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terra pra produzir

Eleições presidenciais na Colômbia serão decisivas para reforma agrária

Concentração de terra foi um dos principais motivos dos 58 anos de conflito armado no país

17.jun.2022 às 18h07
São Paulo (SP)
Michele de Mello

A Colômbia é um dos maiores exportadores de café do mundo, mas a produção continua marcada pela concentração da terra em latinfúndios - Daniel Munhoz /AFP

As eleições presidenciais do próximo domingo (19) serão fundamentais para o futuro da questão agrária na Colômbia. Assim como o Brasil, o país é marcado pela concentração de terras e o latifúndio, que foram dois dos motivos centrais para a deflagração e manutenção do conflito armado que já dura 58 anos. 

O Pacto Histórico, chapa que unifica a centro-esquerda, defende a implementação integral dos Acordos de Paz, garantindo a reforma rural e distribuindo terra aos pequenos agricultores. 

"Nós caracterizamos Petro como progressista-liberal. Não acreditamos que poderia realizar uma reforma agrária integral e popular, mas acreditamos que poderia avançar na democratização da terra", comenta o secretário executivo da Coordenadora Nacional Agrária (CNA), Fabián Barreto.

Já a Liga de Governantes Anticorrupção, chapa encabeçada por Rodolfo Hernandez e que representa a direita do país, propõe manter uma política de subsídios desde que os agricultores cumpram com a produção prometida, mas não fala em redistribuir a terra.

Leia mais: Gustavo Petro: quem é o esquerdista que pode ser presidente da Colômbia?

"Um possível governo de Hernández seria a continuação de uma política de espoliação das terras. Acreditamos que os paramilitares permaneceriam no território, o que seria muito complicado para a segurança das comunidades", analisa Barreto.

A diferença no programa também se expressa no perfil dos candidatos à presidência. Gustavo Petro é senador, foi deputado, prefeito de Bogotá e um dos fundadores da guerrilha urbana M-19.

Rodolfo Hernández é engenheiro, empresário e latifundiário. Vive numa fazenda em Pidecuesta, no departamento de Santander, e afirma que sua fortuna avaliada em US$ 100 milhões foi fruto "70% em terras e 30% em trocas, vendas e financiamentos".

Saiba mais: O que acontece se o candidato à presidência da direita for condenado por corrupção na Colômbia

Terra de ninguém?

Não há um levantamento oficial recente sobre a propriedade e distribuição de terras no país. Segundo o Centro Nacional de Memória Histórica, entre 1903 e 2021, o Estado colombiano concedeu 60 milhões de hectares de terra, equivalente a 50% do território. Levantamentos independentes apontam que 5% da população colombiana detêm 87% das terras. 

Na década de 1990, contra a espoliação e despejo violento dos seus territórios, os camponeses colombianos aram a se organizar e defender com armas o seu direito à terra. Desse processo surgiram as primeiras guerrilhas: Forças Armadas Revolucionárias do Comum – Exército do Povo (FARC-EP), o Exército de Libertação Nacional (ELN), ambas em 1964, e o Exército Popular de Libertação (EPL), em 1967.

:: ELN avalia que eleições colombianas de 2022 podem “abrir caminho para a paz” ::

O início do conflito no campo e a pressão popular fizeram o então presidente Carlos Lleras Restrepo discutir a primeira proposta de reforma agrária para o país, criando o Instituto Colombiano da Reforma Agrária (Incora). Sua aposta era criar uma "classe próspera de produtores".


Na Colômbia, 0,4% das unidades agropecuárias possuem mais de 500 hectares e correspondem a 41,1% do território / Raul Arboleda / AFP

No entanto, a proposta não foi suficiente e, após 58 anos de conflito armado entre guerrilhas, narcotraficantes, paramilitares e o Estado, a questão da terra continua em xeque.

Os Acordos de Paz assinados em 2016 previam no seu primeiro capítulo uma reforma rural integral, com distribuição de terras a pequenos agricultores, abertura de crédito, criação de infraestrutura no interior do país para apoiar o processo de substituição de ilícitos e buscar a autossuficiência em alguns produtos agrícolas.

Do total de 7 milhões de hectares que deveriam ser concedidos à ex-guerrilha, somente sete dos 24 espaços territoriais das FARC-EP foram atendidos, com 24 a 45 hectares cada um. 

Os dados do último Censo Nacional Agropecuário indicam que de 113 milhões de hectares cultiváveis no país, cerca de 75% das unidades de produção possuem menos de 5 hectares e representam 2,1% da área coberta pelo censo. Já as propriedades com mais de 500 hectares representam 0,4% das unidades e correspondem a 41,1% do território.

"O problema da concentração de terras teve um efeito negativo na Colômbia, sendo caracterizado por uma extrema ineficiência do uso do solo associado: subutilização de terras com potencial agrícola e superutilização de terra com potencial pecuário", aponta relatório Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

A Colômbia exporta 58 produtos a 28 países, sendo os maiores compradores os EUA (37,5%), Bélgica (5,1%) e Holanda (4,6%). Os principais produtos agrícolas de exportação colombianos são o café, banana, cacau e flores, além de carne bovina e peixe. Em 2021, esses produtos representaram US$ 9,4 bilhões (cerca de R$ 47 bilhões) em vendas, segundo o Ministério da Agricultura. O setor agropecuário representa cerca de 19% das exportações nacionais, de acordo com o Departamento istrativo Nacional de Estatísticas (Dane).

O modelo baseado no agronegócio, assim como no Brasil, garante altas cifras de exportação, mas não coloca comida no prato. A FAO indica que a Colômbia pode sofrer de "fome aguda" ao final de 2022, com 7,3 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. 


A Colômbia é o maior produtor de planta de coca do mundo. A substituição de cultivo de ilícitos é um dos pontos do Acordo de Paz, assinado em 2016 / Raul Arboleda / AFP

Outra questão levantada pelas Nações Unidas é a apropriação estrangeira das terras na Colômbia. Em 2013, a empresa Cargill controlava, por meio de 36 sociedades distintas, a produção de milho e soja em 52 mil hectares somente no departamento de Vichada.  

Fabián Barreto afirma que uma reforma integral poderia garantir a autossuficiência na produção de cereais, como arroz e milho, e de proteína animal, como carne e leite. Mas para isso, afirma ser necessário a criação de um projeto que englobe direito à terra, apoio técnico, planejamento da produção e subsídio de insumos aos pequenos agricultores.

"Devemos criar um plano de acompanhamento, não adianta só entregar a terra aos pequenos produtores e esperar que eles se defendam", diz.

#SoberaníaAlimentaria

La Plataforma Aguante Popular realizó jornada comunitaria alrededor de la Huerta comunitaria en Nuevo Girón, se reflexionó sobre la crisis en el campo colombiano y la apuesta de la soberanía alimentaria💚#ElCampoSeRespeta pic.twitter.com/3IlxxNMyeV

— Coordinador Nacional Agrario | CNA-Colombia (@CNA_Colombia) May 29, 2022

"A plataforma Aguante Popular realizou uma jornada na horta da comunidade de Nuevo Girón e refletiu sobre a crise no campo colombiano e a aposta por soberania alimentar"

 

Violência

"Esperamos que um novo governo progressista ataque a formação dos grupos paramilitares que estão a serviço dos grandes donos de terra e tentam liquidar nossos companheiros e companheiras", defende o diretor da CNA.

Desde 2016, acumulam-se 1.624 defensores de direitos humanos e ex-combatentes assassinados, sendo 930 mortos durante a gestão de Iván Duque. A maioria deles vivia na zona rural. Somente em 2022 já foram registradas 44 chacinas com mais de 100 vítimas. Vinte e uma das vítimas eram signatárias do mecanismo de paz. 

:: Massacres e abusos policiais: quais as origens da violência na Colômbia? ::

Diante da violência no campo, a CNA ou a organizar junto ao movimento indígena e comunidades quilombolas as guardas camponeses e guardas interétnicas. Existem cerca de 700 camponeses organizados e 200 guardas indígenas, com maior presença na região de Cauca, Arauca, Santander, Cesar e Amazonas.

"É uma estratégia de autoproteção que está vinculada a nossa proposta de territórios camponeses agroalimentares", diz Barreto.

Até o momento há 500 mil hectares declarados como territórios camponeses agroalimentares. A meta da CNA é chegar a 10 milhões de hectares. A Coordenadora, que articula 50 organizações camponesas e é o braço da Via Campesina na Colômbia, também construiu biofábricas para produzir fertilizantes orgânicos. "Queremos construir uma grande fábrica nacional de bioinsumos", disse o diretor da CNA.

"Apostamos que ganhem Petro e Francia. Temos muita identidade política com Francia nessa chapa. A disputa institucional é um eixo de luta. Neste caso ganharíamos o governo, mas a disputa pelo poder é muito mais longa", conclui Fabián Barreto.

Editado por: Thalita Pires
Tags: acordos de pazcolômbialuta pela terra
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