Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Política

Entrevista

Candidata ao STF: promotora Lívia Vaz é uma das cem pessoas negras mais influentes do mundo

Vaz atua no MP-BA e é um dos nomes indicados pelo movimento negro para assumir uma vaga no Supremo

27.maio.2023 às 11h31
Salvador (BA)
Claudia Correia

A promotora de Justiça Lívia Sant'Anna Vaz tem se destacado por sua atução em defesa dos direitos humanos - Stella Ribeiro

A promotora de Justiça do Ministério Público do Estado da Bahia Lívia Sant'Anna Vaz tem suscitado debates relevantes em defesa dos direitos humanos a partir de seu engajamento político e institucional. Autora do livro Cotas Raciais, ela se articula com movimentos sociais e em ambientes acadêmicos, jurídicos e culturais para refletir sobre a política de promoção da igualdade racial do Estado Brasileiro.

A organização não-governamental Educafro, voltada para o apoio educacional da comunidade afrobrasileira a incluiu numa lista de 10 pessoas negras como sugestão para assumir uma das vagas do Supremo Tribunal Federal (STF) abertas pelas saídas do ministro Ricardo Lewandowski e da ministra Rosa Weber, prevista para outubro.

A organização Mais Influente Afrodescendente (MIPAD, na sigla em inglês) também defendeu, através de carta aberta ao presidente Lula, a indicação da baiana ao STF e está recolhendo s de adesão online para o documento.

Nascida em Salvador, fez mestrado em Direito Público pela UFBA e doutorado em Ciências Jurídico-Políticas em Lisboa. Especialista em estudos afro-latino-americanos e caribenhos, coordena um grupo de combate ao racismo do Conselho Nacional do Ministério Pùblico, onde atua desde 2004. Autora do livro A Justiça é uma mulher negra, foi eleita no ano ado uma das 100 pessoas de descendência africana mais influentes do mundo.

Confira a entrevista completa:

Brasil de Fato – Como é, para a senhora, conviver com a herança do patriarcado, do sexismo e do racismo nos espaços de poder institucional?

Lívia Sant'Anna Vaz – Recordando os ensinamentos de [Franz] Fanon, eu diria que, na verdade, trata-se de um não-lugar. No Brasil, mulheres negras não são apenas sub-representadas nos espaços de poder institucional; elas são quase ausentes. Essa é uma realidade tanto nas instituições públicas quanto nas privadas. E a sociedade brasileira simplesmente naturaliza essas ausências, como consequência da perpetuação do racismo patriarcal. É natural não ter uma mulher negra como gestora de uma grande empresa ou ocupando uma cadeira no Congresso Nacional; é natural que o Supremo Tribunal Federal nunca tenha tido uma ministra negra, mesmo nos seus mais de 130 anos de instituição.

Um levantamento do Conselho Nacional de Justiça, na Pesquisa sobre negros e negras no Poder Judiciário, publicada em 2021, revela que pessoas negras são apenas 12,8% da magistratura brasileira. Numa perspectiva interseccional, o resultado é ainda mais impactante: mulheres negras são apenas 5% das magistradas do nosso país, mesmo sendo o nosso maior segmento social, representando 28% da sociedade brasileira. Nesse contexto, ser uma mulher negra ocupando o cargo de promotora de Justiça é ser a exceção que confirma a regra. É também vivenciar uma solidão institucional que pode ser adoecedora.


Livia Vaz define as cotas raciais como "um pequeno, porém firme, o rumo à justiça racial e à democracia no Brasil" / Thaylla de Paula

Ainda somos negras únicas em muitos espaços e essa condição, além de provocar violências institucionais, nos impõe severos obstáculos na luta contra o racismo, o sexismo e todas as formas de opressão. Mas, ao mesmo tempo, significa adotar uma postura contra-hegemônica de construção de uma justiça pluriversal; significa assumir uma missão ancestral de seguir abrindo caminhos para as que virão, honrando os os dados por aquelas que vieram antes.

O seu livro Cotas Raciais causou grande repercussão nos meios acadêmico e político. Que importância tem esse debate após dez anos da Lei 12.711/2012, que trata da matéria?

Como eu afirmo no livro, as cotas raciais – que são uma modalidade de ação afirmativa – representam um pequeno, porém firme, o rumo à justiça racial e à democracia no Brasil. Isso porque, embora sejam a política pública de reparação mais bem sucedida da nossa história – a primeira resposta efetiva do Estado brasileiro aos quase 400 anos de escravização de pessoas negras – ainda está muito aquém do que deve ser feito para promover igualdade racial. Nós temos cotas raciais para o ao ensino superior e a concursos públicos, mas não foram apenas esses os espaços e direitos que nos foram negados historicamente. Todos os nossos direitos foram negados, nossa própria humanidade foi negada. Por isso, precisamos aprofundar o debate em todos das ações afirmativas – garantindo mecanismos de controle da eficácia de tais políticas públicas já implementadas –, mas também é necessário ampliar o leque de medidas voltadas para a garantia de direitos e oportunidades para a população negra.

Que avanços e limites a senhora identifica na política de promoção da igualdade racial na Bahia, um estado com grande contingente de população negra e indígena?

No que diz respeito às políticas de igualdade racial, a Bahia possui um Estatuto da Igualdade Racial e de Combate à Intolerância Religiosa, o que pode ser considerado um importante avanço em termos legislativos. O Estatuto, instituído pela Lei nº 13.182/2014, tem o objetivo de garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, defesa de direitos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e demais formas de intolerância racial e religiosa. Inspirado no Estatuto Nacional (Lei nº 12.288/2010) em diversos aspectos – a exemplo das diretrizes sobre direito à saúde, à educação, ao esporte, ao lazer, à moradia, ao trabalho e à liberdade de crença, além da concepção de um sistema próprio voltado para a promoção da igualdade racial –, o Estatuto baiano ajusta as políticas nacionais às demandas da população negra do estado da Bahia. A lei baiana investe também na promoção da igualdade, merecendo destaque especial a instituição de cotas raciais, com reserva para a população negra de, no mínimo, 30% das vagas oferecidas nos concursos públicos e processos seletivos estaduais para provimento de pessoal no âmbito da istração pública direta e indireta.

Apesar dos avanços legislativos, sabemos que a Bahia – cuja capital, Salvador, é considerada a cidade mais negra fora da África – está entre os entes federados que apresentam mais elevado percentual de indivíduos negros no país. Nessa perspectiva, o percentual de 30% estabelecido pelo Estatuto é ainda desproporcional à representação negra na sociedade baiana.

Outra questão importante diz respeito à aplicação do estatuto aos concursos estaduais, notando-se que, na prática, muitos municípios baianos não possuem cotas raciais em seus concursos públicos. Outro aspecto preocupante diz respeito ao monitoramento das cotas raciais. Apenas recentemente o estado da Bahia ou a implementar comissões de heteroidentificação nos seus concursos para evitar as fraudes às cotas raciais, o que permitiu que muitas pessoas socialmente brancas ingressassem nas vagas reservadas, provocando um grave desvio de finalidade da política pública e um atraso significativo no efetivo incremento da presença negra nesses espaços de poder institucional. Problema semelhante ocorre nas universidades estaduais – inclusive a UNEB, uma das pioneiras na instituição de cotas raciais para o ao ensino superior no Brasil –, pois, embora já tenham criado comissões de heteroidentificação nos seus concursos com cotas raciais, ainda não o fizeram no que diz respeito ao ingresso dos estudantes cotistas, o que tem estimulado a fraude às cotas, sobretudo em cursos de grande prestígio, como Direito e Medicina.

No que se refere aos povos indígenas, as políticas públicas de igualdade étnico-racial ainda são muito tímidas no estado da Bahia.

Desse modo, em linhas gerais, podemos dizer que ainda há um longo caminho a ser percorrido em busca de igualdade étnico-racial na Bahia, especialmente quando se leva em consideração a sub-representação de pessoas negras e indígenas nos mais diversos espaços de poder institucional. Nunca tivemos, por exemplo, um/a prefeito/a negro/a eleito/a em Salvador. Atualmente, temos apenas a segunda mulher negra ocupando uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia. Essa realidade não é muito diferente no sistema de justiça que também possui um perfil majoritariamente branco.

Editado por: Gabriela Amorim
Tags: cotas raciais
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

5 de junho

Sem demarcação, não há clima: povos indígenas cobram protagonismo em decisões ambientais

mudança climática

Em tempos de COP30, o Rio de Janeiro precisa ser mais ativo na questão socioambiental

Em família

Bolsonaro presta depoimento à PF nesta quinta (5) sobre atuação de Eduardo nos EUA

Xenofobia

Trump proíbe entrada de cidadãos de 12 países nos EUA e restringe de outros sete; Cuba e Venezuela e Haiti estão na lista

fugitiva

Moraes abre inquérito para investigar Zambelli por coação e obstrução

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.