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ARTIGO

Não existe sapato perdido

'Onde estão os sapatos da poeta palestina Heba Abu? Entre tantos, espalhados feito vestígios de existências soterradas'

03.nov.2023 às 21h02
Porto Alegre
Roselena Colombo

Poeta e romancista palestina Heba Abu Nada, de 34 anos, foi morta em Gaza - Foto: reprodução

A noite da cidade é escura, exceto pelo brilho dos mísseis/silenciosa, exceto pelo som dos bombardeios/assustadora, exceto pela garantia das súplicas.

Heba Abu Nada, 08.10.2023

Onde estão os sapatos de Heba Abu? Entre tantos, a perder de vista, espalhados feito vestígios de existências soterradas; presenças fantasmagóricas, relicários desesperados de quem busca corpos ausentes.

Como a poeta palestina Heba Abu, jovens, mulheres e crianças são as principais vítimas do terror institucionalizado pelo Estado de Israel.

:: Intelectuais, artistas e movimentos assinam manifesto contra genocídio em Gaza; participe ::

Além dos milhões de exilados, os que resistem são prisioneiros em seu próprio país. Espremidos em dois grandes campos de concentração – Gaza e Cisjordânia – esse escandaloso apartheid conta com o cinismo diplomático tão característico da ONU, aliado à indignação seletiva da grande imprensa mundial.

A história da Palestina desde início do século XX – e de forma mais dramática após a II Guerra Mundial – é a da invisibilização, produzindo ausências meticulosamente organizadas. Nesse jogo perverso, em nome do povo judeu, do judaísmo e das vítimas do Holocausto paradoxalmente foram construídas as bases para outro genocídio.

Nesse sentido se entende o por quê das faixas escritas com a frase “Não em nosso nome” – sempre levantadas por comunidades judaicas ao redor do mundo diante do extermínio racial perpetrado pelo Estado de Israel há mais de 70 anos contra o povo palestino.

Esse processo se gestou na virada do século XIX em que se combinavam o novo colonialismo europeu, uma forte crise econômica e onda de xenofobia antissemita principalmente na Europa Oriental. O recém criado movimento sionista (em referência ao monte Tzion, em hebraico) se valeu de uma série de mitos, sendo o de que a Palestina seria “uma terra sem povo para um povo sem terra” é exemplar do quanto esteve na gênese de Israel a ausência programada.

Assim, mal fundado Israel (1948) é criada em 1950 a Lei de Propriedades de Ausentes que, segundo dados do historiador judeu Ralph Schoenmam, permitiu a transferência de cerca de 90% das terras palestinas para colonos judeus.

:: A possibilidade de uma 'guerra total' é realista, diz líder do Hezbollah sobre ataques de Israel ::

Outro mito, uma versão de destino manifesto bíblico, tratou de se apropriar e adaptar textos sagrados do judaísmo para daí extrair novas verdades absolutas que justificam até hoje a empreitada colonialista. A fórmula teórica resultante espanta por seu parentesco com as bases do III Reich – o princípio do espaço vital – “Terra Prometida” e de superioridade racial – “povo escolhido”.  Obviamente depois do Holocausto uma justa reparação ao povo judeu era necessária mas os interesses geopolíticos da Nova Ordem Mundial tratou de transformá-la numa repetição histórica trágica e farsesca.

Para tanto, tornou-se fundamental invisibilizar totalmente os cerca de 1 milhão e 300 mil palestinos que restavam após cirúrgicas expulsões no período entre-guerras. Nestes 70 anos, o povo palestino – muitas vezes traído, vítima de ações que jogam contra sua causa – tem insistido em continuar lutando por sua existência, sempre e sempre, a cada morto reinventando a vida como nos textos de Heba Abu.

Onde estão seus poemas? Em toda parte, insistindo em existir; em toda fé que não é cega. Persistindo em meio aos escombros, a bandeira Palestina anuncia outro futuro possível, livre, laico e multiétnico.

* Historiadora e escritora

** Este é um artigo de opinião. A visão da autora não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


Editado por: Katia Marko
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