A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, afirmou que a legenda não teme uma convocação de manifestações da oposição nas ruas em questionamento à gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em entrevista à imprensa, ao chegar à celebração dos 45 anos do PT no Rio de Janeiro (RJ), nesta sexta-feira (21), ela foi questionada sobre a possibilidade de uma escalada de protestos contra o governo a partir do próximo mês.
Segundo Gleisi Hoffmann, a oposição tem direito de se manifestar. No entanto, em meio às denúncias contra bolsonaristas por tentativa de golpe de Estado, os atos devem acabar servindo de palco para a defesa dos acusados.
“Estão dizendo que são protestos de oposição, mas penso que esses protestos vão virar defesa [dos bolsonaristas], porque quem está tendo que responder ao povo e ao Brasil são Bolsonaro e os bolsonaristas. Foram denunciados com fartas provas sobre o envolvimento deles na tentativa de golpe contra as instituições democráticas, devem sentar nos bancos dos réus e eles que devem ter preocupação. Nós não nos assustamos com manifestações.”
Gleisi Hoffmann também fez comentários sobre pesquisas que indicam a queda na popularidade do presidente Lula. Ela atribui o movimento a fatores como o impacto do dólar no preço dos alimentos e a tentativas de desacreditar a política fiscal do governo. Ainda assim, a presidenta do partido considera que o cenário será revertido
“Temos que dizer ao povo o que estamos fazendo e por que estamos fazendo. Temos dados positivos na economia. Temos aumento da renda, aumento do emprego, estamos colocando de pé programas importantes e fazendo um dos maiores programas de infraestrutura viária do país. Ou seja, nós temos o que dizer e eu acho que nós temos que ir à sociedade, falar com o povo, e mostrar que esse é um projeto a favor do povo brasileiro.”
Ela também foi questionada sobre uma eventual reforma ministerial e sobre críticas internas do governo ao ministro da Fazenda Fernando Haddad. Hoffmann disse que não comenta sobre mudanças na estrutura das pastas. Ela elogiou o trabalho de Haddad, mesmo com discordâncias pontuais à política fiscal, que, segundo a presidenta do partido, são normais em um governo de coalizão.
“Eu dei os dados econômicos aqui (…) São resultados muito positivos da área da economia que é coordenada pelo Haddad, sob comando do presidente Lula”.
Antes de entrar no evento, ela celebrou a história do Partido dos Trabalhadores, mesmo frente aos desafios de renovação. “Temos a representação institucional. Voltamos a governar esse país pela quinta vez em nove eleições que disputamos e temos força junto ao povo brasileiro. Então, nós ficamos muito felizes de chegar nessa maturidade. Claro que isso traz muitos desafios, como as renovações dos quadros partidários e a atualização da nossa forma de organização.”
