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ONDA DE PROTESTOS

Artigo | 2013, dez anos depois – Parte 1: as linhas do tempo de 2013

"As 'Jornadas de Junho' foram apenas o ponto mais midiático de uma longa linha de manifestações"

29.jun.2023 às 15h44
Porto Alegre
Alexandre Haubrich

"Protestos se avolumaram por todo o Brasil, em boa medida puxados pela ideia de 'repetir Porto Alegre'" - Foto: Ramiro Furquim/Sul 21

Quando cumprimos dez anos desde junho de 2013, nosso gosto por efemérides empurra para balanços do que vivemos naquele período. Nesse contexto, cabe tanto uma retomada histórica dos acontecimentos da época quanto análises e reflexões sobre esses acontecimentos.

Dividimos essa proposta em dois artigos. Neste primeiro, um recorrido por alguns dos principais momentos daquelas “jornadas”. No segundo artigo, a ser publicado na sequência, proponho duas reflexões: a primeira, sobre o que aquilo tudo significou; a segunda, sobre como podemos pensar 2013 na perspectiva de 2023 e para o futuro próximo.

Um recorrido

Em primeiro lugar, para entender o que os processos que vivemos dez anos atrás significaram, é imprescindível partir do fato de que 2013 não se resumiu a junho. As “Jornadas de Junho” foram apenas o ponto mais midiático de uma longa linha de manifestações que devem remeter, pelo menos, a 2012. Porto Alegre, onde o processo de 2013 começou, viveu, no final de 2012, um ambiente de contestação popular e de disputas sociais e políticas em torno do espaço público.

Em meio a diversos movimentos que tratavam dessa pauta, como o Defesa Pública da Alegria, a Massa Crítica e os Comitês Populares da Copa, um protesto ganhou destaque: a prefeitura de Porto Alegre colocara, no largo em frente ao Mercado Público, um grande boneco de um tatu, mascote da Copa do Mundo, em uma promoção da Coca-Cola. Manifestantes que se mobilizaram contra aquela ocupação privada de um importante espaço público da cidade foram violentamente reprimidos pela polícia. O caso ganhou destaque e gerou amplo debate na cidade, além de novos protestos, constituindo-se como um fator decisivo para gerar o clima de mobilização que desembocaria em 2013.

Na agem de ano, outros fatores contribuíram para a maior força do movimento contra o aumento das tarifas do transporte coletivo na cidade. Foi o caso do atraso do reajuste, que geralmente ocorria entre janeiro e fevereiro e acabou adiado por conta de questionamentos do Tribunal de Contas do Estado. Isso permitiu que trabalhadores do transporte coletivo, que estavam em greve, encontrassem nas ruas uma força maior do movimento estudantil, já que as férias já haviam acabado. Encontraram, também, a continuidade dos movimentos em defesa dos espaços públicos. Essa confluência ajudou a agitar a cidade. E a repressão violenta dos primeiros protestos emprestou ainda mais atenção às manifestações.

Outro fator: a ascensão e popularização das plataformas de redes sociais digitais, por meio das quais os protestos repercutiram de forma independente da mídia hegemônica, que tradicionalmente criminaliza mobilizações desse tipo. Essa “tempestade perfeita” fez com que as lutas daquele momento ganhassem força na cidade.

Assim, em seu princípio, a onda de mobilizações tinha, de fato, como pauta central, a redução da tarifa e a defesa do transporte público, mas inserida em um panorama mais amplo de reivindicação de uma cidade mais democrática e, nessa esteira, a luta por mais direitos. A constituição do movimento era retrato desse corpo de pautas: o Bloco de Luta pelo Transporte Público, que esteve à frente dos protestos em Porto Alegre, era um “movimento de movimentos”, uma composição de diferentes coletivos, diretórios acadêmicos, partidos, entre outras formas de organização popular.

Em abril, por meio de uma ação judicial movida pelos então vereadores do PSOL Fernanda Melchionna e Pedro Ruas, o reajuste da tarifa foi derrubado. Em Porto Alegre, isso colocou os movimentos e manifestantes na seguinte encruzilhada: deixar as ruas e celebrar a vitória; ou seguir com as mobilizações e aproveitar o momento favorável para buscar mais conquistas. A opção, em parte calculada, em parte intuitiva, foi pela segunda possibilidade.

Nacionalmente, o exemplo de Porto Alegre inspirou o crescimento das incipientes mobilizações com a mesma pauta, em diversas capitais. Os protestos se avolumaram por todo o Brasil, em boa medida puxados pela ideia de "repetir Porto Alegre", e, por sua vez, puxaram Porto Alegre para seguir nas ruas e ampliar a pauta de reivindicações.

No meio de tudo isso, protestar ficou "cool" e, ao mesmo tempo, a "moda" de ir às ruas fez com que muita indignação real e justa que vinha reprimida encontrasse uma forma de se manifestar. Os atos cresceram com pautas populares, com a defesa de direitos. Mas a grande diversidade de manifestantes, de perfis e de pautas que começaram a surgir abriram uma brecha que a direita, a começar pela mídia hegemônica, vislumbrou e decidiu aproveitar. Foi assim que a narrativa dos grandes jornais e emissoras de televisão virou: os atos, antes criminalizados, aram a ser exaltados e convocados, com grande ênfase na chamada “contra a corrupção”, pauta justa mas que historicamente é apropriada – não apenas no Brasil – pelo golpismo neoliberal.

Em Porto Alegre, nesse contexto, a opção dos movimentos populares foi por permanecer nas ruas e disputar o sentido dos protestos. Em outros lugares, como São Paulo, a decisão foi recuar para que não houvesse confusão sobre o que significavam as eatas que seguiram a partir do final de junho. Nenhuma das táticas deu totalmente certo, e as ruas acabaram, em grande medida, capturadas pela direita.

É essa uma das linhas do tempo que seguirá a partir de 2013, a que irá desembocar nas manifestações verde-amarelas e no golpe – é claro que atravessada por diversos outros fatores, sociais e institucionais. Há, porém, uma segunda linha do tempo, também com origem em 2013 e que acabará por estimular novas formas de organização e mobilização popular, da qual um exemplo contundente são as ocupações de escolas e faculdades. Primeiro contra a reorganização do ensino público em São Paulo, e depois, em todo o país, contra a proposta de emenda constitucional do teto de gastos, medida inaugural do governo golpista.

Como se vê, é no desaguar do golpe de 2016 que essas linhas do tempo se encontram. Isso demonstra que, se há uma consequência direta das jornadas de 2013, é mais política nas ruas e nas redes. É uma ressignificação dos embates políticos, com a chegada de novos atores e formatos. A luta de classes se mantém, mas ganha novos contornos. De um lado e de outro, não se pode negar que, em certo momento, a genética dessas disputas foi atravessada por uma das maiores efervescências de ação política que o país já viveu, por tudo o que a construiu e por tudo o que foi por ela construído e destruído. Depois daquele ano, nada poderia ser como antes.

* Jornalista, cientista social, Doutor em Comunicação. Autor de “Nada será como antes – 2013, o ano que não acabou, na cidade onde tudo começou”, editora Libretos.

** Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.


Editado por: Marcelo Ferreira
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