O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse nesta terça-feira (13/09) ser "improvável" que o acordo nuclear com o Irã seja retomado após a resposta de Teerã ao documento criado pela União Europeia.
"O que nós vimos na última semana ou sobre a resposta do Irã à proposta colocada na mesa pela União Europeia é um claro retrocesso e faz com que as perspectivas de um acordo no curto prazo sejam, eu diria, improváveis", disse Blinken a repórteres dos EUA e do México que acompanham sua visita à capital mexicana.
O norte-americano ainda acusou os iranianos de "não fazerem o necessário" para que o pacto, assinado em 2015 e interrompido em 2018, seja retomado.
De acordo com Blinken, o Irã não está disposto ou é incapaz de "fazer o que é necessário" para chegar a um acordo porque Teerã quer "introduzir questões estranhas que tornam um acordo menos provável".
O principal diplomata dos EUA se referia ao texto "final" da declaração para reativar o acordo, proposto pela UE no dia 8 de agosto deste ano. Desde então, EUA e Irã trocaram respostas sobre o assunto várias vezes. No entanto, um porta-voz do Departamento de Estado descreveu a última resposta do Irã, apresentada no início deste mês, como "não construtiva".
A fala de Blinken vem após manifestações oficiais dos governos do Reino Unido, França e Alemanha, que também se disseram "céticas" com as reais intenções de Teerã de retomar o acordo nuclear.
Nesta segunda-feira (12/09), o chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou publicamente que "lamentava o fato do Irã não ter dado respostas positivas" ao plano apresentado pela UE após meses de negociação em Viena.
O acordo nuclear, conhecido como t of Comprehensive Plan of Action (JOA) foi assinado pelo Irã, por todos os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia) e pela Alemanha em 2015, com intermediação da UE.
No entanto, três anos depois, o então presidente norte-americano, Donald Trump, retirou o país do pacto e reimpôs as sanções unilaterais ao governo. Desde então, os iranianos também pararam de respeitar as cláusulas do documento, especialmente no enriquecimento de urânio, e começaram a retirar as câmaras de vigilância remota da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de suas plantas nucleares.
Porém, com a posse de Joe Biden, as conversas para reativar o acordo foram retomadas em Viena e, no dia 8 de agosto, a UE enviou a versão final do documento para análises e sugestões das partes envolvidas diretamente na negociação. Não há prazo fixo para que todos mandem suas respostas.
(*) Com Ansa e SputnikNews.