Dados da Justiça Eleitoral mostram que o agora presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu votos entre o primeiro e o segundo turno das eleições na cidade sul-mato-grossensse de Coronel Sapucaia, enquanto o candidato derrotado no segundo turno, Jair Bolsonaro (PL), teve crescimento de votos. A cidade foi um dos destaques do programa "Profissão Repórter", da TV Globo, na noite da última terça (1º).
O programa, que mostra bastidores do trabalho jornalístico, visitou três cidades para a edição desta semana: Ouricuri (PE), onde Lula teve quase 84% de votos no primeiro turno; Indaial (SC), onde Bolsonaro teve cerca de 72% dos votos na primeira rodada; e Coronel Sapucaia, onde ambos tiveram exatamente o mesmo número de votos.
No segundo turno, Bolsonaro saltou dos 4.254 votos registrados em 2 de outubro para 4.530 no último dia 30 (52,55% do total). Já Lula ou de 4.254 para 4.090 votos (47,45%).
A denúncia
No programa, a equipe do jornalista flagrou uma reunião organizada por integrantes da prefeitura da cidade sul-mato-grossense com dezenas de moradores da cidade às vésperas do segundo turno. Os nomes e números de documentos dessas pessoas eram registrados.
Quando consultada pela equipe de reportagem, uma mulher que se apresentou como secretária da prefeitura afirmou que a reunião era para tratar sobre o "Bolsa Brasil", misturando os nomes do extinto Bolsa Família com o atual Auxílio Brasil, e diz que precisa mandar uma lista dos beneficiários para o "MDS" (referência ao Ministério do Desenvolvimento Social, convertido por Bolsonaro em Secretaria e ligada ao Ministério da Cidadania).
Entenda o caso:
A reportagem prossegue mostrando entrevista com uma vizinha do local da reunião dizendo que os encontros nunca tinham acontecido fora do contexto eleitoral, mas que tinham sido realizados com frequência nos três dias anteriores. Outra moradora afirmou que participou de um dos encontros e afirmou que os beneficiários dos programas sociais tinham sido orientados a dar votos para Bolsonaro.
Barcellos mostrou ainda, na reportagem, uma ligação telefônica que recebeu com ameaças. O prefeito da cidade, Rudi Paetzold, eleito em 2020 pelo MDB, foi entrevistado pelo jornalista na cidade, mas desconversou e afirmou não ter relação com o episódio.
Veja repercussão nas redes:
