O documentário Terra Vista, uma produção do Brasil de Fato em parceria com o Orfalea Center, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (UCSB), estará na programação da 2ª Mostra Eu Mais Velha de Audiovisual, que acontece de 23 a 26 de maio e aos domingos de junho, em São José dos Campos (SP). A exibição do curta-metragem acontece no sábado (25), às 14h, no Parque Vicentina Aranha.
O filme, que teve sua pré estreia realizada em outubro ado, na Conferência Internacional Dilemas da Humanidade, na África do Sul, aborda a luta do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para enfrentar o agronegócio e transformar, por meio da agroecologia, com foco no cultivo de cacau, uma região marcada pelo coronelismo e condições degradantes de trabalho no Sul da Bahia.
Com direção de Noa Cykman e Pedro Stropasolas, o filme aborda a trajetória de camponeses e camponesas do Assentamento Terra Vista, em Arataca (BA), para reflorestar uma antiga fazenda degradada na região conhecida como Costa do Cacau. Hoje, as 55 famílias assentadas nos 904 hectares se destacam pela preservação ambiental, agroecologia e produção de mudas da Mata Atlântica.
Para a antropóloga Mariana Mendonça, curadora e diretora geral da mostra, o reflorestamento por meio da agroecologia é importante para mostrar como o comunitarismo e o trabalho contra-hegemônico na produção do cacau no Brasil tem relação com a defesa do território.
"As práticas de manejo, da agroecologia, também têm relação com a ancestralidade. São técnicas que buscam essa ancestralidade no manejo do cacau e na fabricação do chocolate. Então foi um filme que a gente achou que tinha muita relação com tudo isso, estamos muito felizes de recebê-lo", pontua Mendonça.
A 2ª Mostra Eu Mais Velha de Audiovisual tem como tema central dar luz aos saberes das mestras da cultura tradicional e popular. A produção do Brasil de Fato está entre os 29 filmes selecionados das 102 inscrições recebidas pela mostra para a edição deste ano. Entre os filmes selecionados, nove estarão na mostra Cinerê de filmes infantis, a novidade desta edição.
Além das exibições de filmes, a mostra promoverá também rodas de conversa, oficinas pedagógicas, espaços de diálogo e trocas de experiência entre o público, os realizadores e os protagonistas das produções.
"A gente entende que essas mestras, a fala e sua força ancestral, oferecem-nos práticas de sabedoria para enfrentar os desafios contemporâneos na construção do nosso presente, com essa riqueza das culturas tradicionais populares", explica Mendonça.
"Serão momentos de aprendizado mútuo, tendo a sabedoria ancestral reverberando nessas vozes contemporâneas, criando uma teia de conhecimentos e afetos", finaliza a diretora geral da mostra.
Para saber toda a programação, e a página da 2ª Mostra Eu Mais Velha no Instagram: @mostraeumaisvelha
Assista o teaser do documentário:
