Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

MEMÓRIA E VERDADE

A escravidão na Amazônia: livro denuncia quatro décadas de exploração na região

Relatos retratam o sistema sofisticado de exploração em fazendas que recebiam financiamento público da ditadura

02.dez.2021 às 18h51
Redação
|Rede Brasil Atual

Os 40 anos dos depoimentos transcritos na obra também refletem as mudanças nas políticas públicas e no tratamento da escravidão - Foto: Marcello Casal Jr/Arquivo/Agência Brasi

Violências psicológicas e físicas e assassinatos são as verdadeiras marcas dos projetos desenvolvimentistas patrocinados pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, criada pela ditadura civil-militar (1964-1985). Esse é o mote do livro recém-lançado (editora Mauad X) A escravidão na Amazônia, que detalha quatro décadas da exploração na região a partir de depoimentos de fugitivos e libertos de fazendas no sul do Pará.

Colhidos por defensores de direitos humanos que resistiam na região, os relatos mostram que o projeto de “ocupação” da Amazônia foi um desastre absoluto tanto do ponto de vista ambiental, trabalhista e da concentração fundiária. Além de ter alimentado com dinheiro público práticas de trabalho escravo. 

A obra é assinada pelos pesquisadores Ricardo Rezende Figueira, Adonia Antunes Prado e Rafael Franca Palmeira, que combinam também suas impressões sobre o tema. Trata-se de estudo desenvolvidoa partir de documentos da Comissão Pastoral da Terra (T), que nas décadas de 1970 e 1980 era uma das poucas instituições que denunciam os crimes no campo. O livro também tem como fonte acervos do grupo de pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo, do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado por Figueira nos anos 2000. 

São Paulo – Violências psicológicas e físicas e assassinatos são as verdadeiras marcas dos projetos desenvolvimentistas patrocinados pela Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, criada pela ditadura civil-militar (1964-1985). Esse é o mote do livro recém-lançado (editora Mauad X) A escravidão na Amazônia, que detalha quatro décadas da exploração na região a partir de depoimentos de fugitivos e libertos de fazendas no sul do Pará.

Colhidos por defensores de direitos humanos que resistiam na região, os relatos mostram que o projeto de “ocupação” da Amazônia foi um desastre absoluto tanto do ponto de vista ambiental, trabalhista e da concentração fundiária. Além de ter alimentado com dinheiro público práticas de trabalho escravo. 

A obra é assinada pelos pesquisadores Ricardo Rezende Figueira, Adonia Antunes Prado e Rafael Franca Palmeira, que combinam também suas impressões sobre o tema. Trata-se de estudo desenvolvidoa partir de documentos da Comissão Pastoral da Terra (T), que nas décadas de 1970 e 1980 era uma das poucas instituições que denunciam os crimes no campo. O livro também tem como fonte acervos do grupo de pesquisa Trabalho Escravo Contemporâneo, do Núcleo de Estudos em Políticas Públicas e Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), criado por Figueira nos anos 2000. 

O horror da ditadura

“A partir de 1977 até o final de 1996 eu morei lá (no sul do Pará). E no escritório da Comissão Pastoral da Terra e na minha casa, éramos procurados por pessoas que fugiam das fazendas e que temiam ser mortas. Muitas que foram capturadas na fuga foram assassinadas, era um ambiente terrível. E quando nós a recebíamos, precisávamos documentar porque queríamos denunciar esses fatos. A gente ia denunciar não aquele velho empresário de chapéu espória, mal informado. Nós estávamos diante do maior capital financeiro industrial envolvido com o crime. Eram grandes empreendimentos que no Sul do Brasil, por exemplo, eram da área industrial, faziam carros, ou da área financeira, de bancos. Eles começaram na Amazônia criando gados, com o nosso dinheiro, de dedução de impostos, empréstimos com uma taxa de juro negativa. E as essas pessoas que fugiam contavam para a gente essas histórias.”

Padre, professor, antropólogo e coordenador do grupo de pesquisa, Figueira concedeu entrevista à repórter Marilu Cabañas, do Jornal Brasil Atual, em que contou que desde aquele tempo tinha a esperança de que um dia a universidade brasileira trataria desse tema. Por conta disso, mesmo com o cerco dos militares, ele conta que os defensores de direitos humanos conseguiram driblar os riscos, autenticando os relatos em cartórios e fazendo cópias deles e enviando a diferentes cidades. “Começamos a organizar e proteger esse material”, explica. 

Escravidão aos longo de 40 anos

Na mudança para o Rio de Janeiro, após 1996, o religioso criou grupo de pesquisa sobre trabalho escravo contemporâneo. E, com a sua equipe, selecionou os documentos relativos a este que é o primeiro período definido no livro. “Há a suspeita de que talvez na Amazônia, por ano, houvesse 100 mil pessoas escravizadas. Normalmente eram pessoas de fora, aliciadas em outras regiões do Brasil. Esse foi o momento mais duro”, descreve o autor. 

Os 40 anos dos depoimentos transcritos na obra também refletem as mudanças nas políticas públicas e no tratamento da escravidão. O segundo momento, que trata da chamada Nova República, a partir de 1985, por exemplo, foi de “muita esperança de que o problema seria resolvido”. “Mas foi desanimador. Políticas públicas não foram formuladas e a escravidão não foi reconhecida”, resume Figueira. A primeira vez que o governo brasileiro reconhece em instância internacional o problema só ocorre em 1992. Na ocasião, o embaixador do Brasil na ONU era Celso Amorim, e o padre foi convidado pela Federação Internacional dos Direitos Humanos a representar a T no órgão, onde fez a denúncia da escravidão e foi respaldado pelo diplomata brasileiro. 

Dois anos depois, o então presidente da República Fernando Henrique Cardoso também reconheceu o crime, em entrevista a uma rádio. A partir daí, de acordo com o pesquisador, legislações começaram a ser criadas. O livro acompanha até o final dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva, considerados por Figueira os mais importantes em termos de políticas públicas. “Se aprova o primeiro Plano Nacional pela Mitigação do Trabalho Escravo, se constitui um pacto empresarial contra o trabalho escravo, foram muitas medidas”, comenta. 

Raízes do problema

O livro observa, no entanto, que apesar dos avanços legislativos, o problema ainda persiste. A avaliação final do padre e professor é que a raiz do problema, a desigualdade social, também precisa ser atacada.

“Mesmo com tantas medidas e punições, são mais de 50 mil pessoas resgatadas em condições de trabalho escravo. E a escravidão aparece em São Paulo, no Rio de Janeiro, com estrangeiros, brasileiros, na costura e na construção civil, na telefonia, no comércio, explodem casos também no serviço doméstico. E não é que não houvesse antes, só que não era conhecido. Agora é porque onde há pobreza, miséria e desigualdade social, há sempre pessoas vulneráveis ao aliciamento. As pessoas se submetem a um convite que pode ser perigoso, e mesmo que elas saibam disso, ela não tem escolha, então corre esse risco”, aponta. 

 

Conteúdo originalmente publicado em Rede Brasil Atual
Tags: amazôniacomunidades tradicionais
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

MAIS ÁGUA

Em visita a Pernambuco, presidente Lula deve liberar verba para duplicar bombeamento de água na transposição do São Francisco, nesta quarta-feira (28)

SOLIDARIEDADE

Lula e Marina Silva conversam sobre ataques em comissão do Senado

BIOMAS EM RISCO

Base governista pede veto de Lula e ação do STF contra PL da Devastação

MEMÓRIA E VERDADE

UFPE inaugura placa em homenagem ao padre Antônio Henrique, braço direito de Dom Hélder e vítima da ditadura

NA MIRA DO STF

Possível cassação de Eduardo Bolsonaro enfraquece bolsonarismo, avalia cientista política

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.