O Irã alertou Israel para uma resposta militar maior em seu território caso retalie os ataques noturnos de drones e mísseis enviados por Teerã na madrugada deste domingo (14). O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, acrescentou ainda que os Estados Unidos não deveriam apoiar uma ação militar israelense.
"Se o regime sionista [Israel] ou os seus apoiantes demonstrarem comportamento imprudente, receberão uma resposta decisiva e muito mais forte", disse Raisi, por meio de comunicado na manhã do domingo.
A declaração de Raisi ocorreu após aviso semelhante do chefe militar iraniano, major-general Mohammad Bagheri, que disse à televisão estatal que uma resposta "muito maior" aguarda Israel "se retaliar contra o Irã".
Bagheri disse que o ataque iraniano a Israel "alcançou todos os seus objetivos e, em nossa opinião, a operação terminou e não pretendemos continuar".
Três dias de antecedência
No início do domingo, o militar alertou os EUA que qualquer apoio à retaliação israelita faria de suas bases alvos do Irã. No entanto, em sinal de que a resposta do Irã foi calculada para evitar qualquer grande escalada, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Amir Abdollahian, disse que Teerã informou os EUA do ataque planejado com 72 horas de antecedência e disse que os ataques seriam “limitado e para legítima defesa".
O ataque iraniano foi resposta ao bombardeio israelense do consulado do Irã na capital da Síria, Damasco, no início de abril. O ataque matou ao menos 11 pessoas, incluindo três sírios e um libanês. Entre os mortos, um dos principais comandantes militares do Irã, Mohammad Reza Zahedi, da Guarda Revolucionária do país.
Mais de 300 drones foram enviados do Irã no primeiro ataque da história do país contra o território israelense. Quase a totalidade deles foi interceptada pelas defesas de Israel.
Governo Netanyahu
Israel disse que escolherá o momento certo para responder ao ataque iraniano.
“Construiremos uma coligação regional e cobraremos o preço ao Irã da forma e no momento certo para nós”, disse o ministro da Guerra, Benny Gantz.
O gabinete do governo do premiê israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou reunião de emergência para discutir o tema.
O ataque é tema de reunião de emergência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) neste domingo.
