) 98134-3000 (aplicativo de mensagens instantâneas), bem como pelo endereço de e-mail [email protected]
.

Editado por: Nathallia Fonseca
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