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Início Direitos Direitos Humanos

luta por justiça

Memória de Irmã Dorothy continua a inspirar defensores da floresta e dos direitos humanos 20 anos após assassinato

Eventos são realizados anualmente para manter vivo legado da ativista e religiosa

12.fev.2025 às 17h39
Belém (PA)
Eraldo Paulino

Irmã Dorothy stang - Carlos Silva/Dilvugação

Nesta quarta-feira (12), completam-se 20 anos desde que a missionária Dorothy Stang foi assassinada em Anapu, no Pará. Duas décadas depois do crime que chocou o mundo, segue presente o sentimento de luta e esperança, mas também de resistência, uma vez que, para os defensores de direitos humanos, o desfecho do caso traz sensação de impunidade. Além disso, a região segue sendo alvo de fazendeiros que atuam como coronéis, e camponeses continuam sendo ameaçados e assassinados.

Dos cinco condenados pelo assassinato de irmã Dorothy, apenas um segue preso em regime fechado. Trata-se de Rayfran das Neves Sales, o Fogoió, que atirou seis vezes em Dorothy. O comparsa dele, Clodoaldo Carlos Batista, e outros dois mandantes, Regivaldo Pereira Galvão e Vitalmiro Bastos de Moura, estão em prisão domiciliar. Já Amair Feijoli Lima cumpre pena em regime aberto. Não à toa, hoje Anapu é considerada a 13ª cidade mais violenta da Amazônia, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

“O processo da Dorothy seguiu o mesmo percurso que outros casos aqui na Amazônia seguem. Prende, condena, mas os responsáveis ficam em liberdade”, avalia Alcidema Coelho, coordenadora do Comitê Dorothy, que há 20 anos congrega organizações inter-religiosas e movimentos sociais. Segundo ela, os fazendeiros da região seguem o mesmo modus operandi, fazendo ameaças físicas, psicológicas, e assassinando. “O último relatório da Sociedade Paraense de Direitos Humanos aponta que tem hoje no Pará 143 defensores de direitos humanos ameaçados”, pontua.

Entre as vítimas de perseguição, que aliaria forças envolvendo políticos, judiciário e policiais, está Padre Amaro Lopes, preso em 2018 e acusado pelos crimes de associação criminosa, ameaça e extorsão. Amaro é oriundo da comunidade na qual que outro religioso defensor de direitos humanos, Padre Josimo, foi assassinado a mando de fazendeiros, em 1986, onde hoje é o estado de Tocantins.

Na época, Amaro atuava na delegacia sindical. Ao chegar em Anapu, em 1989, teve Dorothy como outra grande formadora. Ao se sagrar padre, atuava junto com a ativista pela Comissão Pastoral da Terra (T) e é considerado uma das principais lideranças religiosas da região.

“Eu fiquei 93 dias preso. Durante esse tempo eu lia muito a biografia de Nelson Mandela, que ou 27 anos preso. Também me inspirava muito em Dorothy, que mesmo aos 73 anos de idade, jamais se acovardou. Eu fui formado pra isso, para estar ao lado do povo. Esse tipo de coisa nos abala, mas não vai me fazer desistir”, relata padre Amaro. Segundo ele, da mesma forma como a justiça pode ser “amena” com os assassinos, como no caso Dorothy, ela pode apoiar os interesses dos poderosos da região de outras formas, seja pela ausência, seja pela morosidade. “Todas as provas que foram apresentas contra mim foram refutadas, mas até hoje eu preciso comparecer ao fórum para um papel”.

Dorothy segue inspirando

Dorothy e as irmãs de Notredame foram para o município de Anapu, na região do Xingu no Pará, em 1982. Lá, iniciaram um processo de luta junto aos colonos e colonas e à população camponesa, que sofriam nas mãos de grileiros durante a invasão de suas terras e com a destruição de propriedades. Esse processo culminou na criação dos Projetos de Desenvolvimento Sustentável, os PDSs. Toda a mobilização, que envolvia Ministério Público, Defensoria Pública e Prelazia do Xingu, não demorou para gerar reações dos coronéis da região.

“Ela tinha muita clareza do que ela queria fazer. Se tu visse o lugar onde Dorothy morava, era uma casinha de madeira. Qualquer pessoa poderia chegar lá e assassiná-la”, recorda irmã Sandra Araujo, da mesma congregação de Notredame da missionária, que foi a primeira vocacionada da região, inspirada pela luta de Dorothy, e testemunhou vários processos de ameaça contra ela e os camponeses que lutavam pelo direito à terra e para fazerem uma produção agroecológica.

"Ela queria que eles [agentes de segurança] fossem, na verdade, para proteger o povo junto. Dorothy nunca aceitou proteção individual. Ela não queria um policial na cola dela por duas razões: porque não ia adiantar protegê-la e o pessoal ficar lá sendo morto na mata. E também porque quem que vai confiar na polícia sendo seu protetor, minha gente?", questiona Araújo. 

Irmã Dorothy era conhecida pela grande articulação, o que contribuía para a conquista e defesa de direitos dos camponeses, mas também para dar repercussão às ameaças que ela e as comunidades que acompanhava sofriam. Isso, somado ao fato de que era uma religiosa estadunidense, corroborou para que o assassinato dela tivesse repercussão internacional. “Ainda tem muita impunidade, mas também tem muita resistência, e hoje muitos casos ganham evidência graças à repercussão que esse caso teve”, argumenta Sandra.

Exemplo disso foi a prisão de um dos mandantes do assassinato dela, em 2023. Foi notícia em grandes veículos quando Amair Feijoli foi detido pela Polícia Federal em operação que investigava invasões de terras públicas no Acre e no Amazonas. Ao mesmo tempo, organizações como a T e o Comitê Dorothy seguem usando a visibilidade do tema para chamar atenção para casos de violações de direitos na Amazônia.

Diversas ações são feitas anualmente para manter vivo o legado da irmã Dorothy. Em Anapu e em Belém, atos e demais atividades celebram a memória da missionária. Na cidade onde ela ou os últimos dias, uma grande celebração será realizada hoje, 12 de fevereiro. Na capital paraense, o Comitê Dorothy organiza uma semana de programações, incluindo cines-debates e ato inter-religioso. Em julho, também há anualmente a Romaria da Floresta, quando romeiros percorrem 55 quilômetros do lugar onde ela foi enterrada até o local onde ela foi assassinada. 

Editado por: Nathallia Fonseca
Tags: luta pela terra
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