"O Brasil está muito desconectado do que é a África hoje, o que é a produção cultural, musical", reflete a cantora e compositora cabo-verdiana Mayra Andrade. Embora a ligação do Brasil e com o continente africano tenha sido essencial para a construção da cultura e história brasileira no ado, para ela essa relação pode ser reforçada no presente por meio da arte.
"Acaba ficando um imaginário ancestral do que é a África, que também tem uma herança mega importante na construção da identidade brasileira, mas seria lindo ver essa ponte sendo reforçada e usada. Eu acho que os dois lados teriam muito a ganhar e o Brasil se reforçaria muito assim, se aproximando mais do que é a África. A África é o futuro, acho que isso ninguém esconde", defende Mayra, que acrescenta. "Se não a arte, qual outra, né? Qual outra ferramenta faria isso? Eu acho que a arte, a música, mas a arte em geral, seja talvez a substância mais, que mais se infiltra nos poros, nas emoções das pessoas."
No último mês ela esteve em turnê por aqui para apresentar o projeto "reEncanto", no qual faz uma viagem, em voz e violão, pelos sucessos de seus cinco discos e o Bem Viver, programa do jornal Brasil de Fato, fez uma entrevista especial com a artista, que nasceu em uma ilha do Atlântico, mas foi crescer em outra, no outro lado do oceano, esse privilégio, como ela própria descreve, foi seu primeiro aporte para ser uma cidadã do mundo.
"Às vezes as pessoas confundem. Eu só nasci em Cuba por razões médicas, meus pais são cabo-verdianos. Depois voltei para lá com 2 anos de idade. Depois voltei a partir dos 22, até os 28 eu fui muito à Cuba. Quando criancinha eu me sentia muito especial por ser de uma ilha, mas ter nascido em outra. Alimentava muito o meio imaginário e a música cubana também", conta.
Além de Cuba e Cabo Verde, Mayra viveu em Angola, Senegal, Alemanha, França e hoje está em Portugal. E apesar de nunca ter morado no Brasil, ela tem um carinho especial e se sente "em casa" por aqui.
"Eu cresci ouvindo música brasileira, muito por dentro dessa diversidade cultural do Brasil. E já faz uns 20 anos que eu venho para o Brasil. A primeira vez que eu vim aqui, acho que eu tinha 18, vim participar na gravação de uma música. É uma bênção poder ter tanta gente aqui que me espera, que está sempre aberta para abraçar minha música e que se faz presente, mesmo à distância, através das redes sociais, enfim. Então eu me sinto muito bem recebida e acolhida aqui", afirma ela.
Mayra teve sua primeira filha em 2023 e contou também um pouco sobre a força e transformações da maternidade. "Eu acho que se o mundo, se os homens pudessem experienciar 5% do que a gente vive, pensa e sente como mãe, a gente teria um mundo muito mais respeitador das mães e das crianças. Isso te transforma, eu tenho a sorte de fazer música, de criar arte e eu acho que isso apura os meus sentidos e faz aflorar todas as minhas emoções de um jeito muito particular. Então, acho que a minha filha veio me trazer essa potência mesmo", afirma.
Assista ao programa desta semana:
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Quando e onde assistir?
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Na TV Brasil (EBC), segunda-feira às 6h30.
Na TVCom Maceió: sábado às 10h30, com reprise domingo às 10h, no canal 12 da NET.
Na TV Floripa: sábado às 13h30, reprises ao longo da programação, no canal 12 da NET.
Na TVU Recife: sábados às 12h30, com reprise terça-feira às 21h, no canal 40 UHF digital.
Na TVE Bahia: sábado às 12h30, com reprise quinta-feira às 7h30, no canal 30 (7.1 no aparelho) do sinal digital.
Na UnBTV: sextas-feiras às 10h30 e 16h30, em Brasília no Canal 15 da NET.
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Sintonize
No rádio, o programa Bem Viver vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 11h às 12h, com reprise aos domingos, às 10h, na Rádio Brasil Atual. A sintonia é 98,9 FM na Grande São Paulo e 93,3 FM na Baixada Santista.
O programa também é transmitido pela Rádio Brasil de Fato, das 11h às 12h, de segunda a sexta-feira. O programa Bem Viver também está nas plataformas Spotify, Google Podcasts, Itunes, Pocket Casts e Deezer.
