A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (AL-RS) realiza nesta segunda-feira (18), às 13h30, audiência pública para debater a necessidade urgente de o estado adotar um plano de emergência climática pelo governo do estado. A audiência foi solicitada pelo deputado estadual Matheus Gomes (PSOL).
Nos últimos meses, o Rio Grande do Sul foi atingido por quatro ciclones extratropicais que causaram enchentes em diversas cidades, desalojando milhares de famílias e ocasionando a morte de dezenas de pessoas.
Com a agem de apenas um ciclone, o Rio Grande do Sul teve um prejuízo de R$ 149 milhões na agricultura com a perda de toneladas de alimentos. Durante o verão, a estiagem tem sido cada vez mais extrema, apresentando danos às produções agrícolas, ocasionando um maior uso de agrotóxicos.
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"Os eventos climáticos extremos ocorridos no Rio Grande do Sul não são exclusividade do Brasil. Eles são parte de algo sistêmico e global, um reflexo de um planeta com cada vez mais emissões de gases de efeito estufa", explica Ilan Zugman, que é mestre em Gestão Ambiental e diretor da organização climática 350.org na América Latina. Zungman será um dos componentes da mesa da audiência.
"Já ou da hora de os estados brasileiros terem sólidos planos de adaptação para tornar as cidades mais resilientes e atacar o cerne da questão: zerar o desmatamento e promover uma rápida diminuição da exploração e queima de combustíveis fósseis através de uma transição energética justa", completa Zugman.
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A ativista Renata Padilha, da organização Eco Pelo Clima, que também participará da mesa da audiência, lembra que "o Rio Grande do Sul é propenso a sofrer ondas de calor severas e chuvas com grande volume e intensidade, devido às suas características morfológicas, que acabam por impactar o povo gaúcho". O Eco Pelo Clima é um núcleo do movimento Fridays For Future Brasil, sediado no Rio Grande do Sul, e tem 30 jovens organizados no estado.
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Para o deputado Matheus Gomes, vivemos a emergência climática de maneira global e em nosso estado as consequências estão cada vez mais presentes na vida da população gaúcha. “As nossas cidades não têm preparação para lidar com os eventos climáticos extremos. Isso termina com perda de infraestrutura econômica e sobretudo de vidas. Não basta o governo agir à medida que esses eventos climáticos acontecem. Sabemos que os mais impactados são as populações periféricas, não temos tempo a perder, chegamos no ponto de não retorno e a hora de agir é agora”, afirma.
O evento contará com as presenças da juíza federal substituta da JFRS, Dra. Rafaela Santos Martins da Rosa, a representação da Secretaria Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Amigas da Terra Brasil, Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Viviane Machado representando os pescadores e pescadoras da Lagoa dos Patos e Patrícia Morales representando o o dos Negros.
