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Crise

OPINIÃO | A calamidade da fome no Brasil e no mundo hoje

Com a crise pandêmica e a guerra da Ucrânia, a questão vem se agravando e ganhando mais e mais espaço no debate público

12.jun.2022 às 14h11
São Paulo (SP)
Luciano Alencar Barros

“Marcha dos ossos” realizada por mulheres no Centro de Curitiba, em 2021, em protesto contra a fome. - Juliana Barbosa / MST-PR

“Parece, pois, difícil explicar e ainda mais difícil compreender o fato singular de que o homem – este animal pretensiosamente superior, que tantas batalhas venceu contra as forças da natureza, que acabou por se proclamar seu mestre e senhor – não tenha até agora obtido uma vitória decisiva nesta luta por sua própria subsistência.”
Josué de Castro

O fenômeno da fome sempre acompanhou a trajetória da humanidade, constituindo um dos seus principais e mais permanentes problemas, ainda que o tema nunca tenha ganhado a devida atenção. Recentemente, com a crise pandêmica e a guerra da Ucrânia, a questão vem se agravando e ganhando mais e mais espaço no debate público.

Em meados de maio, o secretário geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, expôs de forma simples e direta a gravidade da questão. Segundo ele, a crise da fome no planeta pode durar anos, configurando uma “situação muito perigosa, que pode se transformar em catástrofe”. Se a situação no mundo já é extremamente alarmante, no Brasil ela se apresenta de forma ainda mais absurda, dada sua enorme produção de alimentos e o fato de a maior parte de sua população enfrentar algum tipo de insegurança alimentar.

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Como Josué de Castro já havia alertado em meados do século ado, a questão da fome no Brasil e no mundo não é técnica, mas social. Dito de outra forma, o problema não é que haja pouca produção, mas o fato de a sua distribuição ser mesquinha: não faltam alimentos, mas o a eles. Isso posto, tem-se que a fome absoluta – a falta de alimentos – melhora e piora no mundo de acordo com o desempenho econômico (em termos de crescimento, distribuição e políticas sociais) de cada país, mas nunca é definitivamente superada. 

De acordo com relatório da ONU, a situação piorou consideravelmente desde 2014. Neste ano, cerca de 22,6% da população mundial enfrentava insegurança alimentar moderada ou grave, número que saltou para 30,4% no primeiro ano da pandemia, perfazendo um total de mais de 2,3 bilhões de pessoas! E desde então, a situação tem piorado muito.

Depois da queda abrupta do emprego e da renda em 2020, a economia começou a se recuperar no ano seguinte. Esta retomada, somada à desarticulação das cadeias globais de valor, implicou em um rápido aumento dos preços das commodities, em especial de combustíveis e alimentos. E esta inflação de itens básicos afeta com força as populações mais vulneráveis.

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O quadro, que já era ruim, e vinha se deteriorando foi levado a outro patamar com a guerra na Ucrânia. Além de a Rússia ser um dos maiores exportadores de combustíveis do mundo, sua produção em conjunto com a Ucrânia representa 30% das exportações de trigo e cevada do planeta, e cerca de 15% das de milho. Com as limitações de comércio impostas pela guerra e as sanções impostas sobre a Rússia, os preços dos alimentos e dos combustíveis dispararam de forma ainda mais intensa.

A este cenário caótico somam-se os impactos das mudanças climáticas, que mesmo antes do advento da guerra, já anunciavam o ano de 2022 como alarmante em termos de segurança alimentar, dados os eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes. Enquanto as chuvas comprometeram parte da safra da maior produtora de trigo do mundo, a China, as temperaturas acima do normal também afetaram a produção da Índia, segunda maior produtora. A seca, por sua vez, afetou a produção agrícola de diversos países, dos Estados Unidos ao continente africano, da Europa ao Brasil.

O Brasil, aliás, talvez seja o retrato mais grotesco do que se a no mundo. Depois de sair do Mapa da Fome em 2013, o país enfrentou uma profunda recessão seguida de estagnação econômica, aliada a um forte processo de concentração de renda. O golpe parlamentar de 2016, as reformas liberalizantes, a extinção do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional, o desmonte de programas sociais e o abandono dos estoques reguladores de alimentos, transformaram a questão da fome em uma calamidade.

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Tudo piorou com o advento da pandemia, uma vez que o auxílio emergencial não foi suficiente para fazer frente ao esgarçamento do tecido social observado, até então, e potencializado pela queda na renda. Ademais, a forte inflação – em especial de alimentos e combustíveis – observada no mundo, atingiu a economia brasileira de forma ainda mais intensa, em função das políticas econômicas adotadas pelo país, como a forte desvalorização cambial e a política de preços da Petrobrás.

E o futuro nutricional brasileiro é cada vez mais incerto, dadas as substituições eleitoreiras de programas sociais bem sucedidos como o Bolsa Família e o Programa de Aquisição de Alimentos por outros cercados de dúvidas. Assim, no Brasil, um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, mais de 30% da população ou por situações de falta de alimentos entre o fim de 2021 e início de 2022, e quase 60% por algum tipo de insegurança alimentar (quando há falta ou expectativa de falta de comida), quadro que com certeza vem se agravando desde então.

Ou seja: enquanto o país vende carne para os Estados Unidos, a população faz fila para comprar osso; enquanto exporta soja para alimentar o rebanho de porcos da China, a população a fome. Eis um triste retrato do mundo onde há abundância de comida e de famintos.

¨*Luciano Alencar é doutorando pelo Instituto de Economia da UFRJ e pesquisador do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ.

Editado por: José Eduardo Bernardes
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