Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Opinião

Banalidade do mal

Discurso de ódio à população LGBTQIA+ negra e a banalidade do mal

O pensamento e a estrutura racistas que produzem essas narrativas estão alicerçadas num processo de desresponsabilização

29.mar.2023 às 13h24
Rio de Janeiro (RJ)
Camila Marins

Termos um dia para refletir sobre nossas lutas e em homenagem a Marielle Franco significa resistência. - (Foto: Marco Fávero/BD)

Estamos em março de 2023, quando completaram-se cinco anos do assassinato político da vereadora Marielle Franco. Vivemos, no Brasil, uma transição do governo Bolsonaro para Lula, reconstruindo as ruínas que a extrema-direita deixou na política institucional, embora ainda esteja permeada na sociedade.

Marielle Franco foi uma mulher negra, defensora dos direitos humanos, ativista LGBTQIA+ e vereadora eleita pelo PSOL com mais de 46 mil votos e autora do Projeto de Lei da Visibilidade Lésbica. No dia seguinte ao seu assassinato, foram inúmeras as difamações, injúrias e calúnias contra Marielle. Havia acusações, inclusive, de ligação com o tráfico.

Basta lembrarmos do caso da desembargadora que distribuiu fake news e discurso de ódio nas redes sociais. Absolvida, a desembargadora afirmou que foi “enganada por uma campanha de boatos nas redes”. Ora, onde fica a responsabilidade da pessoa que contribuiu com essa rede de mentiras e ódio?

:: Caso Marielle: 'Minha mãe deve ser lembrada pela trajetória, e não pelo crime sem resposta' ::

Este episódio remonta ao conceito de banalidade do mal, de Hannah Arendt, sobre o julgamento de Eichmann em Jerusalém. A desembargadora, munida de conhecimento e de legislação, não teria a consciência dos efeitos e das consequências ao disseminar boatos sobre uma mulher negra que amava publicamente mulheres?

Este não foi um caso isolado de ódio contra Marielle Franco. Sob a justificativa de imunidade parlamentar, foram inúmeros os políticos que usaram suas redes para ampliarem e promoverem discursos de ódio contra uma mulher negra eleita. 

Queriam ass sua memória, achincalhar o luto, desrespeitar seu legado, dilacerar o imaginário. Vivemos um trauma coletivo, um luto que atravessou cada mulher negra como uma flecha que não deixa de sangrar. Muitas de nós sem chão. Mesmo diante desse cenário, as redes sociais e a própria mídia foram esteio de desrespeito à sua memória.

Leia mais: "Em um país sério não teríamos uma investigação se arrastando por 4 anos", diz mãe de Marielle

E até hoje vemos esse tipo de ação. Levantamento feito pela Agência Lupa no Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e TikTok mostra que as plataformas falharam ao longo dos anos para frear falsas narrativas criadas em 2018 e mantêm discursos de ódio e mentiras contra Marielle. O estudo ainda aponta que os ataques se estenderam à irmã, Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial.

A intelectual Lélia Gonzalez já apontava: “A mulher negra é o grande foco das desigualdades sociais e sexuais existentes na sociedade brasileira. É nela que se concentram esses dois tipos de desigualdade, sem contar com a desigualdade de classes. O que percebemos é que, na nossa sociedade, as classificações sociais, raciais e sexuais fazem da mulher negra um objeto dos mais sérios estereótipos". É importante observar que os discursos de ódio, estereotipados e cheio de calúnias, difamações e injúrias são amplamente repercutidos pela sociedade, tanto nas redes sociais quanto nas ruas.

Em relação às mulheres negras LGBT’s, estas narrativas amplificam durante o período eleitoral. D acordo com a “Análise do Ecossistema da Informação (IEA) da população LGBTQIAP+ negra da cidade do Rio de Janeiro”, realizada pelo DataLabe com apoio Internews, 54% das pessoas entrevistadas afirmaram que sentem que o discurso de ódio aumenta no período eleitoral.

Para além dessa escalada da violência política, há uma informação na pesquisa que revela o “pavor da violência física, sexual e psicológica”, afetando a participação de negros LGBTQIAP+ no processo eleitoral. Segundo a análise, “houve sujeitos que afirmaram não terem tido vontade de ir votar, frente aos diversos ataques que uma parcela da população sofreu, sobretudo negros e LGBTQIAP+”.

:: Marielle Franco: MP do Rio nomeia integrantes para investigar morte de vereadora::

O pensamento e a estrutura racistas que produzem e/ou disseminam essas narrativas estão alicerçadas num processo de desresponsabilização e de desumanização da população negra, impedindo o exercício da cidadania e a participação política. Esse processo de desumanização advém de um longo e violento processo de colonização e escravização que é refletido nos meios de comunicação e nas estruturas sociais. 

Ainda há muito a avançar para que nós, mulheres negras LBTQIA+, possamos ar e permanecer na política e nos espaços de poder sem risco à nossa vida. Para isso, é preciso uma atuação firme do Estado na regulação social e econômica das plataformas digitais que não podem banalizar a violência racial, de sexualidade e de gênero altamente disseminada.

Nesse processo de luta e resistência, temos a comunicação popular e comunitária LGBTQIA+ negra de modo a ampliar os nossos imaginários e construirmos uma sociedade onde possamos afirmar e ecoar nossas identidades sem sermos alvos e combustível para violência. Nós, mulheres negras LBTQIA+, não seremos interrompidas.

*Camila Marins é jornalista, mestranda em políticas públicas em direitos humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e editora da Revista Brejeiras.

**As opiniões expressas nesse texto não representam necessariamente a posição do jornal Brasil de Fato.

Editado por: Mariana Pitasse
Tags: negra
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

R$43 milhões

Lula lança programa Solo Vivo no Mato Grosso ao lado de Fávaro, com entrega de máquinas agrícolas

CINEMA

Wagner Moura e Kleber Mendonça são premiados em Cannes

TERRA SAGRADA

No caminho do Nhandereko: povo Guarani revive agricultura ancestral em São Paulo

Agradecimento

Escola do MST escreve carta para família de Sebastião Salgado: ‘Semente não morre; transforma-se’

GENOCÍDIO

Escudos humanos: soldados de Israel revelam uso de palestinos para checar presença de bombas

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.