Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Geral

bacia do rio doce

Seis anos depois, nenhum responsável foi punido pelo rompimento da barragem em Mariana (MG)

Processo penal está atrasado e há risco de que crimes sejam prescritos

05.nov.2021 às 13h26
Belo Horizonte (MG)
Wallace Oliveira

Depois de seis anos do rompimento da barragem de Fundão, 13 pessoas não responderão mais por nenhum crime, pois foram excluídas da ação penal por decisões judiciais - Danilo Candonga

O rompimento da barragem de Fundão, pertencente à mineradora Samarco (Vale e BHP Billiton), completa seis anos. Enquanto a maioria dos jornais ainda tem dúvidas se há um crime ou uma fatalidade, não restam dúvidas sobre as vítimas: dos 19 mortos pelo rejeito, ando pelas famílias que perderam entes queridos, propriedades e comunidades, até as centenas de milhares de pessoas, em 50 cidades de Minas e Espírito Santo, que perderam o Rio Doce, fonte de sustento, convivência e lazer.

“Aqueles que perderam suas vidas não imaginavam que estavam no caminho da lama e dos rejeitos, após o rompimento de uma barragem cujos erros técnicos de implementação e manutenção foram conscientemente manipulados para reduzir custos e aumentar dividendos. Sequer foi dada a chance de defesa aos que perderam suas vidas. Não houve aviso”, afirma a Força-Tarefa Rio Doce do Ministério Público Federal (MPF), em denúncia apresentada em outubro de 2016.

:: MST ocupa a mineradora Vale em Mariana (MG) no aniversário de seis anos do crime ambiental ::

Rejeição de denúncias, penas mais brandas

Após quase um ano de investigações, o MPF acusou 21 pessoas de homicídio doloso, outros três crimes previstos no Código Penal e quatro crimes previstos na legislação ambiental. Essas mesmas pessoas, ao lado das mineradoras Samarco, Vale e BHP, a consultora VOGBR e um de seus engenheiros, também foram acusadas de emissão de laudo enganoso, que atestava a segurança da barragem de Fundão. As investigações apontam que havia ciência dos riscos e danos, mas os acusados seguiram com as práticas, a fim de obterem vantagens econômicas.

Há dois anos, o juiz federal Jacques de Queiroz, de Ponte Nova, fez uma revisão das denúncias contra cinco executivos da Vale e três da BHP, todos integrantes da alta cúpula da Samarco, retirando a acusação de homicídio, com desclassificação para crime de inundação seguida de morte. “O homicídio tem uma pena máxima maior. Em termos práticos, a decisão do Tribunal implica uma redução da pena”, explica o procurador da República Thales Coelho, integrante da Força-Tarefa Rio Doce.

:: Atingidos denunciam seis anos do crime da Samarco/Vale/BHP Billiton em Bento Rodrigues (MG) ::

A decisão também fez com que o processo saísse do rito do tribunal do júri e asse para o rito ordinário. Além disso, 13 pessoas não responderão mais por nenhum crime, pois foram excluídas da ação penal por decisões judiciais.

Thales acrescenta que, desde o início da pandemia, o processo está parado, com perspectiva de ser retomado dia 17 de novembro, com escuta das últimas testemunhas de acusação. A demora pode fazer com que, por questão de prazo legal, alguns crimes sejam prescritos, ficando sem punição. Seria o caso da destruição de floresta nativa e do crime de morte de animais.

“A demora no andamento do processo a uma sensação de impunidade para vítimas e para as próprias empresas, que podem se sentir autorizadas a praticar condutas, sem aquele receio de que serão punidas criminalmente”, avalia o procurador.

:: Mineração tem levado à destruição da agricultura e alta nos preços dos alimentos ::

Essa também é a avaliação do advogado popular Danilo Chammas, presidente do Instituto Cordilheira e assessor da Arquidiocese de Belo Horizonte. “Esses casos se repetem, Mariana não foi o primeiro, houve outros casos de rompimento de barragens antes, inclusive com morte. Infelizmente, a impressão é que a Justiça tão aguardada vai demorar muito ou nunca vai chegar”.


MST, MAM e Levante Popular da Juventude ocuparam sede da Samarco em Mariana (MG) nesta sexta-feira (5) / MST/Divulgação

Como punir as empresas?

Pela lei, pessoas jurídicas, como a Vale, BHP e Samarco, não podem receber penas de prisão por crime de homicídio, impostas a seres humanos, mas penas pecuniárias (como indenizações), prestação de serviços à comunidade ou restrição de direitos, que podem ser definidas por meio de acordo.

Segundo Thales Coelho, existe uma tentativa de pactuar com as empresas um processo de “Justiça restaurativa”, que avance para além da reparação das perdas tangíveis, envolvendo também o restabelecimento de laços comunitários e outras perdas intangíveis. Esse processo, segundo ele, envolveria a ampla participação dos atingidos, inclusive, na definição das penas de prestação de serviços às comunidades.

:: Saiba como está a vida de produtores rurais de Mariana (MG) após rompimento da barragem em 2015 ::

“Estamos em negociação de um acordo de não persecução penal, por meio do qual haveria possibilidade maior de participação dos atingidos na definição das penas. A partir de círculos, sentariam juntos representantes das empresas e representantes escolhidos pelos atingidos. E, ali, os atingidos possam apresentar suas demandas, informar os danos causados, os danos morais, os relacionados à própria identidade das pessoas”, relata. As regras desse processo ainda não foram definidas.

O advogado Danilo Chammas, tomando como base a experiência do crime da Vale na Bacia do Paraopeba, é crítico à celebração de acordos onde as empresas tenham grande influência, com vistas a atingir resultados mais céleres. “As instituições argumentam que essa seria uma forma de antecipar a reparação, ser prático. Ouço, às vezes, falarem que melhor seria um mau acordo do que uma boa sentença. Isso, para mim, significa que as próprias instituições reconhecem que o sistema não funciona. Tenho visto que, para os atingidos, isso tem sido um motivo de frustração”, argumenta.

Fechamento de mina como possibilidade de punição

Danilo Chammas lembra que também é possível punir as mineradoras com a retirada de autorizações para operar na região onde o crime foi cometido. “Além da licença ambiental, existem alvarás de funcionamento, autorizações de pesquisa e lavra, concedidas pela União, e outras. Todas elas podem ser revogadas a qualquer tempo, se se observa que o empreendedor não está atuando de maneira a preservar direitos. Então, há justificativas para revogar as concessões dessas empresas, por conta dos crimes cometidos”, observa.

Isso, segundo ele, é comum no âmbito internacional, mas, no Brasil, esbarra no discurso que alega uma dependência inelutável dos municípios com relação às mineradoras. “Nós, que temos uma visão crítica, temos também que colocar nossa narrativa. Não dá para aceitar como fato consumado que as mortes, danos ambientais, retiradas de direitos podem ser tolerados em nome de outros interesses, majoritariamente privados”, critica.  

:: Demora de reassentamentos é vista como estratégia de separação de comunidades de Mariana (MG) ::

Editado por: Elis Almeida
Tags: marianavale
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja *
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Justiça

MPF entra com ação contra atividade agropecuária em território Kalunga

Governo

Lula sanciona lei que estrutura carreira e reajusta salários de servidores do Executivo federal

Artigo

‘Deixe-me viver, deixe-me sonhar’: Bahia presente no 1º Encontro Nacional do Movimento dos Atingidos por Renováveis

EXTREMA DIRETA

Curitiba recebe nesta quinta (5) lançamento do livro de Aldo Arantes sobre algoritmos e guerra cultural

SEMIÁRIDO

Em dois anos, governo Lula entregou 8,9 mil tecnologias de segurança hídrica no Agreste e Sertão de Pernambuco

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.