O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, se reúne nesta terça-feira (12), em Washington, com seu homólogo estadunidense, Joe Biden. Após boicotar a Cúpula das Américas, realizada em junho, em Los Angeles, AMLO diz que pretende "defender os interesses dos seus compatriotas" em sua terceira viagem aos EUA desde que assumiu a presidência.
Migração, economia, tráfico de armas e de drogas serão os temas centrais de discussão. Para isso, López Obrador é acompanhado do ministro de relações, Exteriores, Marcelo Ebrard, do diretor da Petróleos de México (Pemex), Octavio Romero, do chefe do Instituto de Migração, Francisco Garduño, e da secretaria de economia, Tatiana Clouthier.
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Além das autoridades, a comitiva de AMLO também se reunirá com empresários de ambos países.
Um grupo de cerca de 50 mexicanos recebeu o presidente no hotel. "Vamos falar sobre o direito dos imigrantes, que amamos muito no México, por tudo que fazem, porque trabalham aqui e enviam apoio aos seus familiares. Graças a isso nossa economia está se levantando", disse AMLO.
Les comparto un bonito detalle con nuestros paisanos en Washington D.C. pic.twitter.com/m5tZBsyPyL
— Andrés Manuel (@lopezobrador_) July 12, 2022
"Compartilho esse belo gesto dos nossos compatriotas em Washington", publicou o presidente mexicano
Existem 38,5 milhões de mexicanos residindo nos Estados Unidos, segundo o censo de 2020, representando quase 10% da população nacional. Os EUA também são os principais parceiros econômicos do México, encerrando 2021 com um comércio de US$ 661 bilhões – cerca de 14,4% do intercâmbio comercial estadunidense.
Os três países da América do Norte também possuem um Tratado de Livre Comércio vigente.
Uma das propostas do governo mexicano é que os EUA emitam 300 mil vistos anuais para imigrantes mexicanos e centro-americanos, assim como estabelecer um novo plano econômico para os países latino-americanos.
A jornalista mexicana Alina Duarte avalia que AMLO tem um papel de liderança na América Latina com um discurso que faz contraposição à Doutrina Monroe, propondo que a Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) se torne uma alternativa à Organização dos Estados Americanos (OEA).
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"Após o golpe na Bolívia, AMLO mudou sua política exterior. Essas declarações que oferece agora seriam inimagináveis uns anos atrás. Ele ou a questionar o papel dos EUA na região, defendendo uma nova forma de coexistência pacífica e o boicote à Cúpula das Américas foi o elemento-chave", analisa Duarte em entrevista ao People's Dispatch.
AMLO chega à metade do mandato com altos índices de aprovação popular. Segundo as últimas pesquisas realizadas em julho pelo governo, 72,4% dos mexicanos gostariam que AMLO continuasse na presidência, 64,7% defendem que o governo atual representa uma mudança para o país e 87,4% está de acordo com as transformações.
