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Saudação e cobrança

“Que esse governo retome o que nos pertence”, dizem mulheres Kaiowá e Guarani em carta a Lula

O documento foi elaborado durante a X Grande Assembleia Kuñangue Aty Guasu, realizada no Mato Grosso do Sul

02.dez.2022 às 12h11
São Paulo (SP)
Gabriela Moncau
Indígenas guarani kaiowá realizam ato contra o marco temporal em Yvy Katu

Indígenas guarani kaiowá realizam ato contra o marco temporal em Yvy Katu - Guilherme Cury

"Esperamos o olhar mais humano do seu governo, Lula, para o povo Kaiowá e Guarani, que demarque e homologue as nossas terras como foi dito na sua campanha", dizem as indígenas Kaiowá e Guarani em carta aberta direcionada ao presidente eleito: "Que esse governo seja como uma RETOMADA, que é retomar o que nos pertence como povos originários".

O documento foi elaborado durante a décima grande assembleia do Conselho de Mulheres Kaiowá e Guarani, a Kuñangue Aty Guasu, que aconteceu entre 22 e 26 de novembro na cidade de Antônio João (MS) e reuniu cerca de 600 mulheres. O território indígena Nhanderu Marangatu Cedro, que sediou o encontro, é um dos muitos localizados no estado que, como lembram na carta, é aquele onde foi "eleita a maior bancada anti-indígena e ruralista".

A assembleia acontece no final de um ano marcado por retomadas de terra e sangue indígena derramado no Mato Grosso do Sul. Entre os muitos episódios, estão o Massacre de Guapo’y – que, no entanto, não fez os ocupantes da Fazenda Borda da Mata arredarem o pé de seu território tradicional -, assassinatos de lideranças em emboscadas e feminicídios.

"As invasões aos nossos territórios seguem cotidianamente, as caravelas continuam a invadir o nosso corpo-território violentamente de todas as formas", descrevem as indígenas ao futuro presidente, "e nós seguimos lutamos incansavelmente dentro e fora de nossos territórios pela nossa existência, pelo nosso direito constitucional e originário".

:: Indígenas propõem Funai dentro de futuro ministério e demarcação imediata de 13 terras ::

Elencando medidas de combate à violência sexista implementadas durante os governos petistas, tais como a sanção da Lei Maria da Penha e a criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, a carta externaliza a expectativa que o novo governo tome novas ações para enfrentar o problema incessante.

Dizendo compreender o tamanho dos desafios que se colocam para a nova gestão no governo federal, as mulheres Kaiowá e Guarani afirmam que, através das rezas, pedem a proteção da caminhada de Lula. E exigem: "o que for encaminhado sobre nós, que seja com a nossa participação".

Leia a carta na íntegra: 

Carta aberta da X Grande Assembleia da Kuñangue Aty Guasu para o presidente eleito Lula

Nós mulheres Kaiowá e Guarani reunidas na X Assembleia da Kuñangue Aty Guasu no território de Nhanderu Marangatu Cedro, município de Antonio Joao/MS, viemos por meio desta encaminhar a nossa voz traduzida neste documento para o presidente eleito Luiz Inacio Lula Da Silva e sua equipe.  

Presidente eleito Lula, nós somos a segunda maior população indígena do país, estamos localizadas no estado de Mato Grosso do Sul, no bioma pantanal, centro oeste do Brasil, estado onde foi eleita a maior bancada anti-indígena e ruralista. Sabemos os desafios que vem para os quatro anos de seu governo, através da nossa reza pedimos proteção a sua caminhada, e temos a esperança de um Brasil onde caibam as pautas, as especificidades das mulheres indígenas do Brasil. 

Em seus governos anteriores, presidente eleito Lula, o senhor criou a SPM-PR (Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República), com status de Ministério, realizou Conferências Nacionais de Políticas para as Mulheres (responsáveis pela elaboração dos Planos Nacionais de Políticas para as Mulheres), criou a Central de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência – Disque 180 e sancionou a Lei Maria da Penha, entre outras ações não menos relevantes, nós também não paramos como movimento de mulheres indígenas, sempre estivemos em luta, levando as vozes de nossas matriarcas, na força de nosso mbaraka, takuapu, cantos e rezas, e exigimos que o que for encaminhado sobre nós, que seja com a nossa participação.  

Nós estamos há 522 anos resistindo, desde a invasão de nossos territórios, aqui o nosso estado carrega o sangue Kaiowá e Guarani em sua história, muitas de nós, muitos de nós morreram lutando pela demarcação e homologação de nossos territórios, que foram invadidos, loteados e privatizados. As invasões aos nossos territórios seguem cotidianamente, as caravelas continuam a invadir o nosso corpo-território violentamente de todas as formas, e nós seguimos lutamos incansavelmente dentro e fora de nossos territórios pela nossa existência, pelo nosso direito constitucional e originário.  

Presidente Lula, nós somos a única organização de mulheres Kaiowá e Guarani a produzir relatórios com dados de violências que acontecem em nossos territórios contra as vidas das mulheres anciãs, jovens, crianças, mães etc, e lançamos esse ano em nossa assembleia a III Edição do Mapa da Violência Corpos Silenciados, vozes presentes: A violência no olhar das mulheres Kaiowa e Guarani/MS. E esperamos Lula que efetive as políticas públicas de proteção às vítimas de violência, que se encontram atualmente precárias.  

Esperamos o olhar mais humano do seu governo Lula, para o povo Kaiowa e Guarani, que demarque e homologue as nossas terras como foi dito na sua campanha das eleições de 2022. Que esse governo seja como uma RETOMADA, que é retomar o que nos pertence como povos originários.  

O nosso conselho tradicional vem saudar e desejar uma gestão que nos dê autonomia de participação em seu governo presidente Lula.  

Pelo nosso corpo-território, por todas que nos antecederam, pelas nossas filhas/filhos, pelas nossas anciãs nhandesys, pelo nosso povo seguiremos em luta.  

Atenciosamente;  

CONSELHO DA KUÑANGUE ATY GUASU – GRANDE ASSEMBLEIA DAS MULHERES KAIOWÁ E GUARANI/MS.  

Territórios Kaiowá e Guarani/MS, 28 de novembro de 2022. 

Editado por: Nicolau Soares
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