Entidades de classe que representam os jornalistas acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) para terem o à lista de profissionais da área que foram espionados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), no esquema que ficou conhecido como "Abin paralela".
Em documento protocolado na última sexta-feira (23), a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) pediram ao Supremo o o às informações em busca de reparação, destacando, além da proteção da intimidade, possível violação do sigilo da fonte, um direito constitucional.
"A proteção às prerrogativas dos profissionais de comunicação, tais como o sigilo da fonte, deve ser uma garantia do direito de liberdade de imprensa, pilar fundamental do Estado Democrático de Direito e condição necessária para o exercício de uma cidadania ativa e engajada. Afinal, para que as informações verossímeis possam circular em plenitude, é necessário que a imprensa possa exercer seu trabalho com segurança", apontam as entidades.
Ao apresentarem o pedido, Fenaj, ABI e SJSP mostraram reportagens que destacam que jornalistas estavam entre as pessoas espionadas ilegalmente e lembraram que os profissionais de imprensa estiveram entre as principais vítimas das agressões de Bolsonaro, especialmente entre 2019 e 2022, quando ele ocupou a presidência da República.
"Durante os seus quatro anos de governo, o principal agressor aos jornalistas foi justamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacou pessoalmente a imprensa e ainda incentivou seus apoiadores a também se tornarem agressores. De 2019 a 2022, Bolsonaro realizou 570 ataques a veículos de comunicação e aos jornalistas, numa média de 142,5 agressões por ano, ou seja, um episódio de ataque a cada dois dias e meio", destaca o documento, que pode ser lido na íntegra clicando aqui.
O pedido dos jornalistas se soma a uma solicitação semelhante feita pelo presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que solicitou a lista de parlamentares monitorados ilegalmente pelo bolsonarismo.